Opinião
- 30 de julho de 2019
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O Combate ao tráfico humano como parte da missão da Igreja para a realização da Justiça
Por Flávia Salum Soares
A IJM é uma organização não governamental norte-americana e consiste na maior organização internacional antiescravagista do mundo. Seu trabalho de campo abrange 19 escritórios em diversos países, tais como Índia, Uganda, Tailândia, Filipinas, República Dominicana (RD), Bolívia, dentre outros. A sigla IJM refere-se ao nome em inglês, International Justice Mission, que significa Missão Internacional de Justiça e, como o próprio nome sugere, o seu objetivo é levar justiça às vítimas da ‘escravidão moderna’.
Atualmente, há mais de 40 milhões de pessoas no mundo em condições de escravidão. A escravidão contemporânea está relacionada à exploração e controle, seja laboral, sexual ou comercial sobre a vítima não se referindo mais à propriedade/posse de pessoas conforme se observava na escravidão do passado. No entanto, mesmo assumindo formas diferentes, a escravidão continua existindo e causando muito sofrimento a milhões de pessoas. Ainda que sua prática seja ilegal, ela consiste em uma indústria multibilionária gerando, aproximadamente, $150 bilhões de dólares anualmente. Ela pode ser revelada de várias formas como, por exemplo, através do trabalho ou casamento forçados, da servidão por dívida, e do tráfico humano. Este é um crime que envolve o recrutamento, transporte ou abrigamento de pessoas para fins de exploração, usando violência, engano, ameaças ou coerção. O tráfico pode ocorrer para fins de exploração laboral, comercial, criminal e sexual de crianças e adultos (prostituição forçada)1.
Na República Dominicana, o foco da IJM consiste no combate ao tráfico humano para fins de exploração sexual, cuja maioria das vítimas são crianças, com uma atuação em três frentes: investigação e operação de resgate das vítimas junto à polícia local; auxílio às autoridades judiciais para o aprisionamento, indiciamento e julgamento dos suspeitos; auxílio às autoridades para a restauração das vidas das vítimas. Tive a oportunidade de trabalhar voluntariamente por um ano como membro da equipe legal da IJM daquele país onde participei de operação de resgate, acompanhei audiências, colaborei mediante pesquisas e análise de dados para estratégia processual, e na elaboração de propostas para convênios e parcerias institucionais a fim de reforçar o compromisso no combate a tal crime. Como uma das experiências mais enriquecedoras que já tive, despertei para um nível mais profundo e excelente de se fazer justiça e trazer a Justiça a este mundo. Com base em valores cristãos e a crença no Evangelho, a IJM realiza um trabalho árduo, diligente e persistente não só contra o tráfico humano e a escravidão moderna, mas contra a injustiça social e a exploração dos mais vulneráveis, comprovando que a Igreja tem papel fundamental para a realização da Justiça e para a transformação de vidas, conforme o mote da Organização em Is 1:17.
1A modalidade desse crime tem aumentado absurdamente devido à facilidade de seu cometimento online. O escritório da IJM nas Filipinas tem seu trabalho focado para o cybersex trafficking.
• Flávia Salum Soares é advogada. Prof. DIP e DIDH, PhD em DIP, humanitária, pesquisadora com área de interesse em R2P, Refúgio e tráfico humano, conflitos entre árabes e Israel. Contato: flasalum@yahoo.com.
Leia mais:
» Tráfico de pessoas: o que a igreja pode fazer?
» Crianças são quase um terço de todas as vítimas de tráfico humano
A IJM é uma organização não governamental norte-americana e consiste na maior organização internacional antiescravagista do mundo. Seu trabalho de campo abrange 19 escritórios em diversos países, tais como Índia, Uganda, Tailândia, Filipinas, República Dominicana (RD), Bolívia, dentre outros. A sigla IJM refere-se ao nome em inglês, International Justice Mission, que significa Missão Internacional de Justiça e, como o próprio nome sugere, o seu objetivo é levar justiça às vítimas da ‘escravidão moderna’.
Atualmente, há mais de 40 milhões de pessoas no mundo em condições de escravidão. A escravidão contemporânea está relacionada à exploração e controle, seja laboral, sexual ou comercial sobre a vítima não se referindo mais à propriedade/posse de pessoas conforme se observava na escravidão do passado. No entanto, mesmo assumindo formas diferentes, a escravidão continua existindo e causando muito sofrimento a milhões de pessoas. Ainda que sua prática seja ilegal, ela consiste em uma indústria multibilionária gerando, aproximadamente, $150 bilhões de dólares anualmente. Ela pode ser revelada de várias formas como, por exemplo, através do trabalho ou casamento forçados, da servidão por dívida, e do tráfico humano. Este é um crime que envolve o recrutamento, transporte ou abrigamento de pessoas para fins de exploração, usando violência, engano, ameaças ou coerção. O tráfico pode ocorrer para fins de exploração laboral, comercial, criminal e sexual de crianças e adultos (prostituição forçada)1.
Na República Dominicana, o foco da IJM consiste no combate ao tráfico humano para fins de exploração sexual, cuja maioria das vítimas são crianças, com uma atuação em três frentes: investigação e operação de resgate das vítimas junto à polícia local; auxílio às autoridades judiciais para o aprisionamento, indiciamento e julgamento dos suspeitos; auxílio às autoridades para a restauração das vidas das vítimas. Tive a oportunidade de trabalhar voluntariamente por um ano como membro da equipe legal da IJM daquele país onde participei de operação de resgate, acompanhei audiências, colaborei mediante pesquisas e análise de dados para estratégia processual, e na elaboração de propostas para convênios e parcerias institucionais a fim de reforçar o compromisso no combate a tal crime. Como uma das experiências mais enriquecedoras que já tive, despertei para um nível mais profundo e excelente de se fazer justiça e trazer a Justiça a este mundo. Com base em valores cristãos e a crença no Evangelho, a IJM realiza um trabalho árduo, diligente e persistente não só contra o tráfico humano e a escravidão moderna, mas contra a injustiça social e a exploração dos mais vulneráveis, comprovando que a Igreja tem papel fundamental para a realização da Justiça e para a transformação de vidas, conforme o mote da Organização em Is 1:17.
1A modalidade desse crime tem aumentado absurdamente devido à facilidade de seu cometimento online. O escritório da IJM nas Filipinas tem seu trabalho focado para o cybersex trafficking.
• Flávia Salum Soares é advogada. Prof. DIP e DIDH, PhD em DIP, humanitária, pesquisadora com área de interesse em R2P, Refúgio e tráfico humano, conflitos entre árabes e Israel. Contato: flasalum@yahoo.com.
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