Opinião
- 27 de dezembro de 2006
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Igreja e sexualidade: a música como exemplo de repressão e hipocrisia
Cleber Lizardo "Kebel" Assis
Não é de hoje que se classifica a maioria das religiões como “repressoras”. Mas prefiro refletir a partir do meu próprio umbigo: como educador e teólogo numa igreja cristã de vertente protestante e evangélica. Primeiramente um esclarecimento: antes de me rotularem de liberal, permissivo ou mundano, retomo a Freud, criador da psicanálise, para lembrar que, ao entrar na esfera da cultura, o ser humano está fatalmente fadado às mais diversas repressões de seus instintos e pulsões profundas.
Reprimir é inevitável
Dito isso, entende-se que não somente a religião, e particularmente a cristã, mas todas as religiões, sistemas filosóficos, jurídicos ou instituições sociais, posto que fazem parte da cultura, constituem repressão ao ser humano. Digo ainda que a repressão de fato não é obrigatoriamente negativa, afinal se não haver limites, disciplina e contenção, não seria possível haver civilização ou vida social.
A forma com que é empregada é que deve ser avaliada, principalmente nos cercados evangélicos. Somos mestres em reprimir, punir, julgar e condenar. Falamos em paz e amor mas infligimos culpa, medo e agressão à liberdade pessoal, colocando em nome de Deus, fardos pesadíssimos sobre os fiéis.
Fazemos nós mesmos uma nova inquisição baseada em mexericos, isolamentos, olhares frios e de cima para qualquer ato ou comportamento “segundo o mundo” ou pior, que não se harmoniza com nossas opiniões pessoais ou grupo de pertença. E quando o tema é afetividade, sexualidade e sexo, ruborizamos a face, sentimos coceira na pele e desconversamos.
As igrejas evangélicas têm sido mestras em deixar “debaixo dos panos” esses temas, quando poderia avançar na reflexão e numa prática docente. Têm preferido o ostracismo até que esses fenômenos humanos surjam, “entornem o balde” e elas surjam para tratá-los de forma higienista e policial.
O Abismo entre espiritualidade e afetividade/sexualidade
Ainda não conseguimos compatibilizar sexualidade e espiritualidade. Ainda não conseguimos religar os opostos platônicos e até paulinos, que associam sexualidade à esfera da carne (e portanto, ao pecado) e vida religiosa à dimensão do espírito.
Nossa classificação precipitada/preconceituosa e imatura do que vem a ser ‘mundano’ e pecaminoso não nos permite tais práticas, pois afinal pertencem à esfera da carne, do diabo, “não edifica” e temos que “amarrar”. Assim, nada de “dar brecha” para um equilibrado romantismo e tampouco um erotismo legítimo em nossas vidas.
A partir de um exemplo do nosso cotidiano quero mostrar como confundimos tudo, a saber, a chamada “música evangélica”. Não toleramos que se ouça ou cante qualquer canção que não seja de cunho religioso e principalmente que se fale de romance, afeto, encontros e desencontros da vida amorosa entre o homem e a mulher.
Cantamos sim, e nossa hinologia tradicional ou contemporânea o atesta, apenas cânticos espirituais, pois afinal temos que ser onipotentes e bitoladamente “espirituais”.
Sofremos de uma concepção teológica de Deus, pecado e cultura completamente esquizofrênica que não nos permite ser plenamente humanos e nos expressar plenamente sem sermos cerceados por sentimentos fortes de culpa.
Os artistas evangélicos, com maior probabilidade de sensibilidade nessas dimensões aparentemente seccionadas de sexualidade e espiritualidade, têm de fazer peripécias para compor cânticos que agradam a Deus e canções que falam da grande aventura de viver, como se fossem coisas antagônicas.
Sejamos artistas ou não, acabamos por nos tornar hipócritas quando queremos deixar a alma desabafar, tecer um elogio ou declaração de amor, daí termos que apelar para forçados clichês espirituais nas letras e canções evangélicas. Há momentos que essas composições são tão dúbias que não se sabe ao certo que se trata de louvor a Deus ou uma declaração à namorada ou namorado.
Claro que precisamos desenvolver o discernimento, a capacidade de reter coisas boas e abster do que é mal, e tudo dentro de um respeito à subjetividade e liberdade de cada um.
