Opinião
- 22 de setembro de 2009
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Não somos perfeitos
João Thiago da Cunha Netto
Não sei se você já teve esta sensação: diante de alguém que fala mal de algo que você ama você fica sem reação porque, no fundo do seu coração, você sabe que a pessoa está certa e, por mais que te machuque, você não pode fazer nada, pois concordar com os fatos é mais forte do que sua própria vontade.
Tive esta sensação ao ler Salvos da Perfeição, de Elienai Cabral Júnior. Ele, filho de pastores, cresceu “na fé” e conhece a igreja por dentro. Porém, não fala de bastidores sujos, mas de uma realidade ainda pior: a igreja falhou.
A igreja falhou em sua missão de alimentar os famintos, curar os enfermos, dar liberdade aos cativos.
Mas por que ela errou? Por nossa causa. Nós, que não fomos atentos à palavra de Deus e à força da sua vontade. Não entendemos o que ele nos dizia e criamos uma imagem de Deus diferente do que ele é de verdade. E o autor deste livro entende que fizemos isso.
Sua crítica é concisa e objetiva. Cáustica por vezes, contudo sempre sólida e consistente, o que faz com que seja ainda mais dolorida. O livro é contemporâneo, falando de como os nossos problemas pessoais influem em nossa visão de Deus e em nossa interação com a instituição igreja. Elienai nos mostra o quanto falhamos conosco mesmos enquanto não entendemos que não somos perfeitos, e sim humanos cheios de falhas, e que, exatamente por isso, Deus nos ama mais que tudo.
Jesus, para o autor, não é apenas um interventor de Deus no meio da humanidade. Ele é a própria humanidade de um Deus perfeito, que se faz imperfeito para se assemelhar a nós e nos levar de volta até ele.
Não é leitura fácil. Elienai desconstrói a igreja, Deus, Jesus e, por fim, nós, que pensamos na perfeição como sendo a nossa meta. Desconstrução é um processo longo, árduo e apenas permitido aos que têm a capacidade de olhar a vida por diferentes ângulos, sem preconceitos e abertos a novos paradigmas e pontos de vista.
Para mim, a leitura foi um parto. Um parto de uma nova visão de igreja, mais próxima do que Deus definiu que ela seria. Mais próxima de cumprir seu papel de diminuir o sofrimento na terra. Mais próxima da felicidade.
• João Thiago da Cunha Netto, casado com Fernanda, é jornalista e escreve no blog www.webbencao.blogspot.com e no site www.jornallivrearbitrio.com. Escreveu o blog-livro www.larinterior.blogspot.com. Atua como evangelista na Igreja Apostólica Batista Projeto Céu, em Santos, SP.
Para saber mais sobre “Salvos da Perfeição” clique aqui.
Acesse também o Hot-Site do livro.
Não sei se você já teve esta sensação: diante de alguém que fala mal de algo que você ama você fica sem reação porque, no fundo do seu coração, você sabe que a pessoa está certa e, por mais que te machuque, você não pode fazer nada, pois concordar com os fatos é mais forte do que sua própria vontade.
Tive esta sensação ao ler Salvos da Perfeição, de Elienai Cabral Júnior. Ele, filho de pastores, cresceu “na fé” e conhece a igreja por dentro. Porém, não fala de bastidores sujos, mas de uma realidade ainda pior: a igreja falhou.
A igreja falhou em sua missão de alimentar os famintos, curar os enfermos, dar liberdade aos cativos.
Mas por que ela errou? Por nossa causa. Nós, que não fomos atentos à palavra de Deus e à força da sua vontade. Não entendemos o que ele nos dizia e criamos uma imagem de Deus diferente do que ele é de verdade. E o autor deste livro entende que fizemos isso.
Sua crítica é concisa e objetiva. Cáustica por vezes, contudo sempre sólida e consistente, o que faz com que seja ainda mais dolorida. O livro é contemporâneo, falando de como os nossos problemas pessoais influem em nossa visão de Deus e em nossa interação com a instituição igreja. Elienai nos mostra o quanto falhamos conosco mesmos enquanto não entendemos que não somos perfeitos, e sim humanos cheios de falhas, e que, exatamente por isso, Deus nos ama mais que tudo.
Jesus, para o autor, não é apenas um interventor de Deus no meio da humanidade. Ele é a própria humanidade de um Deus perfeito, que se faz imperfeito para se assemelhar a nós e nos levar de volta até ele.
Não é leitura fácil. Elienai desconstrói a igreja, Deus, Jesus e, por fim, nós, que pensamos na perfeição como sendo a nossa meta. Desconstrução é um processo longo, árduo e apenas permitido aos que têm a capacidade de olhar a vida por diferentes ângulos, sem preconceitos e abertos a novos paradigmas e pontos de vista.
Para mim, a leitura foi um parto. Um parto de uma nova visão de igreja, mais próxima do que Deus definiu que ela seria. Mais próxima de cumprir seu papel de diminuir o sofrimento na terra. Mais próxima da felicidade.
• João Thiago da Cunha Netto, casado com Fernanda, é jornalista e escreve no blog www.webbencao.blogspot.com e no site www.jornallivrearbitrio.com. Escreveu o blog-livro www.larinterior.blogspot.com. Atua como evangelista na Igreja Apostólica Batista Projeto Céu, em Santos, SP.
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