Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Por Escrito

"Mais perto quero estar, meu Deus de ti” - o hino "do" famoso Titanic

História dos hinos
Por Henriqueta Rosa F. Braga

Sarah Flower Adams (1805–1848) era uma bela moça, alegre, viva, de conversa interessante. Filha de Benjamin Flower, editor proprietário do “Cambridge Intelligencer”, herdara do pai brilhantes qualidades intelectuais e artísticas que lhe auguravam auspicioso futuro. Casou-se em 1834 com o engenheiro civil John Adams, que muito a animou a concretizar sua aspiração – seguir a carreira teatral. Com pleno êxito interpretou “Lady Macbeth”, de Shakespeare, parecendo a todos, a ela inclusive, que firmaria seu nome na arte dramática. Mas os propósitos divinos para a sua vida eram outros. Sobreveio a doença, obrigando-a a abandonar o seu sonho dourado e amargurando-lhe os dias. Voltou-se para a literatura, tornando-se colaboradora de numerosas revistas. Teve, com essa mudança de rumo em sua vida, mais tempo e oportunidade de ler a sua Bíblia e sobre ela meditar, tornando-se uma verdadeira estudiosa das Sagradas Escrituras.
 
Certo dia, em novembro de 1840, lendo em Gênesis 28.10-22 a experiência de Jacó em Betel, ficou vivamente impressionada e sentiu-se impelida a escrever um hino sobre essa passagem bíblica. Foi essa a origem do cântico tão nosso conhecido “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti!”, que, traduzido para o português pelo doutor João Gomes da Rocha em 1888, hoje figura em Salmos e Hinos sob o número 360.
 
Escreveu Sarah Adams mais doze hinos que o seu pastor, o rev. Fox, publicou juntamente com outros, em 1841, na coletânea Hymns and Anthems, preparada para uso da sua congregação. Vitimada pela tuberculose, faleceu Sarah Adams em 1848, aos 43 anos de idade.
 
A música a que se acha ligado o hino é de autoria de Lowell Mason, eminente músico americano, introdutor do ensino da música nas escolas públicas do seu país e cristão convicto, autor de numerosas melodias de hinos hoje entoadas em todo o mundo evangélico.
 
Mais perto quero estar, meu Deus, de ti!” teve rápida aceitação. Em 1910 já se achava traduzido em 23 idiomas, inclusive em português.
 
A missão confortadora deste hino vem sendo cumprida através dos anos. Um dos mais típicos exemplos que se conhecem é o que ocorreu no domingo 14 de abril de 1912: singrava o Atlântico Norte, procedente da Inglaterra com destino aos Estados Unidos, em sua viagem inaugural, o famoso transatlântico “Titanic”, dotado de todo conforto e anunciado como insubmergível. Inesperadamente, surgiu um “iceberg” (montanha de gelo) desgarrado do polo, contra o qual o navio se chocou, provocando uma das maiores tragédias marítimas de que se tem notícia. Embalados pela falaz afirmativa da invulnerabilidade do navio, os que dançavam ao som da orquestra de bordo não julgaram necessário dar ouvidos à advertência do comandante para que se munissem de salva-vidas e se acomodassem nos barcos. Quando a catástrofe se tornou iminente, a isso se resolveram, estabelecendo-se o pânico e sobrevindo a confusão. Verificou-se com angústia que não havia lugar para todos nas embarcações de salvamento. Depois de baixado o último escaler, ainda restava a bordo grande número de pessoas que rapidamente seriam tragadas pelas ondas quando o navio submergisse. Em meio ao pânico geral, o regente da orquestra de bordo não perdeu a calma. Ordenou aos músicos a execução de “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti!”. Naquela hora, outros puseram-se a cantar o hino que lhes renovava as forças da alma e os preparava a um próximo encontro com Deus.
 
Nos barcos que se afastavam assistiam os passageiros salvos a comovente cena e ouviam o cântico do hino, que só cessou com o afundamento total do navio. Vidas preciosas se perderam na catástrofe, tendo sido muitas delas reconfortadas no momento final pelo hino de Sarah Flower Adams, que assim diz:
 
Mais perto quero estar, meu Deus, de ti.
Inda que seja a dor que me una a ti,
Sempre hei de suplicar: “Mais perto quero estar.
Mais perto quero estar, meu Deus, de ti!”
 
Mesmo a peregrinar na solidão,
De noite a descansar por leito o chão,
Em sonhos vou rogar: “Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus, de ti!”.
 
Minha alma cantará a ti, Senhor!
Betel aqui verá, por teu favor.
Em tudo hei de clamar: “Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus, de ti!”.
 
E, quando a morte, aqui, me vier buscar,
Nos céus, a achar-te ali, irei morar.
Então me alegrarei perto de ti, meu Rei!
Perto de ti, meu Rei, meu Deus, de ti!



• Henriqueta Rosa Fernandes Braga (1909-1982) foi musicista, professora e musicóloga. Recebeu o primeiro diploma universitário de música conferido no Brasil. Pesquisadora, palestrante e conferencista, dedicou-se à conservação e às publicações do hinário Salmos e Hinos, que formou gerações de protestantes no Brasil desde as suas primeiras edições. De 1968 a 1984, assinou a coluna da revista Ultimato intitulada “Música sacra” e é autora de Contando e Cantando e Contando e Cantando (vol. 2).

Nota
Texto publicado no livro Contando e Cantando, vol. 1 (Editora Ultimato).

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Por Escrito

Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.