Os atravessamentos da colonização cultural
Não tenho que cantar de forma cúltica e congregacional as belas composições de Tom, Vinícius e Chico, mas também não fica de bom “tom” falar de carinho, afeto e da delícia de bem-querer recitando os hinos que herdamos do estrangeiro.
Somos vítimas de uma dicotomia triste entre sagrado e profano que herdamos de nossos “colonizadores religiosos” que, além de nos ensinar que nossa cultura não presta, nos infundiram um sentimento anti-católico, separatista e aguerrido, de forma que, contrastar com o sistema maligno é ser contra tudo que beira a religião católica. Nos ensinaram ainda um certo pietismo farisaico que nos torna sepulcros caiados a cada dia.
Com raríssimas exceções, nossa música evangélica é de muita feiúra: feia porque parcial, porque se finge não ser humana, porque exclui do ser humano dimensões que podem e devem ser expressadas; feia porque é hipócrita e repressora dos sentimentos, sensações e desabafos da alma; feia porque manipula em nome de uma espiritualidade alienante e se transforma num consumismo desenfreado através do que se configurou atualmente como indústria gospel, disfarçada consciente e inconscientemente de louvor e adoração.
Lamento que, como teólogos, pastores e educadores, não saibamos educar nossas crianças e jovens para o discernimento sóbrio e honesto daquilo que devemos absorver ou excluir da relação com a cultura.
Lamento que ainda não temos a coragem de tocar em temas que articulam espiritualidade, afetividade/sexualidade e cultura. Ensinamos sim, a jogar tudo fora e depois, hipocritamente escondidos, pegar de volta. Primeiro demonizamos diversos elementos culturais, para depois forjar uma teologia de improviso, que nos torna aptos a recolher o “bebê jogado fora com a água suja”.
E exemplos não faltam, pois já fizemos isso com a televisão e outras mídias, com instrumentos de percussão e ritmos diversos, com formas de vestuário, com a formação acadêmica pastoral ou secular, com a ocupação de cargos políticos e tantos outros.
Dois extremos do pêndulo
Esse movimento constitui uma espiritualidade falsa e parcial, porque não permite o ser humano estar integralmente diante de si, do próximo e de Deus; por que excluem o afeto, o carinho, o erotismo e a poesia como componentes da criação divina. Criação que, embora embotada pelo pecado, permanece divina, boa e bela.
Por outro lado, o romantismo e o erotismo desenfreado que ora assistimos nas canções e noutras formas de expressões culturais, constituem um outro extremo da situação que denuncio: abuso e vulgarização do corpo e exacerbação do erótico, idéias deturpadas do amor, estímulo ao consumismo, padronização do estético, desvalorização da mulher.
Isso também constitui crime contra a criação divina que, também deve ser respeitada e tratada em sua dignidade e integridade. Mas fazer o quê?
Pistas para a saída: religar é preciso
Lembro de Aristóteles que definia a virtude como o caminho do meio, do equilíbrio: podemos cantar altos louvores congregacionais, salmos e cânticos espirituais junto com a comunidade no templo, com o sentido de adoração a Deus, e quando sentir saudade, se aproximar do amado, abrir-lhe o coração com uma das belas poesias e composições de nosso cancioneiro popular. E isso, sem culpa.
Nesse sentido é necessário aprender a religar aspectos que tão fácil aprendemos a separar, seja elementos culturais e da fé, da nossa teologia e da erótica, do humano e do divino.
Lembro sobretudo de Jesus com seus ensinamentos sobre tolerância, humanidade, respeito e amor às diferenças e individualidades.
Lembro ainda que, a partir do Mestre, não precisamos ser hipócritas para sermos aceitos, que não precisamos criar ou nos submeter a fardos pesadíssimos que nos tentam impor, que não precisamos deixar de ser humanos para sermos espirituais, que Deus sabe discernir e receber sua adoração e olhar com um sorriso afetuoso quando suspiramos de forma plenamente humana.
