Opinião
- 14 de janeiro de 2025
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Janeiro Branco: a igreja e a saúde mental
“Toda dor é por enquanto”
Por Samara Monteiro de Andrade
REVISTA ULTIMATO – LAUSANNE – QUE A IGREJA ANUNCIE E DEMONSTRE CRISTO EM UNIDADE
“Que a Igreja anuncie e demostre Cristo, unida” é o tema do 4º Congresso Lausanne de Evangelização Mundial realizado em setembro de 2024 na Coreia do Sul, e registrado por Ultimato numa ampla matéria de capa.
Colaboraram com esta edição líderes, missionários, pastores que participaram do evento e que prosseguem trabalhando em favor do cumprimento da Grande Comissão.
É disso que trata a matéria de capa da edição 411 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Por Samara Monteiro de Andrade
Desde 2014, ocorre a campanha de conscientização sobre a Saúde Mental no Brasil denominada Janeiro Branco. Os dados certamente são alarmantes: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos um bilhão de pessoas vive com algum tipo de transtorno mental. Felizmente, temos visto a sociedade lidar com esse assunto de forma gradativamente mais natural e menos estigmatizante.
Como igreja, temos a oportunidade de servir de forma significativa na inclusão e suporte àqueles que experimentam algum nível de sofrimento mental. Penso que o cristianismo, além de nos chamar a esse serviço, também nos fornece uma perspectiva valiosa no cuidado com a saúde mental.
Em primeiro lugar, sabemos que nossa saúde mental importa porque o Deus revelado na Bíblia é um Deus que se importa e se relaciona de forma pessoal com os seres humanos. Em Êxodo 3.7 lemos o próprio SENHOR dizendo: “Certamente vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus feitores. Conheço o sofrimento do meu povo.” Temos um Deus que não nega a dor, antes, conhece profundamente o nosso sofrimento, mesmo que ele passe despercebido por todos os outros ao nosso redor.
Longe de ser uma religião escapista, o cristianismo nos ensina a enxergar as marcas do pecado em todas as áreas da vida humana. A Queda nos trouxe alienação do nosso Criador, deterioração de nossas relações interpessoais e padecimento do nosso corpo físico. Os transtornos mentais são uma das muitas consequências de viver em um mundo caído, por isso podemos prantear e apresentá-los a Deus com honestidade, como nos ensinam as Escrituras, especialmente os salmos de lamento. Um exemplo é o Salmo 88, em que o salmista ora com profundo desespero: “Chegue à tua presença a minha oração; inclina os teus ouvidos ao meu clamor. Pois a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida já se aproxima da morte.” (Sl 88.2-3).
Além disso, quando vivemos inseridos em uma comunidade de fé, somos chamados a “levar os fardos uns dos outros” (Gl. 6.2), o que consiste em nos envolver com as dificuldades (físicas, sociais e psíquicas) de nossos irmãos. Parte significativa do fardo de conviver com um transtorno mental é aliviado quando pacientes e familiares encontram um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Escrevendo à igreja de Corinto, o apóstolo Paulo reafirma que essa deve ser a postura dentro do corpo de Cristo: “se um membro sofre, todos sofrem com ele” (1Co 12.26).
Finalmente, como igreja precisamos nos lembrar e proclamar com ousadia aquilo que o mundo anseia, mesmo sem saber: a esperança cristã. “Toda dor é por enquanto”, diz a canção de Marcos Almeida. É na certeza da volta e do reinado eterno de Cristo que fixamos nossos pensamentos e toda nossa aspiração, afinal, “as aflições do tempo presente não podem ser comparadas com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).
Samara Monteiro de Andrade, 33 anos, farmacêutica e servidora pública. Casada com Davi e mãe do Moisés e da Irene.
Como igreja, temos a oportunidade de servir de forma significativa na inclusão e suporte àqueles que experimentam algum nível de sofrimento mental. Penso que o cristianismo, além de nos chamar a esse serviço, também nos fornece uma perspectiva valiosa no cuidado com a saúde mental.
Em primeiro lugar, sabemos que nossa saúde mental importa porque o Deus revelado na Bíblia é um Deus que se importa e se relaciona de forma pessoal com os seres humanos. Em Êxodo 3.7 lemos o próprio SENHOR dizendo: “Certamente vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus feitores. Conheço o sofrimento do meu povo.” Temos um Deus que não nega a dor, antes, conhece profundamente o nosso sofrimento, mesmo que ele passe despercebido por todos os outros ao nosso redor.
Longe de ser uma religião escapista, o cristianismo nos ensina a enxergar as marcas do pecado em todas as áreas da vida humana. A Queda nos trouxe alienação do nosso Criador, deterioração de nossas relações interpessoais e padecimento do nosso corpo físico. Os transtornos mentais são uma das muitas consequências de viver em um mundo caído, por isso podemos prantear e apresentá-los a Deus com honestidade, como nos ensinam as Escrituras, especialmente os salmos de lamento. Um exemplo é o Salmo 88, em que o salmista ora com profundo desespero: “Chegue à tua presença a minha oração; inclina os teus ouvidos ao meu clamor. Pois a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida já se aproxima da morte.” (Sl 88.2-3).
Além disso, quando vivemos inseridos em uma comunidade de fé, somos chamados a “levar os fardos uns dos outros” (Gl. 6.2), o que consiste em nos envolver com as dificuldades (físicas, sociais e psíquicas) de nossos irmãos. Parte significativa do fardo de conviver com um transtorno mental é aliviado quando pacientes e familiares encontram um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Escrevendo à igreja de Corinto, o apóstolo Paulo reafirma que essa deve ser a postura dentro do corpo de Cristo: “se um membro sofre, todos sofrem com ele” (1Co 12.26).
Finalmente, como igreja precisamos nos lembrar e proclamar com ousadia aquilo que o mundo anseia, mesmo sem saber: a esperança cristã. “Toda dor é por enquanto”, diz a canção de Marcos Almeida. É na certeza da volta e do reinado eterno de Cristo que fixamos nossos pensamentos e toda nossa aspiração, afinal, “as aflições do tempo presente não podem ser comparadas com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).
Samara Monteiro de Andrade, 33 anos, farmacêutica e servidora pública. Casada com Davi e mãe do Moisés e da Irene.
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“Que a Igreja anuncie e demostre Cristo, unida” é o tema do 4º Congresso Lausanne de Evangelização Mundial realizado em setembro de 2024 na Coreia do Sul, e registrado por Ultimato numa ampla matéria de capa.
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