Opinião
- 09 de fevereiro de 2022
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Missa da Meia-Noite – o próprio Satanás se transforma em anjo de luz
Por Carlos Caldas
Atenção: contém spoiler
Missa da Meia-Noite – Midnight Mass no original – é uma produção de 2021 veiculada pelo canal de streaming Netflix. É criação do cineasta Mike Flanagan, que tem em seu currículo muitas produções do gênero terror, e é exatamente nessa categoria que Missa da Meia-Noite se insere. Terror definitivamente nunca foi e não é de modo algum meu gênero favorito, mas há quem goste. Não sem razão dizem que gosto não se discute... Todavia, justiça seja feita: o terror de Missa da Meia-Noite não é dos mais pesados. É um terror com elementos de drama, que levanta questionamentos importantes sobre como a crença religiosa – no caso da minissérie, a fé cristã – pode ser vivenciada, ou como instrumento de cura e graça ou como expressão das piores patologias e perversões que o ser humano é capaz de ser e cometer.
A narrativa é contada em sete episódios, chamados de “livros” cada um com cerca de uma hora de duração, todos tendo por título um livro bíblico:
Livro I: Gênesis
Livro II: Salmos
Livro III: Provérbios
Livro IV: Lamentações
Livro V: Evangelhos
Livro VI: Atos
Livro VII: Apocalipse
A escolha dos mencionados livros bíblicos para títulos dos capítulos não foi aleatória, pois o conteúdo de cada “livro” da minissérie capítulo/episódio se relaciona de alguma maneira ao livro bíblico que o intitula. A relação mais óbvia está justamente no primeiro – Gênesis, o início da narrativa – e no último – Apocalipse, o desfecho cataclísmico da história. Além dos títulos dos livros bíblicos, não há como não observar a quantidade de episódios: não são nem seis e nem oito, mas exatamente sete, número simbólico de perfeição na literatura bíblica. Outro ponto a ser observado é, no mínimo, curioso: brasileiros evangélicos que a assistirem identificarão muitos hinos entoados nas missas da Igreja de St. Patrick, que é central na trama.
De fato, o elemento religioso é central para que se entenda a minissérie. A história se passa na (fictícia) Ilha Crockett, que tem apenas 128 habitantes, ou seja, todo mundo se conhece. Quase todos na ilha são pescadores – de novo, uma referência aos textos bíblicos que apresentam quatro dos primeiros seguidores de Jesus como tendo sido desta mesma profissão. E quase todos são católicos, com a exceção notável do xerife da comunidade, um muçulmano que é viúvo e cria o filho único, um adolescente (mas há outras exceções, pois alguns moradores não são católicos praticantes, e Riley Flynn, um dos personagens principais, que se declara ateu). Com a chegada à ilha do mencionado Riley Flynn, após cumprir pena de quatro anos no continente por ter dirigido embriagado e provocar a morte de uma jovem em um acidente) e do jovem Padre Paul, bastante carismático, no sentido sociológico, não no teológico, coisas estranhas começam a acontecer. Algumas são boas, outras, nem tanto. Se por um lado acontecem milagres, com destaque para uma adolescente paraplégica que voltou a andar (ela fora alvejada por uma bala perdida disparada por um caçador que, tal como acontecera com Riley Flynn, estava embriagado), e para uma idosa com demência que rejuvenesce, ficando mais nova que sua filha, a médica da ilha, por outro lado, ao mesmo tempo, acontecem coisas terríveis: algumas pessoas desaparecem sem deixar vestígios e uma jovem grávida descobre que sua gestação simplesmente desaparece, sem que seja possível explicar como tal aconteceu. Esta situação chama a atenção, pois é exatamente o oposto da narrativa bíblica da encarnação do Verbo: em Mateus 1 e Lucas 1 uma gravidez acontece por obra divina, mas em Missa da Meia-Noite uma gravidez desaparece por obra demoníaca.
Com tudo isso acontecendo, as questões ligadas à fé serão centrais nos diálogos entre os moradores da ilha. Como seria de se esperar, se no início as missas celebradas pelo padre Paul são frequentadas por no máximo meia dúzia de fieis, mas com os “milagres” acontecendo, a igreja St. Patrick passa a ficar lotada em todas as reuniões. Mas como se trata de minissérie, não demora para que a narrativa de Flanagan “entregue” o que de fato está a acontecer na ilha: o jovem padre Paul na verdade é o velho Monsenhor Pruitt, que fora o pároco de St. Patrick por mais de quarenta anos. Como sinal de gratidão, os paroquianos pagaram-lhe uma excursão a Israel, para conhecer os lugares onde Jesus andou. Só que ele também estava apresentando sinais de demência, e, tendo se afastado do grupo de sua excursão, foi parar no deserto, e após uma tempestade de areia, descobriu uma caverna, onde recebeu a “visita” – entre muitas, muitas aspas – de um ser que julgou ser um anjo, uma criatura alada horrenda que se alimenta de sangue. Como consequência, ele rejuvenesceu, e voltou para os Estados Unidos, mas levou a criatura com ele. As palavras “vampiro” e “demônio” não são mencionadas nem uma vez em toda a narrativa, mas fica claro que a criatura é uma coisa ou outra (ou as duas ao mesmo tempo).