Cleber Lizardo “Kebel” Assis é educador, teólogo e psicólogo. Membro da Igreja Metodista, assessora a Fundação Metodista e a rede de Projetos Sombra e Água Fresca. Atualmente desenvolve reflexões e cursos em arte-educação teologia e psicologia. Email: kebelassis@yahoo.com.br
Não é de hoje que se classifica a maioria das religiões como “repressoras”. Mas prefiro refletir a partir do meu próprio umbigo: como educador e teólogo numa igreja cristã de vertente protestante e evangélica. Primeiramente um esclarecimento: antes de me rotularem de liberal, permissivo ou mundano, retomo a Freud, criador da psicanálise, para lembrar que, ao entrar na esfera da cultura, o ser humano está fatalmente fadado às mais diversas repressões de seus instintos e pulsões profundas.
Reprimir é inevitável
Dito isso, entende-se que não somente a religião, e particularmente a cristã, mas todas as religiões, sistemas filosóficos, jurídicos ou instituições sociais, posto que fazem parte da cultura, constituem repressão ao ser humano. Digo ainda que a repressão de fato não é obrigatoriamente negativa, afinal se não haver limites, disciplina e contenção, não seria possível haver civilização ou vida social.
A forma com que é empregada é que deve ser avaliada, principalmente nos cercados evangélicos. Somos mestres em reprimir, punir, julgar e condenar. Falamos em paz e amor mas infligimos culpa, medo e agressão à liberdade pessoal, colocando em nome de Deus, fardos pesadíssimos sobre os fiéis.
Fazemos nós mesmos uma nova inquisição baseada em mexericos, isolamentos, olhares frios e de cima para qualquer ato ou comportamento “segundo o mundo” ou pior, que não se harmoniza com nossas opiniões pessoais ou grupo de pertença. E quando o tema é afetividade, sexualidade e sexo, ruborizamos a face, sentimos coceira na pele e desconversamos.
As igrejas evangélicas têm sido mestras em deixar “debaixo dos panos” esses temas, quando poderia avançar na reflexão e numa prática docente. Têm preferido o ostracismo até que esses fenômenos humanos surjam, “entornem o balde” e elas surjam para tratá-los de forma higienista e policial.
O Abismo entre espiritualidade e afetividade/sexualidade
Ainda não conseguimos compatibilizar sexualidade e espiritualidade. Ainda não conseguimos religar os opostos platônicos e até paulinos, que associam sexualidade à esfera da carne (e portanto, ao pecado) e vida religiosa à dimensão do espírito.
Nossa classificação precipitada/preconceituosa e imatura do que vem a ser ‘mundano’ e pecaminoso não nos permite tais práticas, pois afinal pertencem à esfera da carne, do diabo, “não edifica” e temos que “amarrar”. Assim, nada de “dar brecha” para um equilibrado romantismo e tampouco um erotismo legítimo em nossas vidas.
A partir de um exemplo do nosso cotidiano quero mostrar como confundimos tudo, a saber, a chamada “música evangélica”. Não toleramos que se ouça ou cante qualquer canção que não seja de cunho religioso e principalmente que se fale de romance, afeto, encontros e desencontros da vida amorosa entre o homem e a mulher.
Cantamos sim, e nossa hinologia tradicional ou contemporânea o atesta, apenas cânticos espirituais, pois afinal temos que ser onipotentes e bitoladamente “espirituais”.
Sofremos de uma concepção teológica de Deus, pecado e cultura completamente esquizofrênica que não nos permite ser plenamente humanos e nos expressar plenamente sem sermos cerceados por sentimentos fortes de culpa.
Os artistas evangélicos, com maior probabilidade de sensibilidade nessas dimensões aparentemente seccionadas de sexualidade e espiritualidade, têm de fazer peripécias para compor cânticos que agradam a Deus e canções que falam da grande aventura de viver, como se fossem coisas antagônicas.
Sejamos artistas ou não, acabamos por nos tornar hipócritas quando queremos deixar a alma desabafar, tecer um elogio ou declaração de amor, daí termos que apelar para forçados clichês espirituais nas letras e canções evangélicas. Há momentos que essas composições são tão dúbias que não se sabe ao certo que se trata de louvor a Deus ou uma declaração à namorada ou namorado.
Claro que precisamos desenvolver o discernimento, a capacidade de reter coisas boas e abster do que é mal, e tudo dentro de um respeito à subjetividade e liberdade de cada um.
