Por Escrito
- 04 de fevereiro de 2022
- Visualizações: 4665
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Inspirado em canção nativa neozelandesa, “Sonda-me, ó Deus” tem cumprido sua missão evangelística
Parceria Ultimato e Igreja Cristã Maranata
História dos hinos
Contando e Cantando - Volume 2
Por Henriqueta Rosa F. Braga
O Cantor Cristão com músicas (edição de 1971) apresenta sob o nº 578 o hino “Sonda-me, ó Deus” (“Search me, o God”), da autoria do doutor J. Edwin Orr, traduzido para o português pelo pastor batista doutor Werner Kaschel, possivelmente em 1952.
A esposa do autor, Carol Orr, num artigo bem escrito a respeito do hino, publicado no jornal Decision (fev./1977), relata como ele surgiu.
Em 1936 aconteceu um extraordinário reavivamento na Nova Zelândia, por ocasião da Convenção de Páscoa realizada na pequena cidade maori chamada Ngaruawahia, situada na confluência dos rios Waikato e Wapa. Entre os pregadores neozelandeses encontrava-se o jovem irlandês J. Edwin Orr.
O diretor do Instituto Bíblico da Nova Zelândia, J. Oswald Sanders, mais tarde diretor-geral da Overseas Missionary Fellowship, participou desse reavivamento e sentiu-se impressionado pela expectativa fora do normal que, bem antes da Páscoa, por obra do Espírito Santo, inundou o coração de todos os que iam participar do movimento. O resultado excedeu em muito a expectativa. Os responsáveis pelo trabalho tiveram a alegria de ver a obra de Deus realizar-se plenamente, parecendo-lhes um sonho.
Vários jovens reuniram-se com o evangelista doutor J. Edwin Orr para discutir e orar. Eles ficaram tão comovidos que reuniões de oração começaram a ser realizadas em cada tenda, culminando na tenda maior, na qual a intercessão levou a confissões e reconciliações. No sábado, o movimento tornou-se geral e as reuniões de oração continuaram até depois da meia-noite, atraindo muitos estudantes não convertidos. No domingo de Páscoa, os cultos, muito concorridos, estenderam-se também até a meia-noite. Na segunda-feira, na última reunião houve notáveis testemunhos com cânticos que soavam celestiais.
A notícia espalhou-se por toda a Nova Zelândia, influenciando outras campanhas semelhantes realizadas em várias cidades. Vinte anos mais tarde, um levantamento evangelístico apontou como fruto desse reavivamento a presença de valorosos líderes cristãos em terras distantes, como por exemplo, na Bolívia.
Antes de deixar a Nova Zelândia, J. Edwin Orr foi recebido pela princesa Te Puea Herangi, que em sua homenagem fez ouvir a “Canção Maori de Despedida” cantada por quatro jovens nativas. Inspirado pela maravilhosa atuação do Espírito Santo entre os jovens neozelandeses, o doutor Orr escreveu nas costas de um envelope, na agência do correio de Ngaruawahia, uma nova letra para aquela melodia – o hino “Search me, o God”. A seguir, suas campanhas na Austrália e na África do Sul popularizaram o hino, que não demorou a tornar-se conhecido entre os povos de língua inglesa, e a tal ponto que, quando Gracie Fields reavivou a “Canção da Despedida” na Segunda Guerra Mundial, muitos pensaram que a música havia sido tomada das publicações sacras.
Várias ocorrências que cercaram esse hino mostram que ele vem cumprindo sua missão evangelística. Um soldado que havia lutado heroicamente no Norte da África, mas cuja fé cristã vacilava, foi a um salão de dança, em Glasgow. Quando chegou à porta de entrada, a orquestra começou a tocar a “Canção Maori de Despedida”, que ele só conhecia como a música do hino “Search me, o God”. Sentindo um verdadeiro impacto, ele retrocedeu.
Traduzido para várias línguas, o hino é muito conhecido nos países hispano-americanos e também no Brasil, onde a feliz tradução do doutor Werner Kaschel colocou-o à disposição da campanha de Reavivamento Espiritual Brasileiro empreendida em 1952 no nosso país pelo mesmo doutor J.Edwin Orr, e pela sua própria iniciativa.
