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- 08 de junho de 2021
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Igreja em ação na pandemia
Klênia Fassoni e Ariane Gomes
*Publicado originalmente na edição 389 da revista Ultimato.
Neste pouco mais de um ano em “regime especial” de trabalho da Editora Ultimato e, como todos, em meio às incertezas e más notícias diárias sobre a pandemia, nós decidimos ir atrás de boas notícias. Empenhamo-nos para mostrar ao leitor a igreja em ação em meio às consequências da Covid-19. O Brasil é um país grande em extensão, com uma igreja extremamente diversa; ainda assim foi possível dar visibilidade a iniciativas e projetos e divulgar serviços e oportunidades de um extremo a outro do território nacional.
Divulgamos na seção “Notícias” do Portal Ultimato e na seção “Mais do que notícias” da revista Ultimato cerca de 160 iniciativas de aproximadamente oitenta organizações. Não fizemos isso sozinhos. Por trás de cada notícia há pessoas da equipe Ultimato, prestadores de serviço e também amigos jornalistas que voluntariamente nos ajudam na produção de notícias.
O que essas notícias relatam? Iniciativas tão diversas quanto diversas são as comunidades de fé e as necessidades e os públicos a que atendem. Várias ações são fruto da união de duas ou mais organizações, evidenciando de forma prática a unidade do Corpo de Cristo. Leia a seguir uma pequena amostra da igreja em ação, sendo sal e luz em meio à pandemia.
• A pandemia da Covid-19 desafiou as igrejas a se adaptarem à nova realidade do isolamento social, criando um segundo ambiente eclesiástico: a igreja on-line. Para a maior parte das pequenas igrejas locais, a inserção no digital foi um grande desafio. As igrejas puderam dar continuidade às suas atividades de culto e ao atendimento a seus diferentes públicos, e algumas mencionam o crescimento de oportunidades de evangelização por meio das transmissões on-line.
• Num primeiro momento da pandemia, as ações das igrejas foram da confecção de máscaras por grupos de voluntários à distribuição de alimentos e produtos de higiene. Mas foi além, atravessando quilômetros de rios para assistir comunidades tradicionais ribeirinhas e indígenas; na doação de alimentos para moradores de rua; na criação de serviço de cadastro para apresentar pessoas desempregadas a empregadores, entre outros. Também aconteceram ações solidárias em favor de crianças em abrigos e migrantes.
• Organizações mobilizaram pessoas e recursos para enfrentar a pandemia. O movimento Vocare, em duas ocasiões, reuniu grupos de jovens para voluntariado; a Visão Mundial criou um fundo de apoio para iniciativas de proteção à infância; a Sociedade Bíblica do Brasil lançou a campanha “Vencendo o Medo”, para levar esperança por meio da Palavra de Deus.
• A divulgação, em janeiro de 2021, de que a perseguição aos cristãos no mundo recrudesceu em meio à pandemia – a estimativa é que mais de 260 milhões de cristãos no mundo todo enfrentem algum tipo de perseguição pela fé em Jesus – tem levado mais igrejas e organizações a contribuírem e orarem para minorar o sofrimento da Igreja ao redor do mundo.
• Várias igrejas e organizações divulgaram boas práticas no trato com pessoas idosas e com deficiência, inclusive dicas práticas de apoio espiritual. O mesmo aconteceu com relação às crianças. A rede Mãos Dadas, por exemplo, reuniu dezenas de recursos para famílias e educadores de crianças e adolescentes.
• Tearfund e Médicos de Cristo se uniram para publicar o e-book gratuito Covid, Controle e Vigilância, com informações sobre a Covid-19, formas de prevenção e vacinas. A Aliança Cristã Evangélica disponibilizou o e-book Você, a Igreja e a Covid-19, chamando as igrejas a cuidar das dimensões espiritual, emocional e social de seus membros, seus vizinhos e das comunidades onde estão instaladas.
• Em fevereiro e março de 2021, igrejas e organizações do Norte e do Sul alocaram recursos humanos (profissionais de saúde que deram assistência on-line) e materiais (como cilindros de oxigênio) para a região Norte do país, por causa da gravidade da Covid na região.
• Lamentar junto, apoiar e consolar enlutados passaram a ser tarefas urgentes para as igrejas, profissionais de saúde mental e organizações frente aos números alarmantes de mortes e à impossibilidade de uma despedida adequada dos familiares que morreram. Em abril deste ano, quando atingimos a marca de 350 mil mortes, a Associação de Capelania na Saúde ofereceu a série de quatro lives “Aos que choram – lives para uma nação em luto”.