A partir de então, só coisas horríveis acontecem: se até então as homilias do padre Paul eram marcadas por acuidade bíblica saudável, a partir daí elas mudam radicalmente, pois os textos bíblicos passam a ser distorcidos da maneira mais grosseira e grotesca possível e o que é pior, com exceção da mãe da médica da ilha, ninguém percebe a violência hermenêutica que está sendo cometida, que na verdade é um processo de manipulação mental, psicológica e espiritual ao qual toda a população da ilha é submetida. A manipulação chega a ponto tal que quando o vampiro ou demônio sugador de sangue aparece na igreja na hora da missa e ataca uma pessoa, ninguém se espanta ou se assusta.
Mas o verdadeiro monstro da narrativa de Flanagan não é o vampiro demoníaco – ou demônio vampiresco. A pior manifestação da maldade na Ilha Crockett é Beverly – “Bev” – Keane, a principal líder leiga da Igreja St. Patrick. Em todas as suas falas ela cita versículos bíblicos, mas desde o primeiro episódio percebe-se que é uma pessoa mesquinha, egoísta, hipócrita, mentirosa, perversa, insensível, preconceituosa... é difícil achar um defeito de caráter que Bev Keane não tenha. Ela tem a Bíblia na cabeça, mas é amarga, cheia de ressentimentos, inescrupulosa e cruel. Bev é o exemplo perfeito de um aforisma muito conhecido de C. S. Lewis: “de todas as pessoas más, as religiosas são as piores”. No fim da narrativa os atacados pelo ser maligno levado à ilha pelo Padre Paul sabem que serão destruídos pela luz do sol nascente (eles foram “vampirizados”, e por isso não podem ser expostos à luz solar, que os destroi imediatamente) , mas esperam seu fim com serenidade, juntos na praia, cantando o conhecido hino protestante Nearer, My God, To Thee – no Brasil, “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti”. Mas Bev não – a reação dela ao saber da proximidade do fim é totalmente diferente. Enquanto os demais, que ela sempre criticou e desprezou, encaram o fim com calma e em paz, ela entra em desespero total, completo e absoluto. A diferença da reação dos moradores da ilha diante da certeza da morte que se aproxima rapidamente é notável. Na perspectiva cristã a morte, conquanto seja um “inimigo” (cf. 1Co 15.26), já foi derrotada com a ressurreição de Jesus: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tura vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.54-55). Pela fé em Cristo é possível ter esta certeza, que faz com que quem crê tenha a convicção expressa por Paulo: morrer é “estar com Cristo” (cf. Fp 1.23). Se Bev Keane tivesse esta convicção, que brota da fé, não teria se desesperado diante da morte.
O ponto positivo desta narrativa tão estranha é apresentar, sem estereótipos superficiais, duas possibilidades de vivência da fé: para uns, o exercício da espiritualidade resultará em perdão e restauração, mas para outros, a religião poderá ser apenas uma capa que oculta trevas espessas e densas de maldade. Nesse sentido, a produção de Flanagan é bem melhor que Greenleaf, outra série recente na qual todos os religiosos são falsos e perversos. Enquanto Greenleaf é estereotipada, da maneira mais rasa possível, Missa da Meia-Noite é realista. Flanagan não zomba da fé. Antes, apresenta diferenças gritantes na maneira como pessoas podem se apropriar do discurso religioso e da vivência propriamente daquilo que acreditam, ou dizem acreditar.
Outro ponto importante da narrativa de Flanagan é a denúncia de como o discurso religioso pode ser manipulador. Pessoas sinceras em sua fé, mas ingênuas, podem ser vítimas fáceis de líderes inescrupulosos, como é o caso de Bev Kean.
Concluindo: em alguns momentos a série pode ser cansativa, pois sua narrativa algumas vezes é um tanto arrastada, mas os diálogos são ricos e bem construídos. Flanagan nos faz lembrar a advertência paulina, que Satanás (o pai da mentira) pode se transformar em anjo de luz (2Co 11.14-15). Faz lembrar também o relato do Êxodo, que diz que os magos do Faraó foram capazes de fazer alguns dos sinais que Moisés fez (cf. Êx 7.22; 8.7). Mas o ponto mais importante de Missa da Meia-Noite, tal como já afirmado, é a denúncia de uma religiosidade vivida apenas como aparência, mas que não muda o coração.
