Opinião
- 13 de maio de 2024
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O muro, a passarela e o Guaíba
O mundo caiu! As chuvas desceram e fizeram subir as margens. Nunca mais seremos os mesmos
Por Erlo Saul Aurich
Cenas nunca antes presenciadas! É surreal, ainda que nos visite com realismo atroz, com a força de um soco no estômago! Ícones de nossa capital (terra onde nasci em agosto de 65, Beneficência Portuguesa, hoje quase um mausoléu) que nos fazem lamentar e chorar por sua impotência em reter as águas, a inviabilidade de cruzar avenidas e chegar à rodoviária e, ainda, o nosso Guaíba, de identidade indefinida (rio, lago/a, estuário?) mas de fúria reprimida e, ora, incontida, transbordando sua mágoa, suas águas por tão extenso território, atordoando a todos, flagelando o corpo e a alma...
O Muro da Mauá1 foi uma das respostas ao caos de 41. Imponente, resistente, seguro para inibir águas que, talvez um dia, viriam. A sensação de segurança e distanciamento das muitas águas que, por poucas vezes alcançaram seus pés, deixava o porto-alegrense confortável em seu vai e vem nas belas ruas do centro histórico, cultural e financeiro da capital. Mas o muro não resistiu...
O Guaíba e seus afluentes adormeceram por mais de 80 anos. Ficaram a ver descer o sol, das suas margens, colorindo uma cidade, de orla remodelada e bela, de matizes de um vermelho arrebatador! Quem não ama o pôr do sol do Guaíba é porque não o conheceu. Pintei quadro de mensagem eterna estes dias, em suas margens. Fiquei extasiado como se nunca o conhecera! O que desenhei não retratava o que seria impossível refletir. Mas revelava em meus desenhos e letras, quem aquela obra de arte criara... E eu não resisti: deixei um muito obrigado aos Céus...
E o que anotar sobre aquela passarela na qual tantas vezes passei quando aqui morei, buscando apressadamente chegar à “Rodô” para seguir viagem à terra que me adotara, Taquari! Terra de heróis e presidente, da Revolução Farroupilha a Brasília de tempos difíceis e ditadura. Ela, a passarela, fazia esta ponte de meu mundo de cursinho no Unificado, estudante da ESEF, trabalhando com cegos, celebrando a vida! E no “findi”, volta pra casa do pais pegando a Tabai Canoas e muito mais... Mas a passarela também não resistiu...
E o mundo caiu! As chuvas desceram e fizeram subir as margens. Nunca mais seremos os mesmos. Virá por certo não um novo normal, mas um novo diferente de um povo ainda mais solidário que solitário, desapegado do que apegado ao que não tem real valor, mais aberto à realidade espiritual em suas diversas matizes! Deste último, deixo minha palavra última: Sou cristão, seguidor de Jesus, o Cristo! Aquele que foi homem de dores e soube o que é sofrer, segundo a Bíblia. Este sim passou por toda sorte de intempéries na vida, num tempo em que a vida valia quase nada. E em cruzes penduravam qualquer um, inclusive Aquele que pecado algum tivera ou praticara. O mundo desde lá sofreu mutações imensas. Mas a essência humana não se alterou. Piorou, eu diria! Mas Aquele Homem foi diferente, santo, influente. Revolucionou o tempo e o espaço, em especial, interior. Dele partiram os gestos mais nobres e transformadores. As palavras mais belas e o amor encarnado.
É Ele que me inspira nessa hora a arregaçar as mangas e lutar pelo meu povo, minha terra, toda essa gente sofrida, alagada, desalojada e partida. Convoco em Seu nome, a todos para confiarmos não mais na força do braço, nos muros, nas passarelas e em um rio/lago/estuário traiçoeiro. Mas sim Nele, caminho, verdade e vida que a todos convida a andar com ele e nele. Milagres virão, esperança virá, fé e amor se encontrarão. Que tal dar um passo nessa fé? Venha somar nesta família que lhe estende a mão. Revolução se fará. Agora, do Bem.
Nota
1. Muro da Mauá é uma estrutura de proteção contra enchentes localizado entre o Cais Mauá e a Avenida Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
REVISTA ULTIMATO | OS DESAFIOS ÉTICOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS
O avanço da tecnologia nas últimas décadas é maior do que em qualquer outra época da história. Tal aumento se dá em muitas frentes e, mais significativo, confere um caráter tecnológico à vida contemporânea.
Quais são os desafios trazidos por esse avanço? A ética cristã é suficiente para responder aos aspectos relacionados às novas tecnologias? Como a igreja pode atuar nesse cenário tão desafiador?
