Opinião
- 08 de março de 2018
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Mulheres: as conquistas dos últimos 50 anos e os desafios atuais
Por Isabelle Ludovico da Silva
Ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, não podemos deixar de agradecer a Deus pelas conquistas das mulheres nos últimos cinquenta anos. Como afirma o filósofo francês Gilles Lipovetsky, “nos últimos 50 anos, a condição feminina mudou mais do que a soma dos últimos milênios". Mas toda mudança gera crise, palavra que, em chinês, se escreve com um diagrama significando perigo e oportunidade.
De fato, a mulher vive um momento muito rico e ao mesmo tempo muito angustiante, pois permitiu-se sair do casulo e andar com as próprias pernas em vez de ter que esperar eternamente que um homem a carregue. Esta liberdade recentemente conquistada é inebriante, mas traz a responsabilidade de assumir as consequências de suas escolhas. Por isto, é necessário fazer um balanço para evitar vários atalhos e superar vários obstáculos.
>> Uma lista de leitura sobre mulheres <<
Durante séculos a mulher permaneceu à sombra do homem. Ela só conseguia algum reconhecimento como mãe ou através do aval de uma referência masculina. A partir dos anos 60, ela lutou por direitos iguais e provou sua capacidade profissional, alcançando todos os escalões no mercado e na política.
Nos primeiros anos, sua emancipação a obrigou a uma dupla jornada de trabalho, dentro e fora de casa. Ela ganhou voz própria, mas a competição com os homens a levou a assumir uma postura combativa e tornar-se muitas vezes uma caricatura do masculino. Protelou os projetos de maternidade a ponto de ter dificuldade de engravidar. Ficou estressada e candidata ao burn-out.
A nova geração está dividindo melhor com os homens as responsabilidades com os filhos e com a casa. Mas a mulher ainda tende a dedicar-se demais à sua carreira em detrimento de suas relações afetivas. Este desequilíbrio fragiliza suas relações amorosas e a taxa de divórcio tem aumentado assustadoramente. O número de lares brasileiros chefiados por mulheres saltou de 23% para 40% entre 1995 e 2015.
>> A dignificação do feminino em seis mulheres na Bíblia <<
Os salários ainda estão defasados. A violência contra a mulher é mais censurada pelas delegacias da mulher e pela Lei Maria da Penha, mas ainda assim se perpetua com índices alarmantes. O assédio começa a ser denunciado de forma mais veemente. Porém as relações entre homens e mulheres ainda são bastante assimétricas, mostrando a dificuldade de homens e mulheres construírem relações de respeito mútuo e parceria. A incidência alarmante do tráfico sexual denuncia esta distorção.
A igreja ainda resiste em admitir que o Espírito distribui os dons conforme lhe apraz e não conforme o sexo. Mais mulheres estão pregando e exercendo o pastorado. A força missionária é em maioria feminina. Mas, mesmo assim, os congressos e publicações ainda são majoritariamente reservados a preletores e escritores masculinos. Tive o privilegio de participar do livro Uma Nova Reforma (Mundo Cristão, 2017), mas éramos 4 mulheres e 19 homens!
Se antes a mulher era confinada no lar, hoje a sociedade a obriga a trabalhar fora. Parece que a mulher está começando a perceber que continua presa a padrões sociais e que é tempo de resgatar a sua feminilidade, ou seja, voltar a valorizar características essencialmente femininas que ela foi abandonando no afã de se tornar igual ao homem: apreciar e exercitar sua sensibilidade, intuição, capacidade de sentir empatia e compaixão, de ouvir e expressar afeto, seu lado nutritivo e seu interesse por relacionamentos pessoais, a doçura, o cuidado, a consciência ecológica.
>> Mulheres que conciliaram trabalho e pregação, contemplação e caridade <<
Ela precisa sair da competição e construir com o homem uma relação de parceria e companheirismo conforme o projeto original de Deus. Este é o tema do meu livro O resgate do Feminino: a força da sensibilidade e ternura em homens e mulheres (Editora Reflexão, 2010). O princípio feminino é o princípio da relação, do afeto, da intimidade, da intuição. É também a anima do homem, uma parte que a cultura o obrigou a reprimir.
O movimento feminista conseguiu promover uma maior igualdade entre homens e mulheres, mas está equivocado quando defende o aborto e o homossexualismo. Depois de focar no seu êxito profissional, as mulheres precisam olhar também para a sociedade para enxergar as necessidades à sua volta e se tornar cidadãs do Reino de Deus, promovendo os valores cristãos e dando sua contribuição na construção de um mundo mais justo, solidário e sustentável.
Para isto, elas precisam fundamentar a sua identidade na sua relação com Deus. Somente esta relação as capacita a quebrar as falsas identidades culturais para torná-las pessoas inteiras, catalisadoras de mudança, vozes proféticas e agentes de cura.
