Opinião
- 11 de novembro de 2022
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Jesus foi levado ao tribunal
Por Erní Walter Seibert
A Bíblia é um livro surpreendente. Quando a pegamos para ler, nem sempre nos damos conta de sua história. A Bíblia não foi escrita de uma só vez. Em suas páginas estão colecionados os escritos de dezenas de autores. Além disso, ela foi escrita ao longo de séculos. Seus primeiros escritos foram redigidos mais de um milênio antes do último livro do Novo Testamento. Isso significa que o último escrito bíblico foi redigido cerca de dois mil anos atrás. E mesmo assim a Bíblia continua falando com as pessoas com a atualidade do noticiário do dia.
Se os noticiosos brasileiros dissessem que um religioso brasileiro foi levado à corte por sua pregação, certamente não seria uma grande surpresa. Pois a Bíblia conta que Jesus Cristo foi levado ao tribunal por causa de seus ensinamentos e suas ações. Algo tão atual e tão antigo quanto o ser humano.
Quando Jesus esteve diante da autoridade que conduziu seu julgamento, o governante romano chamado Pôncio Pilatos, houve um diálogo que caberia dentro das cortes contemporâneas de justiça. Jesus declarou a Pilatos: “Foi para falar da verdade que eu nasci e vim ao mundo. Quem está do lado da verdade ouve a minha voz”. E Pilatos perguntou: “O que é a verdade?” (Jo 18.37-38, NTLH). Depois disso Pilatos tentou soltar Jesus da prisão, mas acabou soltando o malfeitor Barrabás. Num mundo onde se popularizou a expressão “pós-verdade”, onde há dificuldade para distinguir o que são notícias verdadeiras e o que são notícias falsas (fake news), o diálogo de Jesus com Pôncio Pilatos não causa nenhuma estranheza. Jesus foi levado ao tribunal e foi preso.
A leitura da Bíblia, em todo e qualquer tempo, nos surpreende constantemente. Ela desvenda os corações dos seres humanos. A Bíblia não doura a pílula, não enfeita as situações, não atenua os fatos para apresentar um mundo cor de rosa. Não é por acaso que a Bíblia é reconhecida por milhões de pessoas hoje e foi reconhecida por milhões de pessoas ao longo da história como sendo a Palavra de Deus. Só Deus mesmo poderia falar com o ser humano como a Bíblia fala.
Há pessoas que têm o hábito de ler a Bíblia todos os dias. Há pessoas que leem a Bíblia de vez em quando, especialmente nos momentos mais difíceis. E há pessoas que não leem a Bíblia. Há pessoas que nunca leram a Bíblia e não gostam dela, posicionando-se contra a presença da Bíblia na sociedade. Mas a Bíblia continua aí, ajudando pessoas, influenciando comportamentos, orientando vidas.
Algumas pessoas da Ásia que não cresceram num ambiente onde o cristianismo estivesse muito presente fazem, antes de conhecer o Ocidente, um curso sobre a Bíblia para entender a arte e a cultura do Ocidente. Quem viaja para a Europa e pelas Américas vê igrejas, obras de arte, e ouve músicas que só podem ser compreendidas quando se tem conhecimento do contexto bíblico e da fé cristã. A influência da Bíblia é muito grande na sociedade.
Por isso nosso conselho é “Leia a Bíblia”. Lendo a Bíblia a pessoa começa a entender melhor o ser humano, a sociedade e a vida. Lendo a Bíblia a pessoa vai encontrar sentido para a vida, esperança e orientação. Lendo a Bíblia a pessoa vai conhecer a Deus e seu amor, manifesto de forma clara e definitiva na vida do Filho de Deus, Jesus Cristo.
Se Jesus vivesse em nossos dias, as histórias da Bíblia certamente não seriam muito diferentes daquelas que foram registradas a dois mil anos ou mais. Jesus continuaria sendo levado a muitos tribunais. Muitos continuariam perguntando “O que é a verdade?”. A cena descrita no Evangelho segundo João, capítulo 6, versículos 60-64, continuaria sendo atual.
“Muitos seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram:
— O que ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos?
Não disseram nada a Jesus, mas ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou:
— Vocês querem me abandonar por causa disso? E o que aconteceria se vocês vissem o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, mas mesmo assim alguns de vocês não creem.
Jesus disse isso porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo”.- Erní Walter Seibert é secretário de comunicação, ação social e arrecadação da Sociedade Bíblica do Brasil, doutor em ciências da religião e diretor do Museu da Bíblia.
A BÍBLIA AINDA FALA | REVISTA ULTIMATO
A matéria de capa desta edição é um convite a uma redescoberta semelhante. Embora hoje a Bíblia seja acessível para a grande maioria das pessoas -- ocupa invictamente a primeira posição de livro mais lido conforme três edições da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil --, não parece que esteja sendo lida como deveria e, por consequência, exercendo a influência que deveria exercer. Precisamos reencontrar o Livro e “encher as entranhas” com a Palavra de Deus (Ez 3.3). A promessa de Deus continua válida: “A minha palavra fará o que me apraz, ela não voltará vazia” (Is 55.11).
É disso que trata a matéria de capa da edição 371 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
A matéria de capa desta edição é um convite a uma redescoberta semelhante. Embora hoje a Bíblia seja acessível para a grande maioria das pessoas -- ocupa invictamente a primeira posição de livro mais lido conforme três edições da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil --, não parece que esteja sendo lida como deveria e, por consequência, exercendo a influência que deveria exercer. Precisamos reencontrar o Livro e “encher as entranhas” com a Palavra de Deus (Ez 3.3). A promessa de Deus continua válida: “A minha palavra fará o que me apraz, ela não voltará vazia” (Is 55.11).
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