Opinião
- 14 de maio de 2015
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O drama das drogas na igreja evangélica
Estreia hoje (14/05) em aproximadamente 50 salas de cinema no Brasil Metanoia, do jovem cineasta Miguel Nagle, de 31 anos. O filme, que tem a participação de atores famosos como Caio Blat, trata do conhecido problema das drogas, mas com algo inédito: o drama no contexto de uma família evangélica. Isso mostra que “nenhuma classe social, nenhuma religião, nenhuma esfera da sociedade está imune ao problema que há das drogas e do crack”, diz Miguel. “Metanoia” conta a história de Solange, uma mãe cristã do Jardim Ângela, em São Paulo (SP), tentando resgatar o filho Eduardo do mundo do crack.
Reunindo fatos de histórias reais, a ideia do filme surgiu com o ator Caíque Oliveira (que interpreta o protagonista da história). Ele estava em uma igreja em Santarém (PA) quando uma mãe pediu ajuda para comprar barras de ferro. Ela queria construir uma jaula para o filho dependente químico.
Leia a seguir a entrevista que o Portal Ultimato fez com Miguel Nagle.
***
1. O filme “Metanoia” estrea hoje (14/05) nos cinemas brasileiros. Do que trata a película? É uma história real? Por que falar sobre este assunto?
“Metanoia” conta sobre a vida do personagem Eduardo, onde ele se envolve com o crack e o universo da Cracolândia em São Paulo (SP). Mostra o drama de uma mãe tentando resgatar o filho do vício. Ele não é baseado especificamente em uma pessoa, ele tem vários recortes de diversas histórias reais, mas o roteiro foi baseado em uma história ouvida em Santarém (PA) pelo Caíque Oliveira, que é ator e produtor do filme. Uma mãe pediu numa igreja dinheiro para comprar ferro porque precisava construir uma jaula para o filho. Então, desde esse momento o Caíque ficou com essa história na cabeça e a gente querendo produzir um projeto relacionado a isso, porque o crack virou uma epidemia no Brasil, não só nos grandes centros, mas no interior e isso virou um problema social muito grande, questão de saúde pública já. Um filme, uma obra cinematográfica, pode contribuir para enfrentar esse problema, levando fé, esperança, transformação.
2. O subtítulo do filme diz “mães de joelhos, filhos de pé”. Como “Metanoia” aborda a relação entre o cristianismo e o drama das drogas? Qual o papel da oração no combate às drogas?
O filme mostra a fé de uma mãe querendo libertar o filho. E o crack é uma droga muito destruidora. De cada dez usuários, oito não conseguem sair. O filme trata de uma força maior que vem de Deus para ajudar o dependente a sair do vício. A gente aborda nesta perspectiva: que a oração tem poder de restaurar.
3. Além de ter no elenco atores conhecidos, como Caio Blat, “Metanoia” também conseguiu espaço em circuitos comerciais importantes como o Cinemark. Em quantas salas vai estrear? Qual sua expectativa de público? Como um filme com personagens evangélicos conseguiu adentrar o universo do cinema nacional?
Nosso foco sempre foram os cinemas. Ter grandes redes de cinema como Cinemark, UCI e Kinoplex exibindo o filme é uma porta enorme pra gente. Vamos estrear em aproximadamente 50 salas. E a nossa expectativa é enorme. A gente quer lotar as salas para que venham mais projetos, para que o povo de Deus tenha mais interesse de ir ao cinema ver filmes edificantes. A ideia é usar o cinema, a sétima arte para levar uma mensagem bacana para o povo de Deus e para quem precisa ouvir também, porque o cinema atende ao público geral. Eu acho que esses atores como Caio Blat, Thogun Teixeira, Solange Couto, Silvio Guindane, eles contribuíram bastante para ter essa abertura no mercado, assim como a Europa Filmes. A gente quis que o projeto dialogasse com quem não é cristão. Então a gente trouxe o Caíque Oliveira que é um ator bem conhecido no cenário cristão e isso acho que foi direcionamento de Deus para que o filme tivesse abertura em diversos segmentos.
4. O consumo das drogas atinge, em cheio, a juventude brasileira. Mas, como o filme mostra, os jovens evangélicos também não estão imunes a isso. O que aconteceu? A igreja está confusa? As famílias estão fracas? Como o Cristianismo está lidando com o problema das drogas?