Atenção: contém spoiler
Missa da Meia-Noite – Midnight Mass no original – é uma produção de 2021 veiculada pelo canal de streaming Netflix. É criação do cineasta Mike Flanagan, que tem em seu currículo muitas produções do gênero terror, e é exatamente nessa categoria que Missa da Meia-Noite se insere. Terror definitivamente nunca foi e não é de modo algum meu gênero favorito, mas há quem goste. Não sem razão dizem que gosto não se discute... Todavia, justiça seja feita: o terror de Missa da Meia-Noite não é dos mais pesados. É um terror com elementos de drama, que levanta questionamentos importantes sobre como a crença religiosa – no caso da minissérie, a fé cristã – pode ser vivenciada, ou como instrumento de cura e graça ou como expressão das piores patologias e perversões que o ser humano é capaz de ser e cometer.
A narrativa é contada em sete episódios, chamados de “livros” cada um com cerca de uma hora de duração, todos tendo por título um livro bíblico:
Livro I: Gênesis
Livro II: Salmos
Livro III: Provérbios
Livro IV: Lamentações
Livro V: Evangelhos
Livro VI: Atos
Livro VII: Apocalipse
A escolha dos mencionados livros bíblicos para títulos dos capítulos não foi aleatória, pois o conteúdo de cada “livro” da minissérie capítulo/episódio se relaciona de alguma maneira ao livro bíblico que o intitula. A relação mais óbvia está justamente no primeiro – Gênesis, o início da narrativa – e no último – Apocalipse, o desfecho cataclísmico da história. Além dos títulos dos livros bíblicos, não há como não observar a quantidade de episódios: não são nem seis e nem oito, mas exatamente sete, número simbólico de perfeição na literatura bíblica. Outro ponto a ser observado é, no mínimo, curioso: brasileiros evangélicos que a assistirem identificarão muitos hinos entoados nas missas da Igreja de St. Patrick, que é central na trama.
De fato, o elemento religioso é central para que se entenda a minissérie. A história se passa na (fictícia) Ilha Crockett, que tem apenas 128 habitantes, ou seja, todo mundo se conhece. Quase todos na ilha são pescadores – de novo, uma referência aos textos bíblicos que apresentam quatro dos primeiros seguidores de Jesus como tendo sido desta mesma profissão. E quase todos são católicos, com a exceção notável do xerife da comunidade, um muçulmano que é viúvo e cria o filho único, um adolescente (mas há outras exceções, pois alguns moradores não são católicos praticantes, e Riley Flynn, um dos personagens principais, que se declara ateu). Com a chegada à ilha do mencionado Riley Flynn, após cumprir pena de quatro anos no continente por ter dirigido embriagado e provocar a morte de uma jovem em um acidente) e do jovem Padre Paul, bastante carismático, no sentido sociológico, não no teológico, coisas estranhas começam a acontecer. Algumas são boas, outras, nem tanto. Se por um lado acontecem milagres, com destaque para uma adolescente paraplégica que voltou a andar (ela fora alvejada por uma bala perdida disparada por um caçador que, tal como acontecera com Riley Flynn, estava embriagado), e para uma idosa com demência que rejuvenesce, ficando mais nova que sua filha, a médica da ilha, por outro lado, ao mesmo tempo, acontecem coisas terríveis: algumas pessoas desaparecem sem deixar vestígios e uma jovem grávida descobre que sua gestação simplesmente desaparece, sem que seja possível explicar como tal aconteceu. Esta situação chama a atenção, pois é exatamente o oposto da narrativa bíblica da encarnação do Verbo: em Mateus 1 e Lucas 1 uma gravidez acontece por obra divina, mas em Missa da Meia-Noite uma gravidez desaparece por obra demoníaca.
Com tudo isso acontecendo, as questões ligadas à fé serão centrais nos diálogos entre os moradores da ilha. Como seria de se esperar, se no início as missas celebradas pelo padre Paul são frequentadas por no máximo meia dúzia de fieis, mas com os “milagres” acontecendo, a igreja St. Patrick passa a ficar lotada em todas as reuniões. Mas como se trata de minissérie, não demora para que a narrativa de Flanagan “entregue” o que de fato está a acontecer na ilha: o jovem padre Paul na verdade é o velho Monsenhor Pruitt, que fora o pároco de St. Patrick por mais de quarenta anos. Como sinal de gratidão, os paroquianos pagaram-lhe uma excursão a Israel, para conhecer os lugares onde Jesus andou. Só que ele também estava apresentando sinais de demência, e, tendo se afastado do grupo de sua excursão, foi parar no deserto, e após uma tempestade de areia, descobriu uma caverna, onde recebeu a “visita” – entre muitas, muitas aspas – de um ser que julgou ser um anjo, uma criatura alada horrenda que se alimenta de sangue. Como consequência, ele rejuvenesceu, e voltou para os Estados Unidos, mas levou a criatura com ele. As palavras “vampiro” e “demônio” não são mencionadas nem uma vez em toda a narrativa, mas fica claro que a criatura é uma coisa ou outra (ou as duas ao mesmo tempo).