É disso que trata a matéria de capa da edição 407 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Chuva histórica coloca o Rio Grande do Sul em estado de calamidade pública. Saiba como ajudar
» O Que é a Igreja Missional - Modelo e vocação da Igreja no Novo Testamento, Timóteo Carriker
» A Igreja - Uma comunidade singular de pessoas, John Stott e Tim Chester
Por Erlo Saul Aurich
Cenas nunca antes presenciadas! É surreal, ainda que nos visite com realismo atroz, com a força de um soco no estômago! Ícones de nossa capital (terra onde nasci em agosto de 65, Beneficência Portuguesa, hoje quase um mausoléu) que nos fazem lamentar e chorar por sua impotência em reter as águas, a inviabilidade de cruzar avenidas e chegar à rodoviária e, ainda, o nosso Guaíba, de identidade indefinida (rio, lago/a, estuário?) mas de fúria reprimida e, ora, incontida, transbordando sua mágoa, suas águas por tão extenso território, atordoando a todos, flagelando o corpo e a alma...
O Muro da Mauá1 foi uma das respostas ao caos de 41. Imponente, resistente, seguro para inibir águas que, talvez um dia, viriam. A sensação de segurança e distanciamento das muitas águas que, por poucas vezes alcançaram seus pés, deixava o porto-alegrense confortável em seu vai e vem nas belas ruas do centro histórico, cultural e financeiro da capital. Mas o muro não resistiu...
O Guaíba e seus afluentes adormeceram por mais de 80 anos. Ficaram a ver descer o sol, das suas margens, colorindo uma cidade, de orla remodelada e bela, de matizes de um vermelho arrebatador! Quem não ama o pôr do sol do Guaíba é porque não o conheceu. Pintei quadro de mensagem eterna estes dias, em suas margens. Fiquei extasiado como se nunca o conhecera! O que desenhei não retratava o que seria impossível refletir. Mas revelava em meus desenhos e letras, quem aquela obra de arte criara... E eu não resisti: deixei um muito obrigado aos Céus...
E o que anotar sobre aquela passarela na qual tantas vezes passei quando aqui morei, buscando apressadamente chegar à “Rodô” para seguir viagem à terra que me adotara, Taquari! Terra de heróis e presidente, da Revolução Farroupilha a Brasília de tempos difíceis e ditadura. Ela, a passarela, fazia esta ponte de meu mundo de cursinho no Unificado, estudante da ESEF, trabalhando com cegos, celebrando a vida! E no “findi”, volta pra casa do pais pegando a Tabai Canoas e muito mais... Mas a passarela também não resistiu...
E o mundo caiu! As chuvas desceram e fizeram subir as margens. Nunca mais seremos os mesmos. Virá por certo não um novo normal, mas um novo diferente de um povo ainda mais solidário que solitário, desapegado do que apegado ao que não tem real valor, mais aberto à realidade espiritual em suas diversas matizes! Deste último, deixo minha palavra última: Sou cristão, seguidor de Jesus, o Cristo! Aquele que foi homem de dores e soube o que é sofrer, segundo a Bíblia. Este sim passou por toda sorte de intempéries na vida, num tempo em que a vida valia quase nada. E em cruzes penduravam qualquer um, inclusive Aquele que pecado algum tivera ou praticara. O mundo desde lá sofreu mutações imensas. Mas a essência humana não se alterou. Piorou, eu diria! Mas Aquele Homem foi diferente, santo, influente. Revolucionou o tempo e o espaço, em especial, interior. Dele partiram os gestos mais nobres e transformadores. As palavras mais belas e o amor encarnado.
É Ele que me inspira nessa hora a arregaçar as mangas e lutar pelo meu povo, minha terra, toda essa gente sofrida, alagada, desalojada e partida. Convoco em Seu nome, a todos para confiarmos não mais na força do braço, nos muros, nas passarelas e em um rio/lago/estuário traiçoeiro. Mas sim Nele, caminho, verdade e vida que a todos convida a andar com ele e nele. Milagres virão, esperança virá, fé e amor se encontrarão. Que tal dar um passo nessa fé? Venha somar nesta família que lhe estende a mão. Revolução se fará. Agora, do Bem.
Nota
1. Muro da Mauá é uma estrutura de proteção contra enchentes localizado entre o Cais Mauá e a Avenida Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
- Erlo Saul Aurich é pastor da Aliança Bíblica de Gramado, presidente de Eirene Brasil, especialista em terapia de famílias e membro da Assembleia do TeachBeyond Brasil. Casado com Juliana Aurich, é pai de Priscila e Lucca.
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