Ao celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, não podemos deixar de agradecer a Deus pelas conquistas das mulheres nos últimos cinquenta anos. Como afirma o filósofo francês Gilles Lipovetsky, “nos últimos 50 anos, a condição feminina mudou mais do que a soma dos últimos milênios". Mas toda mudança gera crise, palavra que, em chinês, se escreve com um diagrama significando perigo e oportunidade.
De fato, a mulher vive um momento muito rico e ao mesmo tempo muito angustiante, pois permitiu-se sair do casulo e andar com as próprias pernas em vez de ter que esperar eternamente que um homem a carregue. Esta liberdade recentemente conquistada é inebriante, mas traz a responsabilidade de assumir as consequências de suas escolhas. Por isto, é necessário fazer um balanço para evitar vários atalhos e superar vários obstáculos.
>> Uma lista de leitura sobre mulheres <<
Durante séculos a mulher permaneceu à sombra do homem. Ela só conseguia algum reconhecimento como mãe ou através do aval de uma referência masculina. A partir dos anos 60, ela lutou por direitos iguais e provou sua capacidade profissional, alcançando todos os escalões no mercado e na política.
Nos primeiros anos, sua emancipação a obrigou a uma dupla jornada de trabalho, dentro e fora de casa. Ela ganhou voz própria, mas a competição com os homens a levou a assumir uma postura combativa e tornar-se muitas vezes uma caricatura do masculino. Protelou os projetos de maternidade a ponto de ter dificuldade de engravidar. Ficou estressada e candidata ao burn-out.
A nova geração está dividindo melhor com os homens as responsabilidades com os filhos e com a casa. Mas a mulher ainda tende a dedicar-se demais à sua carreira em detrimento de suas relações afetivas. Este desequilíbrio fragiliza suas relações amorosas e a taxa de divórcio tem aumentado assustadoramente. O número de lares brasileiros chefiados por mulheres saltou de 23% para 40% entre 1995 e 2015.
>> A dignificação do feminino em seis mulheres na Bíblia <<
Os salários ainda estão defasados. A violência contra a mulher é mais censurada pelas delegacias da mulher e pela Lei Maria da Penha, mas ainda assim se perpetua com índices alarmantes. O assédio começa a ser denunciado de forma mais veemente. Porém as relações entre homens e mulheres ainda são bastante assimétricas, mostrando a dificuldade de homens e mulheres construírem relações de respeito mútuo e parceria. A incidência alarmante do tráfico sexual denuncia esta distorção.
A igreja ainda resiste em admitir que o Espírito distribui os dons conforme lhe apraz e não conforme o sexo. Mais mulheres estão pregando e exercendo o pastorado. A força missionária é em maioria feminina. Mas, mesmo assim, os congressos e publicações ainda são majoritariamente reservados a preletores e escritores masculinos. Tive o privilegio de participar do livro Uma Nova Reforma (Mundo Cristão, 2017), mas éramos 4 mulheres e 19 homens!
Se antes a mulher era confinada no lar, hoje a sociedade a obriga a trabalhar fora. Parece que a mulher está começando a perceber que continua presa a padrões sociais e que é tempo de resgatar a sua feminilidade, ou seja, voltar a valorizar características essencialmente femininas que ela foi abandonando no afã de se tornar igual ao homem: apreciar e exercitar sua sensibilidade, intuição, capacidade de sentir empatia e compaixão, de ouvir e expressar afeto, seu lado nutritivo e seu interesse por relacionamentos pessoais, a doçura, o cuidado, a consciência ecológica.
>> Mulheres que conciliaram trabalho e pregação, contemplação e caridade <<
Ela precisa sair da competição e construir com o homem uma relação de parceria e companheirismo conforme o projeto original de Deus. Este é o tema do meu livro O resgate do Feminino: a força da sensibilidade e ternura em homens e mulheres (Editora Reflexão, 2010). O princípio feminino é o princípio da relação, do afeto, da intimidade, da intuição. É também a anima do homem, uma parte que a cultura o obrigou a reprimir.
O movimento feminista conseguiu promover uma maior igualdade entre homens e mulheres, mas está equivocado quando defende o aborto e o homossexualismo. Depois de focar no seu êxito profissional, as mulheres precisam olhar também para a sociedade para enxergar as necessidades à sua volta e se tornar cidadãs do Reino de Deus, promovendo os valores cristãos e dando sua contribuição na construção de um mundo mais justo, solidário e sustentável.
Para isto, elas precisam fundamentar a sua identidade na sua relação com Deus. Somente esta relação as capacita a quebrar as falsas identidades culturais para torná-las pessoas inteiras, catalisadoras de mudança, vozes proféticas e agentes de cura.
Francesa de nascimento e brasileira de coração, é psicóloga e terapeuta sistêmica. Aprendeu com a filha a separar o lixo e com o filho um estilo de vida mais simples.
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