O doutor Orr colaborou no Campus Baptist Chapel em West Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, e destacou-se como autor de várias obras, entre as quais Full Surrender, prefaciada pelo famoso evangelista Billy Graham. Este o apontou como uma das maiores autoridades em história dos reavivamentos religiosos no mundo protestante, considerando que o seu trabalho de reavivalista foi poderoso entre os universitários e testemunhando que o fato de tê-lo ouvido resultou em grande bênção para a sua própria vida. Essa obra foi lançada em português – Plena Submissão – em 1952, pela Confederação Evangélica do Brasil, quando o autor estava numa viagem evangelística pelo nosso país.
A tradução para o português do hino “Search me, o God” – Sonda me, ó Deus – feita pelo doutor Werner Kaschel foi considerada pelo doutor Orr muito fiel ao seu pensamento. Insistentemente cantada naquela campanha de 1952, integra hoje o hinário oficial das igrejas batistas de língua portuguesa.
O doutor Werner Kaschel, autor e tradutor de várias obras e também de numerosos hinos, foi pastor em igrejas do Rio de Janeiro e de São Paulo; diretor e professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo e Presidente da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (ASTE).
Eis o hino:
Sonda-me, ó Deus, pois vês meu coração;
Prova-me, ó Pai, te peço em oração.
De todo mal liberta-me, Senhor,
Também da transgressão que oculta for.
Vem me limpar dos vis pecados meus,
Conforme prometeste, meu bom Deus.
Faze-me arder e consumir de amor,
Pois quero te magnificar, Senhor.
Todo o meu ser, que já não chamo meu,
Quero gastá-lo no serviço teu.
Minhas paixões tu podes dominar:
Ó santo Deus, vem sempre em mim estar!
Lá do alto céu o avivamento vem,
A começar em mim e indo além.
O teu poder, as bênçãos, teu favor
Concede aos que são teus, ó Pai de amor.
Leia mais:
História dos hinos
Contando e Cantando - Volume 2
Por Henriqueta Rosa F. Braga
O Cantor Cristão com músicas (edição de 1971) apresenta sob o nº 578 o hino “Sonda-me, ó Deus” (“Search me, o God”), da autoria do doutor J. Edwin Orr, traduzido para o português pelo pastor batista doutor Werner Kaschel, possivelmente em 1952.
A esposa do autor, Carol Orr, num artigo bem escrito a respeito do hino, publicado no jornal Decision (fev./1977), relata como ele surgiu.
Em 1936 aconteceu um extraordinário reavivamento na Nova Zelândia, por ocasião da Convenção de Páscoa realizada na pequena cidade maori chamada Ngaruawahia, situada na confluência dos rios Waikato e Wapa. Entre os pregadores neozelandeses encontrava-se o jovem irlandês J. Edwin Orr.
O diretor do Instituto Bíblico da Nova Zelândia, J. Oswald Sanders, mais tarde diretor-geral da Overseas Missionary Fellowship, participou desse reavivamento e sentiu-se impressionado pela expectativa fora do normal que, bem antes da Páscoa, por obra do Espírito Santo, inundou o coração de todos os que iam participar do movimento. O resultado excedeu em muito a expectativa. Os responsáveis pelo trabalho tiveram a alegria de ver a obra de Deus realizar-se plenamente, parecendo-lhes um sonho.
Vários jovens reuniram-se com o evangelista doutor J. Edwin Orr para discutir e orar. Eles ficaram tão comovidos que reuniões de oração começaram a ser realizadas em cada tenda, culminando na tenda maior, na qual a intercessão levou a confissões e reconciliações. No sábado, o movimento tornou-se geral e as reuniões de oração continuaram até depois da meia-noite, atraindo muitos estudantes não convertidos. No domingo de Páscoa, os cultos, muito concorridos, estenderam-se também até a meia-noite. Na segunda-feira, na última reunião houve notáveis testemunhos com cânticos que soavam celestiais.
A notícia espalhou-se por toda a Nova Zelândia, influenciando outras campanhas semelhantes realizadas em várias cidades. Vinte anos mais tarde, um levantamento evangelístico apontou como fruto desse reavivamento a presença de valorosos líderes cristãos em terras distantes, como por exemplo, na Bolívia.
