Opinião
- 18 de março de 2009
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O debate sobre religião e ciência -- uma introdução*
Essa ordem não é apenas bela, mas também profundamente frutífera. O universo como nós o conhecemos começou a 13.7 bilhões de anos atrás, essencialmente como uma bola de energia quase uniforme, em expansão. Hoje o universo é rico e complexo, com santos e cientistas entre seus habitantes. Esse fato em si mesmo sugere que algo vem acontecendo na história cósmica que vai além do que a ciência pode dizer; mas além disso, a compreensão científica dos processos evolucionários dessa história tem mostrado que o cosmo era desde o início prenhe de potencial para a vida baseada em carbono. As leis básicas da natureza, em seu caráter atual, tiveram que assumir uma forma quantitativa específica para possibilitar a emergência da vida em algum local do universo. Esse ajuste-fino (fine-tuning) dos parâmetros fundamentais é usualmente denominado Princípio Antrópico.1 Um mundo capaz de produzir seres autoconscientes é um universo muito específico, de fato. Esta especificidade cósmica levanta a segunda metaquestão, sobre por que isto deveria ser assim. O ajuste-fino Antrópico veio como um choque para muitos cientistas. Eles tendem a preferir o geral ao particular, sendo então inclinados a supor que não haveria nada de muito especial sobre o nosso mundo.
A Teologia Natural enxerga o potencial antrópico como um dom que o Criador deu à criação. Aqueles que recusam esta idéia são levados, ou a considerar o ajuste-fino como outro acidente incrivelmente feliz, ou a abraçar a extraordinária suposição de que há, de fato, um vasto multiverso composto de muitíssimos universos bem diferentes, mas que apenas um é observável por nós, sendo o nosso universo, por puro acaso, aquele no qual as circunstâncias permitiram o desenvolvimento da vida baseada em carbono.
Criação
A doutrina da criação não diz respeito primariamente a como as coisas começaram, mas por que elas existem. Deus é visto como ordenador e sustentador do cosmo, sendo o seu Criador hoje, tanto quanto o era na época do Big Bang (o qual é cientificamente interessante, mas não é teologicamente crítico). Essa compreensão da realidade leva à visão de que a criação é um processo em contínuo desdobramento, no qual Deus age tanto por meio dos resultados do processo natural quanto por qualquer outro meio. Um diálogo frutífero entre a ciência e a religião deve ser baseado nessa compreensão da criação.
A ciência tem muito a contribuir para o diálogo interdisciplinar, por meio do quadro que ela pode fornecer do processo e da história do universo. Sua contribuição mais importante é o conceito evolucionário da emergência de novidade em regimes onde regularidade regrada (antrópica) e especificidade acidental interagem. A interação de acaso e necessidade “na margem do caos” (um domínio de processos caracterizados pelo entrelaçamento de graus de ordem com sensibilidade a pequenas influências) tem operado em muitos níveis, da evolução cósmica das estrelas e galáxias, à familiar história biológica do aumento da complexidade da vida terrestre.
A Teologia Natural enxerga o potencial antrópico como um dom que o Criador deu à criação. Aqueles que recusam esta idéia são levados, ou a considerar o ajuste-fino como outro acidente incrivelmente feliz, ou a abraçar a extraordinária suposição de que há, de fato, um vasto multiverso composto de muitíssimos universos bem diferentes, mas que apenas um é observável por nós, sendo o nosso universo, por puro acaso, aquele no qual as circunstâncias permitiram o desenvolvimento da vida baseada em carbono.
Criação
A doutrina da criação não diz respeito primariamente a como as coisas começaram, mas por que elas existem. Deus é visto como ordenador e sustentador do cosmo, sendo o seu Criador hoje, tanto quanto o era na época do Big Bang (o qual é cientificamente interessante, mas não é teologicamente crítico). Essa compreensão da realidade leva à visão de que a criação é um processo em contínuo desdobramento, no qual Deus age tanto por meio dos resultados do processo natural quanto por qualquer outro meio. Um diálogo frutífero entre a ciência e a religião deve ser baseado nessa compreensão da criação.
A ciência tem muito a contribuir para o diálogo interdisciplinar, por meio do quadro que ela pode fornecer do processo e da história do universo. Sua contribuição mais importante é o conceito evolucionário da emergência de novidade em regimes onde regularidade regrada (antrópica) e especificidade acidental interagem. A interação de acaso e necessidade “na margem do caos” (um domínio de processos caracterizados pelo entrelaçamento de graus de ordem com sensibilidade a pequenas influências) tem operado em muitos níveis, da evolução cósmica das estrelas e galáxias, à familiar história biológica do aumento da complexidade da vida terrestre.
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