A partir de então, só coisas horríveis acontecem: se até então as homilias do padre Paul eram marcadas por acuidade bíblica saudável, a partir daí elas mudam radicalmente, pois os textos bíblicos passam a ser distorcidos da maneira mais grosseira e grotesca possível e o que é pior, com exceção da mãe da médica da ilha, ninguém percebe a violência hermenêutica que está sendo cometida, que na verdade é um processo de manipulação mental, psicológica e espiritual ao qual toda a população da ilha é submetida. A manipulação chega a ponto tal que quando o vampiro ou demônio sugador de sangue aparece na igreja na hora da missa e ataca uma pessoa, ninguém se espanta ou se assusta.
Mas o verdadeiro monstro da narrativa de Flanagan não é o vampiro demoníaco – ou demônio vampiresco. A pior manifestação da maldade na Ilha Crockett é Beverly – “Bev” – Keane, a principal líder leiga da Igreja St. Patrick. Em todas as suas falas ela cita versículos bíblicos, mas desde o primeiro episódio percebe-se que é uma pessoa mesquinha, egoísta, hipócrita, mentirosa, perversa, insensível, preconceituosa... é difícil achar um defeito de caráter que Bev Keane não tenha. Ela tem a Bíblia na cabeça, mas é amarga, cheia de ressentimentos, inescrupulosa e cruel. Bev é o exemplo perfeito de um aforisma muito conhecido de C. S. Lewis: “de todas as pessoas más, as religiosas são as piores”. No fim da narrativa os atacados pelo ser maligno levado à ilha pelo Padre Paul sabem que serão destruídos pela luz do sol nascente (eles foram “vampirizados”, e por isso não podem ser expostos à luz solar, que os destroi imediatamente) , mas esperam seu fim com serenidade, juntos na praia, cantando o conhecido hino protestante Nearer, My God, To Thee – no Brasil, “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti”. Mas Bev não – a reação dela ao saber da proximidade do fim é totalmente diferente. Enquanto os demais, que ela sempre criticou e desprezou, encaram o fim com calma e em paz, ela entra em desespero total, completo e absoluto. A diferença da reação dos moradores da ilha diante da certeza da morte que se aproxima rapidamente é notável. Na perspectiva cristã a morte, conquanto seja um “inimigo” (cf. 1Co 15.26), já foi derrotada com a ressurreição de Jesus: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tura vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.54-55). Pela fé em Cristo é possível ter esta certeza, que faz com que quem crê tenha a convicção expressa por Paulo: morrer é “estar com Cristo” (cf. Fp 1.23). Se Bev Keane tivesse esta convicção, que brota da fé, não teria se desesperado diante da morte.
O ponto positivo desta narrativa tão estranha é apresentar, sem estereótipos superficiais, duas possibilidades de vivência da fé: para uns, o exercício da espiritualidade resultará em perdão e restauração, mas para outros, a religião poderá ser apenas uma capa que oculta trevas espessas e densas de maldade. Nesse sentido, a produção de Flanagan é bem melhor que Greenleaf, outra série recente na qual todos os religiosos são falsos e perversos. Enquanto Greenleaf é estereotipada, da maneira mais rasa possível, Missa da Meia-Noite é realista. Flanagan não zomba da fé. Antes, apresenta diferenças gritantes na maneira como pessoas podem se apropriar do discurso religioso e da vivência propriamente daquilo que acreditam, ou dizem acreditar.
Outro ponto importante da narrativa de Flanagan é a denúncia de como o discurso religioso pode ser manipulador. Pessoas sinceras em sua fé, mas ingênuas, podem ser vítimas fáceis de líderes inescrupulosos, como é o caso de Bev Kean.
Concluindo: em alguns momentos a série pode ser cansativa, pois sua narrativa algumas vezes é um tanto arrastada, mas os diálogos são ricos e bem construídos. Flanagan nos faz lembrar a advertência paulina, que Satanás (o pai da mentira) pode se transformar em anjo de luz (2Co 11.14-15). Faz lembrar também o relato do Êxodo, que diz que os magos do Faraó foram capazes de fazer alguns dos sinais que Moisés fez (cf. Êx 7.22; 8.7). Mas o ponto mais importante de Missa da Meia-Noite, tal como já afirmado, é a denúncia de uma religiosidade vivida apenas como aparência, mas que não muda o coração.
É professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Minas, onde coordena o GPRA – Grupo de Pesquisa Religião e Arte.
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