O filme apresenta uma realidade bem densa em relação ao universo do crack. Nenhuma classe social, nenhuma religião, nenhuma esfera da sociedade está imune ao problema que há das drogas e do crack. Hoje em dia, você vê crack em tribo indígena, por exemplo. Então ele é muito perigoso assim como outras drogas e a gente precisa dialogar mais sobre isso com as igrejas, a gente precisa dialogar mais sobre isso com as lideranças a fim de deixar a juventude atenta ao perigo. O crack é uma droga que quem usa a primeira vez vicia e é uma droga onde a cada dez oito não conseguem sair, é uma droga bem pesada. O filme mostra isso. Quem nunca usou, não entre neste universo, porque a gente mostra a realidade de um morador em situação de rua.
5. A revista Ultimato publicou em julho de 2014 sua matéria de capa com a manchete Crack – o monstro de boca aberta. O crack é o grande vilão atualmente?
Eu acredito que o crack é o grande vilão hoje da juventude. As pessoas buscam outras substâncias, outras coisas para preencher o “vazio”. A droga apresenta esse prazer momentâneo para o usuário, mas que acaba sendo uma falsidade, né?! Acredito sim que o crack é um grande vilão atualmente!
6. Podemos dizer que “Metanoia” é um filme cristão?
O filme “Metanoia” apresenta conceitos cristãos, filosofia cristã, mas a gente não gosta muito de rotular, para não fechar muito as portas do meio secular, do público geral. É um filme de ficção, de drama onde trata sobre o assunto, o drama da mãe que tenta resgatar o filho, uma mãe que tem fé. Esses rótulos servem mais para categorizar o filme, mas preferimos deixar isso em aberto.
7. Por que os cristãos devem assistir “Metanoia”?
Os cristãos devem assistir porque é um filme de alerta, um filme importante, que leva fé, esperança pras pessoas, um testemunho de vida muito grande. Então devem levar os adolescentes, amigos, familiares para assisti-lo. É um filme que desperta a igreja também, que mostra para a igreja o quanto ainda precisamos trabalhar, o quanto tem gente precisando da gente. Mostra uma realidade que a igreja precisa ver e que, às vezes, não enxerga esse invisível. Por isso é importante que todos vejam.
8. Como a cosmovisão cristã pode contribuir para o cinema?
Toda obra de arte, seja cristã ou não, ela traz um certo discurso do realizador, do artista para dialogar com o mundo. Uma mensagem que ele quer passar para o espectador, seja sobre o meio ambiente, seja sobre leis morais, seja sobre outros assuntos diversos. E eu, como realizador de cinema, procuro falar o que acredito. O que acredito é o que o Bíblia diz e o cristianismo me traz. Na minha vida como diretor de cinema, roteirista, eu procuro contribuir com a minha cosmovisão para produzir projetos, produzir filmes que tragam transformação. Então acho que o cinema é uma ferramenta poderosíssima para propagar a mensagem do Evangelho. Hollywood já sabia que é uma ferramenta poderosíssima, e estamos um pouco atrasados em relação à Hollywood porque por muito tempo a gente “demonizou” o cinema. Mas o cinema pode trazer mensagens positivas, mensagens de transformação de fé, tanto que Jesus falava por parábolas, Jesus usava histórias para falar com o povo e o cinema é uma ferramenta para isso.
9. Você é um cineasta cristão ou um cristão cineasta? Há diferenças?
Sou um cristão. Acho que a pessoa tem que ser cristão independemente da profissão que ele exerça. Sou cristão em qualquer ambiente que eu esteja, em qualquer momento. Levo os ensinamentos que estão na Bíblia, que eu aprendo com Cristo. Assim como não gosto de rotular um filme como “cristão”, não gosto de me rotular. Faço os filmes com o que vivo, com o que penso, com o que vejo.
***
Crack no Brasil
Segundo pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicada em 2014, no Brasil, há cerca de 370 mil usuários regulares dependentes do crack, número que corresponde a 0,8% da população das capitais do país e a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nessas cidades.
Do total de dependentes de crack, cerca de 14% são crianças e adolescentes, o que equivale a mais de 50 mil usuários. No entanto, alguns estudiosos calculam que essa realidade pode ser até três vezes maior. Ainda de acordo com o estudo, 78,9% dos usuários da droga desejam se tratar, mas falta acesso a algum tipo de tratamento.