• Alguns movimentos estão olhando para o futuro e chamando as igrejas a se preparar para ele. O Movimento Paixão Global 2030, da Aliança Evangélica Portuguesa, quer mobilizar cristãos e igrejas para a expansão do reino de Deus no mundo pós-pandemia a partir da renovação da paixão por Cristo e da compaixão pelos que sofrem. O Movimento Renovar o Nosso Mundo quer ajudar a descobrir qual o papel dos cristãos na reconstrução da sociedade pós-Covid e no enfrentamento das mudanças climáticas para a construção de um futuro melhor para todos.
• Missionários vivendo em contextos desafiadores têm sofrido com mais pressão, problemas emocionais, doenças, saudade, preocupação com familiares. Conselheiros e lideranças missionárias estão promovendo apoio e encorajamento por meio de lives regulares, além de conversas pessoais.
• Instituições se pronunciaram a respeito da valorização da vacina e das medidas de distanciamento social. Foi o caso, por exemplo, da Aliança Evangélica, que publicou “Apelo à sanidade em tempos de pandemia”, e da Associação de Cientistas Cristãos, que publicou materiais técnicos e depoimentos de cientistas para incentivar a adesão à vacina contra a Covid-19.
• Com as portas fechadas a maior parte do tempo, seminários, centros de formação, escolas de missões e universidades confessionais multiplicaram os cursos a distância respondendo a uma procura crescente. Muitos congressos e seminários que já fazem parte do calendário anual da igreja evangélica brasileira foram adaptados para acontecer em formato on-line.
A oração foi possivelmente a ação mais presente. E ela inspirou e sustentou as demais ações. Vários líderes de igrejas e organizações relatam que passaram a orar mais.
• Em 15 de março de 2020, a Aliança Evangélica Mundial publicou a oração do Secretário-geral Bispo Efraim Tendero, chamando as igrejas ao redor do mundo a se unirem em oração. Esta oração é um modelo que pode ser repetido ainda hoje, um ano depois. Ela reafirma a confiança no Senhor que não dorme. Clama por misericórdia e proteção contra o vírus. Pede por sabedoria para os governantes e líderes para implementar diretrizes, medidas e estratégias no combate à Covid-19, por capacidade para as autoridades de saúde e por orientação para os cientistas de todo o mundo que trabalham para encontrar o antídoto para a Covid-19. Suplica por paz e por livramento do medo. E pede por toda a Igreja, para que, refletindo a imagem de Jesus Cristo, cuide dos menos favorecidos e ofereça conforto e ajuda aos solitários e isolados.
*Publicado originalmente na edição 389 da revista Ultimato.
Neste pouco mais de um ano em “regime especial” de trabalho da Editora Ultimato e, como todos, em meio às incertezas e más notícias diárias sobre a pandemia, nós decidimos ir atrás de boas notícias. Empenhamo-nos para mostrar ao leitor a igreja em ação em meio às consequências da Covid-19. O Brasil é um país grande em extensão, com uma igreja extremamente diversa; ainda assim foi possível dar visibilidade a iniciativas e projetos e divulgar serviços e oportunidades de um extremo a outro do território nacional.
Divulgamos na seção “Notícias” do Portal Ultimato e na seção “Mais do que notícias” da revista Ultimato cerca de 160 iniciativas de aproximadamente oitenta organizações. Não fizemos isso sozinhos. Por trás de cada notícia há pessoas da equipe Ultimato, prestadores de serviço e também amigos jornalistas que voluntariamente nos ajudam na produção de notícias.
O que essas notícias relatam? Iniciativas tão diversas quanto diversas são as comunidades de fé e as necessidades e os públicos a que atendem. Várias ações são fruto da união de duas ou mais organizações, evidenciando de forma prática a unidade do Corpo de Cristo. Leia a seguir uma pequena amostra da igreja em ação, sendo sal e luz em meio à pandemia.
• A pandemia da Covid-19 desafiou as igrejas a se adaptarem à nova realidade do isolamento social, criando um segundo ambiente eclesiástico: a igreja on-line. Para a maior parte das pequenas igrejas locais, a inserção no digital foi um grande desafio. As igrejas puderam dar continuidade às suas atividades de culto e ao atendimento a seus diferentes públicos, e algumas mencionam o crescimento de oportunidades de evangelização por meio das transmissões on-line.
• Num primeiro momento da pandemia, as ações das igrejas foram da confecção de máscaras por grupos de voluntários à distribuição de alimentos e produtos de higiene. Mas foi além, atravessando quilômetros de rios para assistir comunidades tradicionais ribeirinhas e indígenas; na doação de alimentos para moradores de rua; na criação de serviço de cadastro para apresentar pessoas desempregadas a empregadores, entre outros. Também aconteceram ações solidárias em favor de crianças em abrigos e migrantes.
