Opinião
- 13 de maio de 2014
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Justiça, paz e democracia
“Mas Deus já deixou claro como devemos viver: o que fazer, o que ele procura em homens e mulheres. É muito simples: Façam o que é correto e justo ao próximo, sejam compassivos e leais em seu amor.” Miquéias 6.8 (MSG)
Uma agenda evangélica. Uma conclamação à nação.
Nestes últimos tempos o Brasil tem vivido experiências que precisam nos levar a construir um país mais justo, com mais paz e com a participação digna de todos. A nação está polarizada e tensa, com expectativas marcadas pelo temor. Como evangélicos, a nossa agenda está clara:
Honrar a Deus através das nossas vidas.
Viver comprometidos com o evangelho, que é boa nova para todos.
Buscar a paz em nosso país e justiça para todos.
Amar e servir ao próximo, especialmente o pequeno e o necessitado.
Arrepender-nos de opções que busquem interesses outros
e não expressem o evangelho e a busca da justiça para todos.
Denunciar a injustiça e a idolatria onde quer que se manifestem,
seja entre nós mesmos ou em nossas estruturas,
seja nos mecanismos financeiros,
nas forças econômicas ou nos sistemas políticos dos quais fazemos parte.
Lamento pela ditadura. Celebrando a democracia
Dois acontecimentos significativos da nossa história têm sido lembrados recentemente. O primeiro foi o golpe de 1964, quando o poder foi tomado de forma ilegítima. Esta foi uma experiência traumática para a nação e até hoje há sinais visíveis de que a alma nacional não se recuperou da pesada, violenta e opressora mão daquele regime. Essa memória nos leva a afirmar: “Ditadura, nunca mais!”.
Os evangélicos em geral, juntamente com outros segmentos sociais e religiosos, tiveram participação nos tempos do regime ditatorial. Isto se deu, por um lado, de forma conivente, passiva e colaborativa. Mas, por outro lado, houve também os que participaram com resistência, enfrentamento e indignação. Neste sentido os evangélicos, a partir da sua compreensão bíblica e do Reino de Deus, devem tanto arrepender-se pela cumplicidade com a injustiça praticada pelo Estado repressor como celebrar a luta e a solidariedade em favor da justiça, da liberdade e dos direitos humanos.
A partir dos traumas deixados em tantas vidas e na cultura política brasileira, os evangélicos renovam seu compromisso com a justiça em todas as suas dimensões, a favor da vida humana acima dos interesses pessoais e de grupos, na esperança de que essa experiência ditatorial nunca mais se repita entre nós. Que a verdade das muitas violências cometidas em tantos lados e contra cidadãos seja resgatada e trazida à tona e que assim possam ser redimidos os sentimentos, as dores, as memórias e as perdas, em função da verdade que restaura.
Renovamos ainda nosso compromisso com o aprofundamento da democracia e da liberdade em nossa sociedade ainda tão desigual, afirmando valores e práticas defendidos outrora pelos protestantes como bandeiras históricas. Rejeitamos, outrossim, de modo absoluto, quaisquer formas de ruptura da ordem constitucional e da democracia.
Declaramos que apenas o diálogo democrático, baseado em paz e justiça, é capaz de constituir os instrumentos necessários para promover os avanços para a verdadeira transformação democrática do nosso país. Convocamos a igreja brasileira, em especial os evangélicos, a lutarem incansavelmente pela justiça do Reino de Deus e para que a democracia em nosso país se fortaleça a cada dia, a fim de que a dignidade de cada ser humano seja respeitada e efetiva em todos os seus aspectos.
A segunda lembrança nos leva à celebração dos 30 anos da Campanha “Diretas Já”, que mobilizou a sociedade brasileira e lhe lavou a alma. Embora o resultado dessa campanha tenha sido eleições indiretas para a presidência da República, o desejo da nação estava claro: queremos a democracia e chega de ditadura.
Nós, os evangélicos, fazemos parte dessa nação e da sua mobilização rumo à instituição e vivência de uma democracia ampla e representativa. Reconhecemos que, por vezes, temos tido dificuldade em afirmar a importância da vivência democrática para todos. Hoje, porém, queremos deixar absolutamente claro que a vivência evangélica neste país nos leva a afirmar a necessidade de vivermos num regime democrático, nas diferentes áreas de nossa sociedade.
Assim, caminhamos com todos que nesta nação brasileira afirmam a democracia, a busca da justiça para todos e uma estrutura política que represente a sociedade brasileira, especialmente os pobres, pequenos e discriminados.
Assim, conclamamos a sociedade brasileira a orar conosco uma velha oração, legada a nós por uma pessoa que viveu no seu tempo a vocação de amar a Deus e servir ao próximo. É a oração de Francisco de Assis:
“Senhor: Fazei de mim um instrumento de tua paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna!