Antes de deixar a Nova Zelândia, J. Edwin Orr foi recebido pela princesa Te Puea Herangi, que em sua homenagem fez ouvir a “Canção Maori de Despedida” cantada por quatro jovens nativas. Inspirado pela maravilhosa atuação do Espírito Santo entre os jovens neozelandeses, o doutor Orr escreveu nas costas de um envelope, na agência do correio de Ngaruawahia, uma nova letra para aquela melodia – o hino “Search me, o God”. A seguir, suas campanhas na Austrália e na África do Sul popularizaram o hino, que não demorou a tornar-se conhecido entre os povos de língua inglesa, e a tal ponto que, quando Gracie Fields reavivou a “Canção da Despedida” na Segunda Guerra Mundial, muitos pensaram que a música havia sido tomada das publicações sacras.
Várias ocorrências que cercaram esse hino mostram que ele vem cumprindo sua missão evangelística. Um soldado que havia lutado heroicamente no Norte da África, mas cuja fé cristã vacilava, foi a um salão de dança, em Glasgow. Quando chegou à porta de entrada, a orquestra começou a tocar a “Canção Maori de Despedida”, que ele só conhecia como a música do hino “Search me, o God”. Sentindo um verdadeiro impacto, ele retrocedeu.
Traduzido para várias línguas, o hino é muito conhecido nos países hispano-americanos e também no Brasil, onde a feliz tradução do doutor Werner Kaschel colocou-o à disposição da campanha de Reavivamento Espiritual Brasileiro empreendida em 1952 no nosso país pelo mesmo doutor J.Edwin Orr, e pela sua própria iniciativa.
O doutor Orr colaborou no Campus Baptist Chapel em West Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, e destacou-se como autor de várias obras, entre as quais Full Surrender, prefaciada pelo famoso evangelista Billy Graham. Este o apontou como uma das maiores autoridades em história dos reavivamentos religiosos no mundo protestante, considerando que o seu trabalho de reavivalista foi poderoso entre os universitários e testemunhando que o fato de tê-lo ouvido resultou em grande bênção para a sua própria vida. Essa obra foi lançada em português – Plena Submissão – em 1952, pela Confederação Evangélica do Brasil, quando o autor estava numa viagem evangelística pelo nosso país.
A tradução para o português do hino “Search me, o God” – Sonda me, ó Deus – feita pelo doutor Werner Kaschel foi considerada pelo doutor Orr muito fiel ao seu pensamento. Insistentemente cantada naquela campanha de 1952, integra hoje o hinário oficial das igrejas batistas de língua portuguesa.
O doutor Werner Kaschel, autor e tradutor de várias obras e também de numerosos hinos, foi pastor em igrejas do Rio de Janeiro e de São Paulo; diretor e professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo e Presidente da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos (ASTE).
Eis o hino:
Sonda-me, ó Deus, pois vês meu coração;
Prova-me, ó Pai, te peço em oração.
De todo mal liberta-me, Senhor,
Também da transgressão que oculta for.
Vem me limpar dos vis pecados meus,
Conforme prometeste, meu bom Deus.
Faze-me arder e consumir de amor,
Pois quero te magnificar, Senhor.
Todo o meu ser, que já não chamo meu,
Quero gastá-lo no serviço teu.
Minhas paixões tu podes dominar:
Ó santo Deus, vem sempre em mim estar!
Lá do alto céu o avivamento vem,
A começar em mim e indo além.
O teu poder, as bênçãos, teu favor
Concede aos que são teus, ó Pai de amor.
Leia mais:
- 04 de fevereiro de 2022
- Visualizações: 4665
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Por Escrito
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Corpos doentes [fracos, limitados, mutilados] também adoram
- Pesquisa Força Missionária Brasileira 2025 quer saber como e onde estão os missionários brasileiros
- Perigo à vista ! - Vulnerabilidades que tornam filhos de missionários mais suscetíveis ao abuso e ao silêncio
- As 97 teses de Martinho Lutero
- Lutar pelos sonhos é possível após os 60. Sempre pela bondade do Senhor
- A urgência da reconciliação: Reflexões a partir do 4º Congresso de Lausanne, um ano após o 7 de outubro
- Para fissurados por controle, cancelamento é saída fácil
- Diálogos de Esperança: nova temporada conversa sobre a Igreja e Lausanne 4
- A última revista do ano
- Vem aí "The Connect Faith 2024"