Opinião
- 02 de dezembro de 2019
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Mais do que uma rima, amor e dor combinam com a fé cristã
Por Paulo F. Ribeiro
[Contém spoilers do livro]
[Contém spoilers do livro]
Uma Misericórdia Severa apresenta uma história de amor, tragédia, luta e fé. É uma espécie de autobiografia arrebatadora, que surpreendente e comove pelos elementos inesperados. Sheldon Vanauken narra o nascimento de um “amor pagão”, fruto do relacionamento e dos sonhos que compartilha com sua esposa, Jean Davy.
Publicado em 1977, Uma Misericórdia Severa é vencedor do “National Religious Book of the Year”, em 1980, nos Estados Unidos, e relata o amor de Sheldon e Davy e sua amizade com C.S. Lewis.
Sheldon e Davy estudaram juntos na Universidade de Yale e, depois, passam o verão navegando antes de se transferirem para a Universidade de Oxford, onde as suas vidas começam a mudar. Entre os novos amigos estava C.S. Lewis.
O casal fica impressionado com Lewis e seus amigos, os quais consideram “cristãos inteligentes”, espirituosos e começam a se perguntar se não haveria algum mérito na fé cristã.
Vanauken e Davy leem todos os livros de Lewis e começam a se abrir para Deus e o cristianismo. Embora ambos estejam desejosos de seguir a caminhada cristã, Davy está bem mais convencida da existência de Deus. Van prefere ser livre e ler sobre Cristo eventualmente.
O casal retorna aos Estados Unidos e Vanauken aceita uma posição de professor no Lynchburg College (hoje Lynchburg University, onde por coincidência, conclui meu MBA), na Virgínia. Eles iniciam um grupo de estudos cristãos com alguns alunos e Davy se envolve fortemente com o grupo. É nesse ponto que Van começa a sentir ciúmes de Deus e de Cristo, e percebe que a religião está quebrando o relacionamento com Davy, pois sua fé é pessoal e não pode ser compartilhada com ele.
Logo depois, Davy é diagnosticada com um vírus mortal. Ela recebe um ano de vida, mas morre alguns meses depois. Em seguida, o livro concentra-se na jornada de luto e de aceitação de Van enquanto lida com a morte daquela que era única e tudo para ele.
Com a ajuda de C.S. Lewis, Vanauken conclui que Davy, ao morrer, o libertou para explorar sua própria fé. Ele acredita que seu apego a Davy o impediu de ceder totalmente ao seu amor a Deus. Sem ela, ele finalmente é capaz de fazer isso e sabe que era isso que Davy desejava para ele. Assim, seus próprios desejos para a felicidade dela também foram cumpridos: ela agora está realmente feliz por estar com Deus.
Uma Misericórdia Severa ganhou leitores cristãos e admiradores em várias partes do mundo. Além da discussão sobre a natureza da religião, a espiritualidade e o amor, Vanauken também apresenta algumas questões importantes como a beleza e a amizade.
Li Uma Misericórdia Severa há 35 anos e, a cada nova leitura, experimento a mesma emoção ao perceber a fé, a vida e a morte, a tristeza e a eternidade vividas nessa história.
A influência e, especialmente, o relacionamento com C.S. Lewis é algo fascinante. Algumas das cartas de Lewis para Sheldon apontam o cerne dos dilemas de muitos daqueles que sofrem com depressão e a tentação do suicídio. Boa parte de sua correspondência – 18 cartas – é revelada no livro.
Tive o prazer de convidar Vanauken para jantar em nossa casa, em 1995, quando morávamos em Lynchburg, Virginia. E, nesse encontro, foram consolidadas a minha apreciação do autor – e do livro –, bem como a amizade de alguém que conviveu com C.S. Lewis diretamente.
Um aviso: não se esqueça de ter uma caixa de lenços bem próxima do livro.
UMA MISERICÓRDIA SEVERA | SHELDON VANAUKEN
Um aviso: não se esqueça de ter uma caixa de lenços bem próxima do livro.
UMA MISERICÓRDIA SEVERA | SHELDON VANAUKEN
Vencedor do National Book Award e do Gold Medallion Award, Uma Misericórdia Severa é um relato comovente de uma história de amor em meio à dor e à descoberta da fé. O livro traz dezoito cartas de C. S. Lewis, que, além de testemunhar sua amizade e influência na relação de um homem e uma mulher, apresentam algumas questões universais sobre a fé, a existência de Deus e as razões por trás do sofrimento.
Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente é Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajubá, MG. É originário do Vale do Pajeú e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
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