Opinião
- 31 de outubro de 2008
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Mania de perseguição: "leis que tramitam contra a igreja"
Ageu Heringer Lisboa
Os parágrafos abaixo foram escritos pelo psicólogo Ageu Heringer Lisboa. Como muitos de nós, ele recebe inúmeros e-mails diariamente. Um deles, que o motivou a escrever as linhas a seguir, falava sobre alguns projetos de lei que, se aprovados, "impediriam" a ação evangélica no Brasil. Confira a reação do psicólogo:
“Vejo um certo pânico na divulgação que precisa ser moderado. Vários destes projetos resultam dos excessos cometidos diariamente por igrejas e pastores contra a ordem pública e econômica; são abusos na liberdade de reunião e de imprensa, no registro de igrejas e na realização de cultos nas ruas. Quem pode negar tantas falcatruas, desrespeito com outros cultos (respeitá-los não significa ter de concordar ou apoiar outras crenças), exploração de pobres, imposição de dízimos e ofertas de modo constrangedor enquanto pastores e “ministérios” enriquecem?
Sobre a Lei de Silêncio, tão necessária para a saúde e a pacificação da cidade, por que tanto desrespeito com a utilização de caixas de som e movimentação após as 22 horas? Ou não devemos ser cidadãos respeitadores do bem comum? Não podemos invadir o espaço dos outros. Pregação em rua deve obedecer a certos parâmetros legais sim, do mesmo modo que, ao dirigir um automóvel, a liberdade de cada um é condicionada ao direito dos demais e à segurança de pedestres – senão vira uma balbúrdia.
As Escrituras dizem que se não julgarmos a nós mesmos o mundo nos julgará.
Quando vemos falsos bispos e apóstolos em farra santa, viajando de jatinho para fazendas, passeando em Israel várias vezes ao ano, empresários cristãos “bem- sucedidos” reunindo-se em hotéis cinco estrelas, dá vontade de perguntar: para que templos e estes “sacerdotes”?
Será que precisamos da Marcha para Jesus? Para quê? Será que precisamos de pastores deputados e vereadores? Por que não deixar que outros da igreja, vocacionados à vida pública, íntegros e preparados, concorram? No Brasil, esta mistura de pastor e político não tem sido boa. Muitos se meteram em escândalos, alguns em roubos e até em crimes. A maioria tem sido insignificante nas Casas Legislativas, sem originalidade nem autonomia -- apenas figurantes bem pagos. Chega de bobagem às custas do crédulo povo evangélico.
Sobre a questão da afirmação gay, eles ganham espaço enquanto os evangélicos estão fragmentados, histéricos e falando bobagens na televisão. Temos de apresentar uma conduta ética superior, respeitar os diferentes, mostrar amor firme para com todos, apresentar na prática as possibilidades de uma vida e de um mundo melhor com Cristo.
Por que lideranças de denominações e entidades missionárias não se reúnem para estudar os desafios, fazer uma autocrítica, propor alternativas moralizadoras e éticas, convocar a um estilo de santidade pessoal e pública, dando exemplo a todos? Será que conseguiríamos reunir a liderança de vinte grandes denominações? Eles se respeitam ou entrariam em disputa por fatias do mercado religioso?
E na administração dos bens das igrejas, será que a contabilidade honesta tem sido mantida?
Seria bom começarmos a voltar para as Escrituras, meditarmos em sua inteireza e nos submetermos ao Senhor Jesus.
Constrangido e disposto a pensar e colaborar para um saneamento e uma edificação do Corpo e da cidadania,
Ageu Heringer Lisboa”
• Ageu Heringer Lisboa, psicólogo e terapeuta familiar, é mestre em ciências da religião. É autor de Sexo: Espiritualidade, Instituto e Cultura (Editora Ultimato).
Os parágrafos abaixo foram escritos pelo psicólogo Ageu Heringer Lisboa. Como muitos de nós, ele recebe inúmeros e-mails diariamente. Um deles, que o motivou a escrever as linhas a seguir, falava sobre alguns projetos de lei que, se aprovados, "impediriam" a ação evangélica no Brasil. Confira a reação do psicólogo:
“Vejo um certo pânico na divulgação que precisa ser moderado. Vários destes projetos resultam dos excessos cometidos diariamente por igrejas e pastores contra a ordem pública e econômica; são abusos na liberdade de reunião e de imprensa, no registro de igrejas e na realização de cultos nas ruas. Quem pode negar tantas falcatruas, desrespeito com outros cultos (respeitá-los não significa ter de concordar ou apoiar outras crenças), exploração de pobres, imposição de dízimos e ofertas de modo constrangedor enquanto pastores e “ministérios” enriquecem?
Sobre a Lei de Silêncio, tão necessária para a saúde e a pacificação da cidade, por que tanto desrespeito com a utilização de caixas de som e movimentação após as 22 horas? Ou não devemos ser cidadãos respeitadores do bem comum? Não podemos invadir o espaço dos outros. Pregação em rua deve obedecer a certos parâmetros legais sim, do mesmo modo que, ao dirigir um automóvel, a liberdade de cada um é condicionada ao direito dos demais e à segurança de pedestres – senão vira uma balbúrdia.
As Escrituras dizem que se não julgarmos a nós mesmos o mundo nos julgará.
Quando vemos falsos bispos e apóstolos em farra santa, viajando de jatinho para fazendas, passeando em Israel várias vezes ao ano, empresários cristãos “bem- sucedidos” reunindo-se em hotéis cinco estrelas, dá vontade de perguntar: para que templos e estes “sacerdotes”?
Será que precisamos da Marcha para Jesus? Para quê? Será que precisamos de pastores deputados e vereadores? Por que não deixar que outros da igreja, vocacionados à vida pública, íntegros e preparados, concorram? No Brasil, esta mistura de pastor e político não tem sido boa. Muitos se meteram em escândalos, alguns em roubos e até em crimes. A maioria tem sido insignificante nas Casas Legislativas, sem originalidade nem autonomia -- apenas figurantes bem pagos. Chega de bobagem às custas do crédulo povo evangélico.
Sobre a questão da afirmação gay, eles ganham espaço enquanto os evangélicos estão fragmentados, histéricos e falando bobagens na televisão. Temos de apresentar uma conduta ética superior, respeitar os diferentes, mostrar amor firme para com todos, apresentar na prática as possibilidades de uma vida e de um mundo melhor com Cristo.
Por que lideranças de denominações e entidades missionárias não se reúnem para estudar os desafios, fazer uma autocrítica, propor alternativas moralizadoras e éticas, convocar a um estilo de santidade pessoal e pública, dando exemplo a todos? Será que conseguiríamos reunir a liderança de vinte grandes denominações? Eles se respeitam ou entrariam em disputa por fatias do mercado religioso?
E na administração dos bens das igrejas, será que a contabilidade honesta tem sido mantida?
Seria bom começarmos a voltar para as Escrituras, meditarmos em sua inteireza e nos submetermos ao Senhor Jesus.
Constrangido e disposto a pensar e colaborar para um saneamento e uma edificação do Corpo e da cidadania,
Ageu Heringer Lisboa”
• Ageu Heringer Lisboa, psicólogo e terapeuta familiar, é mestre em ciências da religião. É autor de Sexo: Espiritualidade, Instituto e Cultura (Editora Ultimato).
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