***
Trailer
Assista ao trailer oficial de “Metanoia”
Ouça
Entrevista com os diretores do filme Miguel Nagle e Josy Antunes no podcast Irmaos.com
Leia mais
Crack – o monstro de boca aberta
Drogas – como evitar: princípios para pais e educadores (e-book gratuito)
Drogas: o pecado de Lúcifer
Fotos:
1. Cena do filme com o protagonista
2. Miguel Nagle (à esquerda) conversando com os atores Caio Blat e Caíque Oliveira
Reunindo fatos de histórias reais, a ideia do filme surgiu com o ator Caíque Oliveira (que interpreta o protagonista da história). Ele estava em uma igreja em Santarém (PA) quando uma mãe pediu ajuda para comprar barras de ferro. Ela queria construir uma jaula para o filho dependente químico.
Leia a seguir a entrevista que o Portal Ultimato fez com Miguel Nagle.
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1. O filme “Metanoia” estrea hoje (14/05) nos cinemas brasileiros. Do que trata a película? É uma história real? Por que falar sobre este assunto?
“Metanoia” conta sobre a vida do personagem Eduardo, onde ele se envolve com o crack e o universo da Cracolândia em São Paulo (SP). Mostra o drama de uma mãe tentando resgatar o filho do vício. Ele não é baseado especificamente em uma pessoa, ele tem vários recortes de diversas histórias reais, mas o roteiro foi baseado em uma história ouvida em Santarém (PA) pelo Caíque Oliveira, que é ator e produtor do filme. Uma mãe pediu numa igreja dinheiro para comprar ferro porque precisava construir uma jaula para o filho. Então, desde esse momento o Caíque ficou com essa história na cabeça e a gente querendo produzir um projeto relacionado a isso, porque o crack virou uma epidemia no Brasil, não só nos grandes centros, mas no interior e isso virou um problema social muito grande, questão de saúde pública já. Um filme, uma obra cinematográfica, pode contribuir para enfrentar esse problema, levando fé, esperança, transformação.
2. O subtítulo do filme diz “mães de joelhos, filhos de pé”. Como “Metanoia” aborda a relação entre o cristianismo e o drama das drogas? Qual o papel da oração no combate às drogas?
O filme mostra a fé de uma mãe querendo libertar o filho. E o crack é uma droga muito destruidora. De cada dez usuários, oito não conseguem sair. O filme trata de uma força maior que vem de Deus para ajudar o dependente a sair do vício. A gente aborda nesta perspectiva: que a oração tem poder de restaurar.
3. Além de ter no elenco atores conhecidos, como Caio Blat, “Metanoia” também conseguiu espaço em circuitos comerciais importantes como o Cinemark. Em quantas salas vai estrear? Qual sua expectativa de público? Como um filme com personagens evangélicos conseguiu adentrar o universo do cinema nacional?
Nosso foco sempre foram os cinemas. Ter grandes redes de cinema como Cinemark, UCI e Kinoplex exibindo o filme é uma porta enorme pra gente. Vamos estrear em aproximadamente 50 salas. E a nossa expectativa é enorme. A gente quer lotar as salas para que venham mais projetos, para que o povo de Deus tenha mais interesse de ir ao cinema ver filmes edificantes. A ideia é usar o cinema, a sétima arte para levar uma mensagem bacana para o povo de Deus e para quem precisa ouvir também, porque o cinema atende ao público geral. Eu acho que esses atores como Caio Blat, Thogun Teixeira, Solange Couto, Silvio Guindane, eles contribuíram bastante para ter essa abertura no mercado, assim como a Europa Filmes. A gente quis que o projeto dialogasse com quem não é cristão. Então a gente trouxe o Caíque Oliveira que é um ator bem conhecido no cenário cristão e isso acho que foi direcionamento de Deus para que o filme tivesse abertura em diversos segmentos.
4. O consumo das drogas atinge, em cheio, a juventude brasileira. Mas, como o filme mostra, os jovens evangélicos também não estão imunes a isso. O que aconteceu? A igreja está confusa? As famílias estão fracas? Como o Cristianismo está lidando com o problema das drogas?
