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- 15 de maio de 2008
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Negros evangélicos querem ouvir pedido de perdão das igrejas históricas
(ALC) Ao completar no dia 13 de maio 120 anos da abolição da escravatura no Brasil, organizações do movimento negro afirmam, em documento encaminhado às igrejas históricas, que esse é um processo inacabado. As igrejas, diz o manifesto, devem pedir perdão ao povo negro por sua participação e cumplicidade na escravidão e silêncio diante do racismo.
“A população negra está na margem da riqueza produzida pela sociedade brasileira, situação reforçada pelas igrejas na cumplicidade e omissão perante a escravidão e anos de racismo no Brasil”, destaca o texto. Vai chegar o momento em que as igrejas históricas vão ter que, necessariamente, tratar desse tema. “É um processo, e o movimento negro vai exigir um pedido de desculpas”, disse à ALC o presidente da Sociedade Cultural Missões Quilombo, Hernani Francisco da Silva.
O pedido de perdão deve vir acompanhado de ações afirmativas e reparações. No campo teológico, as organizações que assinam o documento propõem uma hermenêutica bíblica negra a partir da realidade do povo negro “e não como foi construída historicamente a partir de uma ideologia branca e masculina, que considera como único ponto de partida para a celebração os pressupostos ocidentais”, ignorando as expressões corporais, a mística e as tradições dos que vieram da África.
Para a superação do racismo o movimento negro propõe um programa de ação das igrejas na promoção do diálogo inter-religioso, e o acesso dos afro-descendentes nos seminários e cursos teológicos, a criação e fortalecimento das pastorais e dos ministérios de combate ao racismo. Pede, ainda, uma maior participação de afro-descendentes nos cargos diretivos das igrejas, ampliando o número de pastores, pastoras, bispos e bispas.
Não é a primeira vez que organizações do movimento negro vêm a público com a proposta de pedido de perdão dirigida às igrejas. Em 2006, a presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) respondeu ao presidente da Sociedade Cultural Missões Quilombo, Hernani Francisco da Silva, que estaria disposta a avaliar, em conjunto com igrejas-irmãs, a possibilidade de uma declaração conjunta com pedido de perdão ao povo negro.
Na mesma resposta, o pastor presidente Walter Altmann informou que a IECLB já se pronunciara sobre o assunto, através de dois textos: “Deus não é racista” e a declaração da IECLB alusiva aos 180 anos de suas primeiras comunidades.
O documento das organizações negras deste ano foi enviado para as igrejas Anglicana, Presbiteriana do Brasil, Presbiteriana Unida, Presbiteriana Independente, Luterana, Evangélica de Confissão Luterana, Metodista e Batista. Assinam o documento oito organizações negras, entre elas as Alianças de Negros e Negras Evangélicas do Brasil e o Fórum de Lideranças Negras Evangélicas.
Também receberam o documento o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
Fonte: www.alcnoticias.org
Leia o que Ultimato publicou sobre o assunto
• A negritude do retirante Silva, ed. 295
• O país de contrastes perversos, ed. 286
“A população negra está na margem da riqueza produzida pela sociedade brasileira, situação reforçada pelas igrejas na cumplicidade e omissão perante a escravidão e anos de racismo no Brasil”, destaca o texto. Vai chegar o momento em que as igrejas históricas vão ter que, necessariamente, tratar desse tema. “É um processo, e o movimento negro vai exigir um pedido de desculpas”, disse à ALC o presidente da Sociedade Cultural Missões Quilombo, Hernani Francisco da Silva.
O pedido de perdão deve vir acompanhado de ações afirmativas e reparações. No campo teológico, as organizações que assinam o documento propõem uma hermenêutica bíblica negra a partir da realidade do povo negro “e não como foi construída historicamente a partir de uma ideologia branca e masculina, que considera como único ponto de partida para a celebração os pressupostos ocidentais”, ignorando as expressões corporais, a mística e as tradições dos que vieram da África.
Para a superação do racismo o movimento negro propõe um programa de ação das igrejas na promoção do diálogo inter-religioso, e o acesso dos afro-descendentes nos seminários e cursos teológicos, a criação e fortalecimento das pastorais e dos ministérios de combate ao racismo. Pede, ainda, uma maior participação de afro-descendentes nos cargos diretivos das igrejas, ampliando o número de pastores, pastoras, bispos e bispas.
Não é a primeira vez que organizações do movimento negro vêm a público com a proposta de pedido de perdão dirigida às igrejas. Em 2006, a presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) respondeu ao presidente da Sociedade Cultural Missões Quilombo, Hernani Francisco da Silva, que estaria disposta a avaliar, em conjunto com igrejas-irmãs, a possibilidade de uma declaração conjunta com pedido de perdão ao povo negro.
Na mesma resposta, o pastor presidente Walter Altmann informou que a IECLB já se pronunciara sobre o assunto, através de dois textos: “Deus não é racista” e a declaração da IECLB alusiva aos 180 anos de suas primeiras comunidades.
O documento das organizações negras deste ano foi enviado para as igrejas Anglicana, Presbiteriana do Brasil, Presbiteriana Unida, Presbiteriana Independente, Luterana, Evangélica de Confissão Luterana, Metodista e Batista. Assinam o documento oito organizações negras, entre elas as Alianças de Negros e Negras Evangélicas do Brasil e o Fórum de Lideranças Negras Evangélicas.
Também receberam o documento o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
Fonte: www.alcnoticias.org
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