• Organizações mobilizaram pessoas e recursos para enfrentar a pandemia. O movimento Vocare, em duas ocasiões, reuniu grupos de jovens para voluntariado; a Visão Mundial criou um fundo de apoio para iniciativas de proteção à infância; a Sociedade Bíblica do Brasil lançou a campanha “Vencendo o Medo”, para levar esperança por meio da Palavra de Deus.
• A divulgação, em janeiro de 2021, de que a perseguição aos cristãos no mundo recrudesceu em meio à pandemia – a estimativa é que mais de 260 milhões de cristãos no mundo todo enfrentem algum tipo de perseguição pela fé em Jesus – tem levado mais igrejas e organizações a contribuírem e orarem para minorar o sofrimento da Igreja ao redor do mundo.
• Várias igrejas e organizações divulgaram boas práticas no trato com pessoas idosas e com deficiência, inclusive dicas práticas de apoio espiritual. O mesmo aconteceu com relação às crianças. A rede Mãos Dadas, por exemplo, reuniu dezenas de recursos para famílias e educadores de crianças e adolescentes.
• Tearfund e Médicos de Cristo se uniram para publicar o e-book gratuito Covid, Controle e Vigilância, com informações sobre a Covid-19, formas de prevenção e vacinas. A Aliança Cristã Evangélica disponibilizou o e-book Você, a Igreja e a Covid-19, chamando as igrejas a cuidar das dimensões espiritual, emocional e social de seus membros, seus vizinhos e das comunidades onde estão instaladas.
• Em fevereiro e março de 2021, igrejas e organizações do Norte e do Sul alocaram recursos humanos (profissionais de saúde que deram assistência on-line) e materiais (como cilindros de oxigênio) para a região Norte do país, por causa da gravidade da Covid na região.
• Lamentar junto, apoiar e consolar enlutados passaram a ser tarefas urgentes para as igrejas, profissionais de saúde mental e organizações frente aos números alarmantes de mortes e à impossibilidade de uma despedida adequada dos familiares que morreram. Em abril deste ano, quando atingimos a marca de 350 mil mortes, a Associação de Capelania na Saúde ofereceu a série de quatro lives “Aos que choram – lives para uma nação em luto”.
• Alguns movimentos estão olhando para o futuro e chamando as igrejas a se preparar para ele. O Movimento Paixão Global 2030, da Aliança Evangélica Portuguesa, quer mobilizar cristãos e igrejas para a expansão do reino de Deus no mundo pós-pandemia a partir da renovação da paixão por Cristo e da compaixão pelos que sofrem. O Movimento Renovar o Nosso Mundo quer ajudar a descobrir qual o papel dos cristãos na reconstrução da sociedade pós-Covid e no enfrentamento das mudanças climáticas para a construção de um futuro melhor para todos.
• Missionários vivendo em contextos desafiadores têm sofrido com mais pressão, problemas emocionais, doenças, saudade, preocupação com familiares. Conselheiros e lideranças missionárias estão promovendo apoio e encorajamento por meio de lives regulares, além de conversas pessoais.
• Instituições se pronunciaram a respeito da valorização da vacina e das medidas de distanciamento social. Foi o caso, por exemplo, da Aliança Evangélica, que publicou “Apelo à sanidade em tempos de pandemia”, e da Associação de Cientistas Cristãos, que publicou materiais técnicos e depoimentos de cientistas para incentivar a adesão à vacina contra a Covid-19.
• Com as portas fechadas a maior parte do tempo, seminários, centros de formação, escolas de missões e universidades confessionais multiplicaram os cursos a distância respondendo a uma procura crescente. Muitos congressos e seminários que já fazem parte do calendário anual da igreja evangélica brasileira foram adaptados para acontecer em formato on-line.
A oração foi possivelmente a ação mais presente. E ela inspirou e sustentou as demais ações. Vários líderes de igrejas e organizações relatam que passaram a orar mais.
• Em 15 de março de 2020, a Aliança Evangélica Mundial publicou a oração do Secretário-geral Bispo Efraim Tendero, chamando as igrejas ao redor do mundo a se unirem em oração. Esta oração é um modelo que pode ser repetido ainda hoje, um ano depois. Ela reafirma a confiança no Senhor que não dorme. Clama por misericórdia e proteção contra o vírus. Pede por sabedoria para os governantes e líderes para implementar diretrizes, medidas e estratégias no combate à Covid-19, por capacidade para as autoridades de saúde e por orientação para os cientistas de todo o mundo que trabalham para encontrar o antídoto para a Covid-19. Suplica por paz e por livramento do medo. E pede por toda a Igreja, para que, refletindo a imagem de Jesus Cristo, cuide dos menos favorecidos e ofereça conforto e ajuda aos solitários e isolados.
>> LANÇAMENTO: Conheça o livro Pastorais da Pandemia, de Éber Lenz César
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