Amém”
Brasil, 9 de maio de 2014
Aliança Cristã Evangélica Brasileira
Uma agenda evangélica. Uma conclamação à nação.
Nestes últimos tempos o Brasil tem vivido experiências que precisam nos levar a construir um país mais justo, com mais paz e com a participação digna de todos. A nação está polarizada e tensa, com expectativas marcadas pelo temor. Como evangélicos, a nossa agenda está clara:
Honrar a Deus através das nossas vidas.
Viver comprometidos com o evangelho, que é boa nova para todos.
Buscar a paz em nosso país e justiça para todos.
Amar e servir ao próximo, especialmente o pequeno e o necessitado.
Arrepender-nos de opções que busquem interesses outros
e não expressem o evangelho e a busca da justiça para todos.
Denunciar a injustiça e a idolatria onde quer que se manifestem,
seja entre nós mesmos ou em nossas estruturas,
seja nos mecanismos financeiros,
nas forças econômicas ou nos sistemas políticos dos quais fazemos parte.
Lamento pela ditadura. Celebrando a democracia
Dois acontecimentos significativos da nossa história têm sido lembrados recentemente. O primeiro foi o golpe de 1964, quando o poder foi tomado de forma ilegítima. Esta foi uma experiência traumática para a nação e até hoje há sinais visíveis de que a alma nacional não se recuperou da pesada, violenta e opressora mão daquele regime. Essa memória nos leva a afirmar: “Ditadura, nunca mais!”.
Os evangélicos em geral, juntamente com outros segmentos sociais e religiosos, tiveram participação nos tempos do regime ditatorial. Isto se deu, por um lado, de forma conivente, passiva e colaborativa. Mas, por outro lado, houve também os que participaram com resistência, enfrentamento e indignação. Neste sentido os evangélicos, a partir da sua compreensão bíblica e do Reino de Deus, devem tanto arrepender-se pela cumplicidade com a injustiça praticada pelo Estado repressor como celebrar a luta e a solidariedade em favor da justiça, da liberdade e dos direitos humanos.
A partir dos traumas deixados em tantas vidas e na cultura política brasileira, os evangélicos renovam seu compromisso com a justiça em todas as suas dimensões, a favor da vida humana acima dos interesses pessoais e de grupos, na esperança de que essa experiência ditatorial nunca mais se repita entre nós. Que a verdade das muitas violências cometidas em tantos lados e contra cidadãos seja resgatada e trazida à tona e que assim possam ser redimidos os sentimentos, as dores, as memórias e as perdas, em função da verdade que restaura.
Renovamos ainda nosso compromisso com o aprofundamento da democracia e da liberdade em nossa sociedade ainda tão desigual, afirmando valores e práticas defendidos outrora pelos protestantes como bandeiras históricas. Rejeitamos, outrossim, de modo absoluto, quaisquer formas de ruptura da ordem constitucional e da democracia.
Declaramos que apenas o diálogo democrático, baseado em paz e justiça, é capaz de constituir os instrumentos necessários para promover os avanços para a verdadeira transformação democrática do nosso país. Convocamos a igreja brasileira, em especial os evangélicos, a lutarem incansavelmente pela justiça do Reino de Deus e para que a democracia em nosso país se fortaleça a cada dia, a fim de que a dignidade de cada ser humano seja respeitada e efetiva em todos os seus aspectos.
A segunda lembrança nos leva à celebração dos 30 anos da Campanha “Diretas Já”, que mobilizou a sociedade brasileira e lhe lavou a alma. Embora o resultado dessa campanha tenha sido eleições indiretas para a presidência da República, o desejo da nação estava claro: queremos a democracia e chega de ditadura.
Nós, os evangélicos, fazemos parte dessa nação e da sua mobilização rumo à instituição e vivência de uma democracia ampla e representativa. Reconhecemos que, por vezes, temos tido dificuldade em afirmar a importância da vivência democrática para todos. Hoje, porém, queremos deixar absolutamente claro que a vivência evangélica neste país nos leva a afirmar a necessidade de vivermos num regime democrático, nas diferentes áreas de nossa sociedade.
Assim, caminhamos com todos que nesta nação brasileira afirmam a democracia, a busca da justiça para todos e uma estrutura política que represente a sociedade brasileira, especialmente os pobres, pequenos e discriminados.
Assim, conclamamos a sociedade brasileira a orar conosco uma velha oração, legada a nós por uma pessoa que viveu no seu tempo a vocação de amar a Deus e servir ao próximo. É a oração de Francisco de Assis:
“Senhor: Fazei de mim um instrumento de tua paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna!
Amém”
Brasil, 9 de maio de 2014
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