O filme apresenta uma realidade bem densa em relação ao universo do crack. Nenhuma classe social, nenhuma religião, nenhuma esfera da sociedade está imune ao problema que há das drogas e do crack. Hoje em dia, você vê crack em tribo indígena, por exemplo. Então ele é muito perigoso assim como outras drogas e a gente precisa dialogar mais sobre isso com as igrejas, a gente precisa dialogar mais sobre isso com as lideranças a fim de deixar a juventude atenta ao perigo. O crack é uma droga que quem usa a primeira vez vicia e é uma droga onde a cada dez oito não conseguem sair, é uma droga bem pesada. O filme mostra isso. Quem nunca usou, não entre neste universo, porque a gente mostra a realidade de um morador em situação de rua.
5. A revista Ultimato publicou em julho de 2014 sua matéria de capa com a manchete Crack – o monstro de boca aberta. O crack é o grande vilão atualmente?
Eu acredito que o crack é o grande vilão hoje da juventude. As pessoas buscam outras substâncias, outras coisas para preencher o “vazio”. A droga apresenta esse prazer momentâneo para o usuário, mas que acaba sendo uma falsidade, né?! Acredito sim que o crack é um grande vilão atualmente!
6. Podemos dizer que “Metanoia” é um filme cristão?
O filme “Metanoia” apresenta conceitos cristãos, filosofia cristã, mas a gente não gosta muito de rotular, para não fechar muito as portas do meio secular, do público geral. É um filme de ficção, de drama onde trata sobre o assunto, o drama da mãe que tenta resgatar o filho, uma mãe que tem fé. Esses rótulos servem mais para categorizar o filme, mas preferimos deixar isso em aberto.
7. Por que os cristãos devem assistir “Metanoia”?
Os cristãos devem assistir porque é um filme de alerta, um filme importante, que leva fé, esperança pras pessoas, um testemunho de vida muito grande. Então devem levar os adolescentes, amigos, familiares para assisti-lo. É um filme que desperta a igreja também, que mostra para a igreja o quanto ainda precisamos trabalhar, o quanto tem gente precisando da gente. Mostra uma realidade que a igreja precisa ver e que, às vezes, não enxerga esse invisível. Por isso é importante que todos vejam.
8. Como a cosmovisão cristã pode contribuir para o cinema?
Toda obra de arte, seja cristã ou não, ela traz um certo discurso do realizador, do artista para dialogar com o mundo. Uma mensagem que ele quer passar para o espectador, seja sobre o meio ambiente, seja sobre leis morais, seja sobre outros assuntos diversos. E eu, como realizador de cinema, procuro falar o que acredito. O que acredito é o que o Bíblia diz e o cristianismo me traz. Na minha vida como diretor de cinema, roteirista, eu procuro contribuir com a minha cosmovisão para produzir projetos, produzir filmes que tragam transformação. Então acho que o cinema é uma ferramenta poderosíssima para propagar a mensagem do Evangelho. Hollywood já sabia que é uma ferramenta poderosíssima, e estamos um pouco atrasados em relação à Hollywood porque por muito tempo a gente “demonizou” o cinema. Mas o cinema pode trazer mensagens positivas, mensagens de transformação de fé, tanto que Jesus falava por parábolas, Jesus usava histórias para falar com o povo e o cinema é uma ferramenta para isso.
9. Você é um cineasta cristão ou um cristão cineasta? Há diferenças?
Sou um cristão. Acho que a pessoa tem que ser cristão independemente da profissão que ele exerça. Sou cristão em qualquer ambiente que eu esteja, em qualquer momento. Levo os ensinamentos que estão na Bíblia, que eu aprendo com Cristo. Assim como não gosto de rotular um filme como “cristão”, não gosto de me rotular. Faço os filmes com o que vivo, com o que penso, com o que vejo.
***
Crack no Brasil
Segundo pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicada em 2014, no Brasil, há cerca de 370 mil usuários regulares dependentes do crack, número que corresponde a 0,8% da população das capitais do país e a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nessas cidades.
Do total de dependentes de crack, cerca de 14% são crianças e adolescentes, o que equivale a mais de 50 mil usuários. No entanto, alguns estudiosos calculam que essa realidade pode ser até três vezes maior. Ainda de acordo com o estudo, 78,9% dos usuários da droga desejam se tratar, mas falta acesso a algum tipo de tratamento.
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Entrevista com os diretores do filme Miguel Nagle e Josy Antunes no podcast Irmaos.com
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Crack – o monstro de boca aberta
Drogas – como evitar: princípios para pais e educadores (e-book gratuito)
Drogas: o pecado de Lúcifer
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2. Miguel Nagle (à esquerda) conversando com os atores Caio Blat e Caíque Oliveira
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