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- 11 de novembro de 2014
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O inconjugável verbo sofrer
Ariovaldo Ramos apresenta a ideia do seu livro Pare de Conjugar o Verbo Sofrer, lançamento do mês da Editora Ultimato. Leia abaixo.
***
Jesus, o Cristo, passou por um sofrimento enorme e sem precedentes, desde que, antes da fundação do mundo, se esvaziou, assumindo a forma de servo, o que foi manifestado na cruz, por amor de nós.
Jesus Cristo passou pelo sofrimento, mas, sem sofrer! Isto é, Jesus passou pelo sofrimento, mas não conjugou o verbo sofrer.
Quando a gente conjuga o verbo sofrer, traz o sofrimento para o espírito e passa a se definir pelo sofrimento. A dor física e a tristeza, passam a ser a identidade da gente. A vida passa a ser uma lamúria e a gente passa a se definir a partir do sofrimento, carregando-o para sempre como uma carteira que se mostra quando se quer falar de si.
Jesus nunca se permitiu isso. Diante da tristeza frente à truculência do sofrimento e à traição e ao abandono dos seus alunos, ele continuava a afirmar que a sua vida ninguém tomava, ele a entregava para então a reassumir. Era ele quem partia o pão e distribuía o cálice da Nova Aliança. Ele - e não o sofrimento a que se submeteu - é que estava como sujeito de sua história.
A tentação de conjugar o verbo sofrer, de tornar o sofrimento a sua identidade foi vencida por Jesus o tempo todo. Ele sempre manteve a sua identidade fundamentada em seu relacionamento com o Pai:
“…sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela”. (João 13.3-5)
Que boa notícia: a dor e a tristeza, inerentes ao sofrimento, não têm, necessariamente, de tomar o espírito e redefinir a identidade de quem passa pelo sofrimento! E, depois da queda, viver é passar pelo sofrimento, porque este foi, por nós, tornado o ambiente onde toda a história se desenrola.
O mais triste é que tudo e todos passam a ser julgados ou analisados a partir do que se entende ter sofrido. Qualquer ser humano desaparece, vira algoz ou salvador, mesmo nunca tendo participado do que sofremos. Nada mais isenta o próximo: todo mundo estará sob “júdice”, e, como disse o compositor: “Qualquer desatenção pode ser a gota d’água.” A gente passa a gostar do martírio!
Na Paixão, Jesus, o Cristo, nos demonstra como passar pelo sofrimento mais atroz sem conjugar o verbo sofrer. Nos ensina como sofrimento algum pode nos roubar a identidade, nem tirar de nós o privilégio e a responsabilidade de ser o sujeito da nossa história. Aleluia!
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Quando a gente conjuga o verbo sofrer, traz o sofrimento para o espírito e passa a se definir pelo sofrimento. A dor física e a tristeza, passam a ser a identidade da gente. A vida passa a ser uma lamúria e a gente passa a se definir a partir do sofrimento, carregando-o para sempre como uma carteira que se mostra quando se quer falar de si.
Jesus nunca se permitiu isso. Diante da tristeza frente à truculência do sofrimento e à traição e ao abandono dos seus alunos, ele continuava a afirmar que a sua vida ninguém tomava, ele a entregava para então a reassumir. Era ele quem partia o pão e distribuía o cálice da Nova Aliança. Ele - e não o sofrimento a que se submeteu - é que estava como sujeito de sua história.
A tentação de conjugar o verbo sofrer, de tornar o sofrimento a sua identidade foi vencida por Jesus o tempo todo. Ele sempre manteve a sua identidade fundamentada em seu relacionamento com o Pai:
“…sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela”. (João 13.3-5)
Que boa notícia: a dor e a tristeza, inerentes ao sofrimento, não têm, necessariamente, de tomar o espírito e redefinir a identidade de quem passa pelo sofrimento! E, depois da queda, viver é passar pelo sofrimento, porque este foi, por nós, tornado o ambiente onde toda a história se desenrola.
O mais triste é que tudo e todos passam a ser julgados ou analisados a partir do que se entende ter sofrido. Qualquer ser humano desaparece, vira algoz ou salvador, mesmo nunca tendo participado do que sofremos. Nada mais isenta o próximo: todo mundo estará sob “júdice”, e, como disse o compositor: “Qualquer desatenção pode ser a gota d’água.” A gente passa a gostar do martírio!
Na Paixão, Jesus, o Cristo, nos demonstra como passar pelo sofrimento mais atroz sem conjugar o verbo sofrer. Nos ensina como sofrimento algum pode nos roubar a identidade, nem tirar de nós o privilégio e a responsabilidade de ser o sujeito da nossa história. Aleluia!
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