Opinião
- 13 de outubro de 2014
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“O Compromisso da Cidade do Cabo” e nossa identidade
Chris Wright, missiólogo e autor irlandês, foi o preletor principal do 7º Congresso Brasileiro de Missões, ocorrido na semana passada (6 a 10 de outubro), em Águas de Lindóia (SP). Ele, que é autor de O Deus Que Eu Não Entendo, ofereceu uma oficina sobre “O Compromisso da Cidade do Cabo”, documento resultante da terceira conferência do Movimento de Lausanne (Lausanne 3), realizado na Cidade do Cabo, África do Sul, em outubro de 2010. O documento é dividido em duas partes, sendo que a primeira foi a qual ele expôs com mais detalhes.
A primeira parte fala sobre o nosso compromisso de fé, enquanto a segunda fala sobre o chamado da igreja à ação. Diante dessas duas partes, duas comparações rápidas podem ser detectadas: primeiramente, o balanço integral entre fé e prática, ou ortodoxia e ortopraxia. É notório também fazer o relacionamento entre o estilo paulino de escrever, como exemplo as cartas aos Romanos e aos Efésios, em que ele pondera a sã doutrina, apresentando a razão da nossa fé, e depois chamando seus leitores para praticar o que lhes fora transmitido através de seus ensinamentos.
Ouvir Wright falar e expor “O Compromisso da Cidade do Cabo” foi uma excelente oportunidade de conectar-me com a ecumenicidade evangélica presente e também global. Wright deu um pequeno pano de fundo do documento, o qual saiu inicialmente de sua pena, quando passou uma semana no País de Gales, em uma pequena casa de John R. W. Stott, local onde o grande expoente do Movimento de Lausanne usava para escrever suas obras conhecidas mundialmente. Tal esboço do documento foi posteriormente apresentado aos demais participantes do evento na Cidade do Cabo.
A primeira parte é para ser considerada uma declaração de fé renovada por todos os que subscrevem o Pacto de Lausanne. O seu foco central está relacionado com o Grande Mandamento de Jesus Cristo: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Sendo assim, a primeira parte contém dez declarações sob o título “Para o Senhor que amamos: o nosso compromisso de fé”, o qual segue a seguinte fórmula: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro, Nós amamos ao Deus vivo... ao Deus Pai... ao Deus Filho... ao Deus Espírito Santo... a Palavra de Deus... o mundo de Deus... o Evangelho de Deus... o povo de Deus... a Missão de Deus”.
Wright capitalizou no foco central daquilo que faz o crente evangélico no que ele realmente é: evangelical. Assim, ele expôs o documento dentro daqueles parâmetros: o evangelical tem quatro pilares que o afirma como tal: 1) a Bíblia, por ser a Palavra de Deus; 2) Jesus Cristo por ser o Senhor e Cristo; 3) o Evangelho, por ser a mensagem, a verdade que nos traz a salvação eterna, 4) e a Missão da Igreja, que nos faz engajados com o plano salvífico de Deus para o mundo. Wright nos trouxe extensiva, porém sucinta, elaboração em cada um desses pontos cardeais da fé evangélica.
Ele concluiu sua exposição falando brevemente sobre a segunda parte do documento, a qual conclama a igreja a agir, que tem o seguinte título: “Para o mundo que servimos: o chamado à ação da Cidade do Cabo”. Esse chamado ao compromisso prático de nossa fé abrange várias áreas importantes, as quais nos leva a um engajamento de amor para com o mundo de Deus: como testemunhar “a verdade de Cristo num mundo globalizado e pluralista”, servindo como pacificadores, vivendo uma ética cristã no meio do mundo pluralista, evangelismo mundial, vida de integridade e simplicidade em volta à humildade, e também como construir parcerias que levam à unidade no esforço missionário.
“O Compromisso da Cidade do Cabo” deve ser recebido pela Igreja evangelical como um renovado compromisso de fé e prática para um esforço missionário mundial.
• Ehud Marques Garcia é PhD em Estudos Interculturais pelo Seminário Teológico Fuller, Pasadena, Califórnia (EUA). É pastor evangélico presbiteriano e serviu como missionário nos Estados Unidos, Canadá e Rússia. Atualmente, é diretor acadêmico do Centro Evangélico de Missões (CEM).
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A primeira parte fala sobre o nosso compromisso de fé, enquanto a segunda fala sobre o chamado da igreja à ação. Diante dessas duas partes, duas comparações rápidas podem ser detectadas: primeiramente, o balanço integral entre fé e prática, ou ortodoxia e ortopraxia. É notório também fazer o relacionamento entre o estilo paulino de escrever, como exemplo as cartas aos Romanos e aos Efésios, em que ele pondera a sã doutrina, apresentando a razão da nossa fé, e depois chamando seus leitores para praticar o que lhes fora transmitido através de seus ensinamentos.
Ouvir Wright falar e expor “O Compromisso da Cidade do Cabo” foi uma excelente oportunidade de conectar-me com a ecumenicidade evangélica presente e também global. Wright deu um pequeno pano de fundo do documento, o qual saiu inicialmente de sua pena, quando passou uma semana no País de Gales, em uma pequena casa de John R. W. Stott, local onde o grande expoente do Movimento de Lausanne usava para escrever suas obras conhecidas mundialmente. Tal esboço do documento foi posteriormente apresentado aos demais participantes do evento na Cidade do Cabo.
A primeira parte é para ser considerada uma declaração de fé renovada por todos os que subscrevem o Pacto de Lausanne. O seu foco central está relacionado com o Grande Mandamento de Jesus Cristo: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Sendo assim, a primeira parte contém dez declarações sob o título “Para o Senhor que amamos: o nosso compromisso de fé”, o qual segue a seguinte fórmula: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro, Nós amamos ao Deus vivo... ao Deus Pai... ao Deus Filho... ao Deus Espírito Santo... a Palavra de Deus... o mundo de Deus... o Evangelho de Deus... o povo de Deus... a Missão de Deus”.
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Ele concluiu sua exposição falando brevemente sobre a segunda parte do documento, a qual conclama a igreja a agir, que tem o seguinte título: “Para o mundo que servimos: o chamado à ação da Cidade do Cabo”. Esse chamado ao compromisso prático de nossa fé abrange várias áreas importantes, as quais nos leva a um engajamento de amor para com o mundo de Deus: como testemunhar “a verdade de Cristo num mundo globalizado e pluralista”, servindo como pacificadores, vivendo uma ética cristã no meio do mundo pluralista, evangelismo mundial, vida de integridade e simplicidade em volta à humildade, e também como construir parcerias que levam à unidade no esforço missionário.
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