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- 05 de junho de 2020
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Mulheres na ciência: como elas têm lutado por oportunidades em meio aos desafios
Por Vanessa Oliveira
Segundo dados divulgados pela UNESCO1 em 2019, apenas 28% dos pesquisadores são mulheres. Esse índice é cada vez menor em cargos de alta hierarquia, principalmente quando envolvem importantes tomadas de decisão. O trabalho de mulheres cientistas é pouco reconhecido e valorizado. Ainda são necessários incentivo e estímulo às pesquisadoras que lutam por reconhecimento pelo trabalho que realizam.
No Brasil
A situação não é diferente no nosso país. Cientistas precisam lutar por respeito e reconhecimento na sua área. Várias mulheres foram destaque na história da ciência no Brasil, como pioneiras em estudos ou na atualidade. Conheça algumas delas:
A paulista Sonja Ashauer foi incentivada desde a infância pelos pais para estudar temas relacionados à ciência. Em 1942, ela completou a graduação na Faculdade de São Paulo e, em 1944, foi contratada como a primeira assistente de física teórica na USP. Em 1945, Sonja teve a oportunidade de estudar na Universidade de Cambridge sob orientação de Paul Dirac, ganhador do Nobel da Física. Mesmo com muitas dificuldades, Sonja insistiu nas pesquisas e se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar um título internacional de doutorado em Física. Sonja morreu em 1948, aos 25 anos.
As biomédicas Jaqueline Goes, Ingra Morales, Flávia Salles e a farmacêutica Erika Manuli, são pesquisadoras da Faculdade de Medicina da USP, no Instituto Adolfo Lutz. Juntas, decifraram a amostra do primeiro caso de infecção da Covid-19 na América Latina, sequenciando a estrutura do vírus. O grupo é liderado pela médica Ester Sabino, 60 anos, e composta por mais quatro mulheres e um homem. “Este trabalho também mostra que é possível, sim, ter uma pesquisa conduzida por mulheres e no laboratório uma ajuda a outra, somos organizadas e estamos preparadas para fazer o trabalho rapidamente”, afirma Ester.
Incentivo e visibilidade
O L’Oréal-UNESCO For Women in Science é o primeiro programa dedicado a mulheres cientistas no mundo. Há 22 anos, anualmente, premia cinco pesquisadoras, uma de cada região do mundo, com uma bolsa-auxílio de 100 mil dólares. No Brasil, A L’Oréal promove, desde 2006, em parceria com a UNESCO Brasil e com a Academia Brasileira de Ciências, o Programa Para Mulheres na Ciência. A cada ano, sete pesquisadoras de diversas áreas de atuação são contempladas com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais. A recompensa vai além do incentivo financeiro: com o reconhecimento, as cientistas podem dar prosseguimento em seus estudos e desenvolver da ciência no país.
A organização Gênero e Número criou um projeto que busca dar visibilidade a mulheres pesquisadoras de diferentes áreas. A iniciativa Open Box da Ciência reuniu dados oficiais sobre o perfil de pesquisadoras na ciência brasileira em uma plataforma digital gratuita e acessível ao público. Além de dados e reportagens sobre a trajetória das cientistas, pode-se descobrir quais foram as referências femininas destacadas por elas.
Assista ao vídeo e conheça mais a plataforma Open Box da Ciência:
Nota
1. UNESCO: Mulheres são apenas 28% das pesquisadoras em todo o mundo
Segundo dados divulgados pela UNESCO1 em 2019, apenas 28% dos pesquisadores são mulheres. Esse índice é cada vez menor em cargos de alta hierarquia, principalmente quando envolvem importantes tomadas de decisão. O trabalho de mulheres cientistas é pouco reconhecido e valorizado. Ainda são necessários incentivo e estímulo às pesquisadoras que lutam por reconhecimento pelo trabalho que realizam.
Com o objetivo de divulgar e apoiar o movimento feminino na ciência, a Christianity Today entrevistou doze mulheres cristãs, respeitadas em suas áreas, que contam um pouco dos desafios de sua trajetória. Conheça a história e atuação de algumas delas:
Mercy Akinyi, veterinária e bióloga
O objeto de pesquisa de Mercy é os babuínos. Ela estuda como as doenças começam, progridem e são transmitidas às pessoas, sempre com o objetivo de manter saudáveis as populações de primatas, prevenindo doenças em populações humanas naquele habitat. "Eu gostaria de ser um modelo para muitas jovens mulheres africanas nesses campos", afirma Mercy, que é veterinária do Instituto de Pesquisa de Primatas em Nairóbi, África.
Erica Carlson, física
Para Erica, que trabalha com o estudo de elétrons e materiais quânticos para serem aplicados a novas tecnologias, uma das maiores barreiras para mulheres cientistas é conciliar a vida familiar. No seu caso, conta que teve que se mudar de cidades e posições diversas vezes antes de se fixar. "Quantos homens você conhece que estariam dispostos a seguir a esposa por quatro mudanças de carreira em dez anos?" perguntou. A pesquisadora afirma: “Deus chama o corpo de Cristo em todos os lugares nas estruturas da sociedade. Afinal, meus amigos cientistas precisam saber que Jesus os ama.
Jessica Moerman, paleoclimatologista
Jessica conta que se sentia chamada por Deus, mas não sabia como servir o reino sendo estudante de geologia. Depois de perceber, em uma palestra, como a criação revela pistas sobre a história da Terra, encontrou a resposta para sua questão.
Atualmente, Jessica é membro de políticas de ciência e tecnologia da Associação Americana para o Avanço da Ciência – AAAS, sigla em inglês. "Adoro trabalhar nessas grandes equipes para responder a perguntas realmente grandes e espinhosas, onde [as respostas] só podem vir de pessoas trabalhando juntas", disse ela.
