Opinião
- 23 de agosto de 2011
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Não sou vencedor
Descobri que não sou um vencedor. A igreja evangélica, ultimamente, vem batendo incessantemente nesta tecla: se você é crente, é obrigatoriamente um vencedor. Será?
Bom, tive algumas vitórias bem rumorosas, outras discretas. A algumas, credito a Deus; a outras, ao meu esforço, capacidade e empenho próprios. Também tive alguns fracassos retumbantes, e outros silenciosos. A alguns, credito ao mal externo (o diabo e o mundo); a outros, ao meu mal interno (minha carne e minha inabilidade).
Isso faz de mim uma pessoa comum. E é isso que a igreja evangélica, com todo o seu discurso triunfalista, quer mascarar, esconder. Quer criar, a todo custo, um exército de pessoas de bem com a vida, sem dores ou sofrimentos, usufruindo toda a alegria do céu aqui e agora. Deixaram todo e qualquer traço de epicurismo (ou mesmo estoicismo) para trás e abraçam, sem nenhuma restrição, o corpo moreno, suado e sexy do hedonismo. Aliás, essa mania de querer perseguir a felicidade a todo custo tem formado uma geração de gente estupidificada, alienada, egocêntrica e insensível. Somos um simples reflexo de nossa sociedade doente.
Quando vemos a Bíblia, não encontramos nela nenhum traço daquilo que é apregoado hoje em dia. Os vencedores que a Bíblia retrata em Hebreus 11 são pessoas comuns, usadas por Deus, mas que passaram tremendas angústias, ou tiveram até mesmo mortes violentas. O profeta Isaías teve seu corpo serrado ao meio; Tiago morreu no fio da espada; Paulo foi decapitado; Pedro, segundo nos conta a tradição, crucificado de cabeça para baixo. Isso sem falar de Jesus que, por desafiar todo o sistema religioso putrefato de seu tempo, foi pendurado na cruz, morte abjeta àqueles dias. Isso nos demonstra que todos aqueles que ousam desafiar o sistema religioso putrefato de nosso tempo também terão destino semelhante.
Sim, Jesus disse que passaríamos por aflições no mundo. Mas também disse que ele venceu, não nós, e sua vitória sobre o mundo foi a execução de seu propósito em sua morte. Sim, a Bíblia afirma que somos mais que vencedores. Mas o contexto de Romanos 8 não me autoriza a ser irresponsável e a apregoar um estilo de vida róseo. Em todas estas coisas, diz Paulo, somos mais que vencedores em Jesus. E que coisas são essas? Trata-se do mesmo argumento de Jesus, ou seja, a vitória sobre o mundo não é um carrão na garagem e uma vida livre de problemas, mas a nossa fé (1 Jo 5.4). Permanecer fiel, mesmo debaixo de uma saraivada de balas por todos os lados, mesmo depois que “companheiros de jornada” te abandonam, é uma vitória, e daquelas bem sobrenaturais.
Portanto, da próxima vez que resolver ouvir um daqueles mantras pegajosos que exaltem incessantemente o seu ego e que se esquecem de mencionar o Filho, pense em Jesus morrendo como um bandido. Lembre-se do profeta Oséias se casando com uma prostituta, em Jeremias perseguido por Pasur e jogado em uma cisterna. Mas, principalmente, pense como apostatamos de modo ruidoso e contínuo da simplicidade do Crucificado, indo atrás da doce mensagem de Baal, apregoada por pastores-vendedores-popstars da moda. Caso não sinta nenhum arrependimento ou tristeza com isto, é sinal que Javé não faz mais diferença, e Baal é sua nova realidade.
Bom, tive algumas vitórias bem rumorosas, outras discretas. A algumas, credito a Deus; a outras, ao meu esforço, capacidade e empenho próprios. Também tive alguns fracassos retumbantes, e outros silenciosos. A alguns, credito ao mal externo (o diabo e o mundo); a outros, ao meu mal interno (minha carne e minha inabilidade).
Isso faz de mim uma pessoa comum. E é isso que a igreja evangélica, com todo o seu discurso triunfalista, quer mascarar, esconder. Quer criar, a todo custo, um exército de pessoas de bem com a vida, sem dores ou sofrimentos, usufruindo toda a alegria do céu aqui e agora. Deixaram todo e qualquer traço de epicurismo (ou mesmo estoicismo) para trás e abraçam, sem nenhuma restrição, o corpo moreno, suado e sexy do hedonismo. Aliás, essa mania de querer perseguir a felicidade a todo custo tem formado uma geração de gente estupidificada, alienada, egocêntrica e insensível. Somos um simples reflexo de nossa sociedade doente.
Quando vemos a Bíblia, não encontramos nela nenhum traço daquilo que é apregoado hoje em dia. Os vencedores que a Bíblia retrata em Hebreus 11 são pessoas comuns, usadas por Deus, mas que passaram tremendas angústias, ou tiveram até mesmo mortes violentas. O profeta Isaías teve seu corpo serrado ao meio; Tiago morreu no fio da espada; Paulo foi decapitado; Pedro, segundo nos conta a tradição, crucificado de cabeça para baixo. Isso sem falar de Jesus que, por desafiar todo o sistema religioso putrefato de seu tempo, foi pendurado na cruz, morte abjeta àqueles dias. Isso nos demonstra que todos aqueles que ousam desafiar o sistema religioso putrefato de nosso tempo também terão destino semelhante.
Sim, Jesus disse que passaríamos por aflições no mundo. Mas também disse que ele venceu, não nós, e sua vitória sobre o mundo foi a execução de seu propósito em sua morte. Sim, a Bíblia afirma que somos mais que vencedores. Mas o contexto de Romanos 8 não me autoriza a ser irresponsável e a apregoar um estilo de vida róseo. Em todas estas coisas, diz Paulo, somos mais que vencedores em Jesus. E que coisas são essas? Trata-se do mesmo argumento de Jesus, ou seja, a vitória sobre o mundo não é um carrão na garagem e uma vida livre de problemas, mas a nossa fé (1 Jo 5.4). Permanecer fiel, mesmo debaixo de uma saraivada de balas por todos os lados, mesmo depois que “companheiros de jornada” te abandonam, é uma vitória, e daquelas bem sobrenaturais.
Portanto, da próxima vez que resolver ouvir um daqueles mantras pegajosos que exaltem incessantemente o seu ego e que se esquecem de mencionar o Filho, pense em Jesus morrendo como um bandido. Lembre-se do profeta Oséias se casando com uma prostituta, em Jeremias perseguido por Pasur e jogado em uma cisterna. Mas, principalmente, pense como apostatamos de modo ruidoso e contínuo da simplicidade do Crucificado, indo atrás da doce mensagem de Baal, apregoada por pastores-vendedores-popstars da moda. Caso não sinta nenhum arrependimento ou tristeza com isto, é sinal que Javé não faz mais diferença, e Baal é sua nova realidade.
Casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, é autor de "Princípios Esquecidos" (Editora AGBooks).
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