Os atravessamentos da colonização cultural
Não tenho que cantar de forma cúltica e congregacional as belas composições de Tom, Vinícius e Chico, mas também não fica de bom “tom” falar de carinho, afeto e da delícia de bem-querer recitando os hinos que herdamos do estrangeiro.
Somos vítimas de uma dicotomia triste entre sagrado e profano que herdamos de nossos “colonizadores religiosos” que, além de nos ensinar que nossa cultura não presta, nos infundiram um sentimento anti-católico, separatista e aguerrido, de forma que, contrastar com o sistema maligno é ser contra tudo que beira a religião católica. Nos ensinaram ainda um certo pietismo farisaico que nos torna sepulcros caiados a cada dia.
Com raríssimas exceções, nossa música evangélica é de muita feiúra: feia porque parcial, porque se finge não ser humana, porque exclui do ser humano dimensões que podem e devem ser expressadas; feia porque é hipócrita e repressora dos sentimentos, sensações e desabafos da alma; feia porque manipula em nome de uma espiritualidade alienante e se transforma num consumismo desenfreado através do que se configurou atualmente como indústria gospel, disfarçada consciente e inconscientemente de louvor e adoração.
Lamento que, como teólogos, pastores e educadores, não saibamos educar nossas crianças e jovens para o discernimento sóbrio e honesto daquilo que devemos absorver ou excluir da relação com a cultura.
Lamento que ainda não temos a coragem de tocar em temas que articulam espiritualidade, afetividade/sexualidade e cultura. Ensinamos sim, a jogar tudo fora e depois, hipocritamente escondidos, pegar de volta. Primeiro demonizamos diversos elementos culturais, para depois forjar uma teologia de improviso, que nos torna aptos a recolher o “bebê jogado fora com a água suja”.
E exemplos não faltam, pois já fizemos isso com a televisão e outras mídias, com instrumentos de percussão e ritmos diversos, com formas de vestuário, com a formação acadêmica pastoral ou secular, com a ocupação de cargos políticos e tantos outros.
Dois extremos do pêndulo
Esse movimento constitui uma espiritualidade falsa e parcial, porque não permite o ser humano estar integralmente diante de si, do próximo e de Deus; por que excluem o afeto, o carinho, o erotismo e a poesia como componentes da criação divina. Criação que, embora embotada pelo pecado, permanece divina, boa e bela.
Por outro lado, o romantismo e o erotismo desenfreado que ora assistimos nas canções e noutras formas de expressões culturais, constituem um outro extremo da situação que denuncio: abuso e vulgarização do corpo e exacerbação do erótico, idéias deturpadas do amor, estímulo ao consumismo, padronização do estético, desvalorização da mulher.
Isso também constitui crime contra a criação divina que, também deve ser respeitada e tratada em sua dignidade e integridade. Mas fazer o quê?
Pistas para a saída: religar é preciso
Lembro de Aristóteles que definia a virtude como o caminho do meio, do equilíbrio: podemos cantar altos louvores congregacionais, salmos e cânticos espirituais junto com a comunidade no templo, com o sentido de adoração a Deus, e quando sentir saudade, se aproximar do amado, abrir-lhe o coração com uma das belas poesias e composições de nosso cancioneiro popular. E isso, sem culpa.
Nesse sentido é necessário aprender a religar aspectos que tão fácil aprendemos a separar, seja elementos culturais e da fé, da nossa teologia e da erótica, do humano e do divino.
Lembro sobretudo de Jesus com seus ensinamentos sobre tolerância, humanidade, respeito e amor às diferenças e individualidades.
Lembro ainda que, a partir do Mestre, não precisamos ser hipócritas para sermos aceitos, que não precisamos criar ou nos submeter a fardos pesadíssimos que nos tentam impor, que não precisamos deixar de ser humanos para sermos espirituais, que Deus sabe discernir e receber sua adoração e olhar com um sorriso afetuoso quando suspiramos de forma plenamente humana.
Cleber Lizardo “Kebel” Assis é educador, teólogo e psicólogo. Membro da Igreja Metodista, assessora a Fundação Metodista e a rede de Projetos Sombra e Água Fresca. Atualmente desenvolve reflexões e cursos em arte-educação teologia e psicologia. Email: kebelassis@yahoo.com.br
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