Maria dos Anjos La Torre Cuadros, etnobotânica
A peruana Maria é cientista da organização de conservação cristã A Rocha e trabalha em comunidades nativas locais a fim de construir ecossistemas sustentáveis. Segundo ela, "Entendo o amor infinito de Deus ao ver a criação”. No começo de sua carreira, não teve apoio da igreja que frequentava, pelas suas muitas viagens e ausência nas programações; porém, agora, em uma nova congregação, sente o cuidado e amparo dos irmãos em viagens e projetos da profissão.
Mercy Akinyi, veterinária e bióloga
O objeto de pesquisa de Mercy é os babuínos. Ela estuda como as doenças começam, progridem e são transmitidas às pessoas, sempre com o objetivo de manter saudáveis as populações de primatas, prevenindo doenças em populações humanas naquele habitat. "Eu gostaria de ser um modelo para muitas jovens mulheres africanas nesses campos", afirma Mercy, que é veterinária do Instituto de Pesquisa de Primatas em Nairóbi, África.
Erica Carlson, física
Para Erica, que trabalha com o estudo de elétrons e materiais quânticos para serem aplicados a novas tecnologias, uma das maiores barreiras para mulheres cientistas é conciliar a vida familiar. No seu caso, conta que teve que se mudar de cidades e posições diversas vezes antes de se fixar. "Quantos homens você conhece que estariam dispostos a seguir a esposa por quatro mudanças de carreira em dez anos?" perguntou. A pesquisadora afirma: “Deus chama o corpo de Cristo em todos os lugares nas estruturas da sociedade. Afinal, meus amigos cientistas precisam saber que Jesus os ama.
Jessica Moerman, paleoclimatologista
Jessica conta que se sentia chamada por Deus, mas não sabia como servir o reino sendo estudante de geologia. Depois de perceber, em uma palestra, como a criação revela pistas sobre a história da Terra, encontrou a resposta para sua questão.
Atualmente, Jessica é membro de políticas de ciência e tecnologia da Associação Americana para o Avanço da Ciência – AAAS, sigla em inglês. "Adoro trabalhar nessas grandes equipes para responder a perguntas realmente grandes e espinhosas, onde [as respostas] só podem vir de pessoas trabalhando juntas", disse ela.
Maria dos Anjos La Torre Cuadros, etnobotânica
A peruana Maria é cientista da organização de conservação cristã A Rocha e trabalha em comunidades nativas locais a fim de construir ecossistemas sustentáveis. Segundo ela, "Entendo o amor infinito de Deus ao ver a criação”. No começo de sua carreira, não teve apoio da igreja que frequentava, pelas suas muitas viagens e ausência nas programações; porém, agora, em uma nova congregação, sente o cuidado e amparo dos irmãos em viagens e projetos da profissão.
No Brasil
A situação não é diferente no nosso país. Cientistas precisam lutar por respeito e reconhecimento na sua área. Várias mulheres foram destaque na história da ciência no Brasil, como pioneiras em estudos ou na atualidade. Conheça algumas delas:
A paulista Sonja Ashauer foi incentivada desde a infância pelos pais para estudar temas relacionados à ciência. Em 1942, ela completou a graduação na Faculdade de São Paulo e, em 1944, foi contratada como a primeira assistente de física teórica na USP. Em 1945, Sonja teve a oportunidade de estudar na Universidade de Cambridge sob orientação de Paul Dirac, ganhador do Nobel da Física. Mesmo com muitas dificuldades, Sonja insistiu nas pesquisas e se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar um título internacional de doutorado em Física. Sonja morreu em 1948, aos 25 anos.
As biomédicas Jaqueline Goes, Ingra Morales, Flávia Salles e a farmacêutica Erika Manuli, são pesquisadoras da Faculdade de Medicina da USP, no Instituto Adolfo Lutz. Juntas, decifraram a amostra do primeiro caso de infecção da Covid-19 na América Latina, sequenciando a estrutura do vírus. O grupo é liderado pela médica Ester Sabino, 60 anos, e composta por mais quatro mulheres e um homem. “Este trabalho também mostra que é possível, sim, ter uma pesquisa conduzida por mulheres e no laboratório uma ajuda a outra, somos organizadas e estamos preparadas para fazer o trabalho rapidamente”, afirma Ester.
Incentivo e visibilidade
O L’Oréal-UNESCO For Women in Science é o primeiro programa dedicado a mulheres cientistas no mundo. Há 22 anos, anualmente, premia cinco pesquisadoras, uma de cada região do mundo, com uma bolsa-auxílio de 100 mil dólares. No Brasil, A L’Oréal promove, desde 2006, em parceria com a UNESCO Brasil e com a Academia Brasileira de Ciências, o Programa Para Mulheres na Ciência. A cada ano, sete pesquisadoras de diversas áreas de atuação são contempladas com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais. A recompensa vai além do incentivo financeiro: com o reconhecimento, as cientistas podem dar prosseguimento em seus estudos e desenvolver da ciência no país.
A organização Gênero e Número criou um projeto que busca dar visibilidade a mulheres pesquisadoras de diferentes áreas. A iniciativa Open Box da Ciência reuniu dados oficiais sobre o perfil de pesquisadoras na ciência brasileira em uma plataforma digital gratuita e acessível ao público. Além de dados e reportagens sobre a trajetória das cientistas, pode-se descobrir quais foram as referências femininas destacadas por elas.
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Nota
1. UNESCO: Mulheres são apenas 28% das pesquisadoras em todo o mundo
Vanessa Oliveira tem 25 anos e é auxiliar editorial na Editora Ultimato.
- Textos publicados: 63 [ver]
- 05 de junho de 2020
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