Opinião
- 04 de setembro de 2015
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Igreja de Cristo: cidadania ou morte?
Neste dia 7 de setembro de 2015, quando a população brasileira enfrenta dificuldades decorrentes de instabilidades econômicas e políticas, somadas às denúncias sobre corrupção em vários setores da sociedade, a Aliança Evangélica traz uma mensagem baseada em um dos textos de sua cartilha “Os Evangélicos e a Transformação Social”, publicada no ano passado e disponível gratuitamente aqui.
Convidamos a Igreja Evangélica a envolver-se mais com a vida da nação brasileira, através da participação ativa de cada um dos seus membros e de suas comunidades locais; voluntários cidadãos de uma pátria amada chamada Brasil.
O Lugar Singular da Igreja de Cristo
A igreja é a principal expressão da presença de Deus no mundo. Um povo santo, que celebra o Cristo ressurreto todas as vezes que congrega em comunidade, caminha pelas ruas da cidade, professa um ofício com dedicação e honra ou mesmo quando cuida da família com devoção. É povo formado por gente que deseja se parecer com Jesus.
No Sermão do Monte o Senhor Jesus apresenta o significado de uma vida vivida debaixo da dinâmica do governo de Deus sobre todas as coisas. O discípulo do Cristo é chamado ao protagonismo no reino dos homens, na medida em que se rende ao senhorio daquele cujo propósito na vida foi o serviço humilde, em cumprimento à vontade do Pai.
Esses seguidores de Jesus são humildes de espírito. Pessoas mansas, cujas bandeiras serão sempre as da entrega sacrificial em amor, que tem sede e fome de justiça. O povo de Deus, cheio da graça de Deus, é povo compassivo e generoso, que trata seu próximo como uma criatura feita à imagem de Deus. São trabalhadores pela paz e pelo entendimento. São comprometidos com o eterno e não com o contingente; mesmo frente às oposições, são esperançosos e perseverantes.
Desafios para esse tempo
O desafio de discernir a realidade - Lucidez é essa capacidade de avaliar com inteligência as conjunturas, nas suas dinâmicas de vida e de morte. Discernir a realidade é fazer uma aproximação crítica, atenta ao controle e à manipulação da grande mídia e de outros poderes, buscando sempre entender o porquê de as coisas serem como são.
O desafio de interceder pela realidade - O povo de Deus é chamado a interceder não somente pelas causas particulares, de interesse individual. É preciso um posicionamento sério de oração pelas causas coletivas, pelas questões que envolvem a cidade, a nação e o mundo. Cremos em um Deus que pode transformar realidades. A igreja deve orar pela libertação de grupos oprimidos, pela saída dos homens maus dos lugares de poder, pela consolidação e garantia dos espaços democráticos de expressão.
O desafio de intervir na realidade - É hora de lançarmos mão dos nossos talentos naturais, vocações profissionais, senso de cidadania, colocando tudo isso como meio de afirmação dos direitos naturais e dos valores do Reino de Deus. Não somos salvos pelas obras, mas elas foram preparadas por Deus para que andássemos nelas (Ef. 2.10). É dessa forma que a igreja intervirá propositivamente na realidade social. O exercício de uma cidadania responsável é um conceito de santidade cristã.
As Igrejas entre a Cidadania e o Reino de Deus: os testemunhos e os sinais
As igrejas são um grande agente de transformação social e política. Os valores do Reino de Deus que motivam a igreja e a esperança da consumação deste Reino a tornam um importante agente de justiça social.
Igrejas e as ações sociais - As igrejas evangélicas em suas diferentes histórias, tradições, doutrinas, práticas e serviços à sociedade desenvolvem ações sociais. São creches, escolas, centros de recuperação, asilos, centros de triagens, “sopões”, redes de ações sociais e muitas formas de ajuda que reconstroem a dignidade humana.
Igrejas e a ação política – A Igreja deve ir além e atuar diretamente nos fatores que produzem as muitas formas de injustiças sociais. Para isso, a ação política passa a ser tão fundamental e profética quanto as ações de solidariedade e assistencialistas.
Igrejas e a participação política - A participação política acontece pela consciência cristã e crítica de seus membros engajados em partidos, movimentos sociais, organizações, instituições e entidades que trabalham em prol da construção da justiça e da igualdade social. Mas acontece também quando, como resultado de debates internos, a igreja se manifesta e se posiciona publicamente a favor ou contra uma dada questão que diz respeito à sociedade e ao Estado.
O cristão na arena da sociedade civil - A presença da igreja na cidade deve passar pelo engajamento dos discípulos de Jesus nos processos de construção social e não apenas pelo endereço postal de um templo religioso. Os cristãos devem encontrar espaços de participação: no seu condomínio, em grupos de serviço comunitário, em ONGs, em associações de moradores, em grêmios estudantis e outros. Destaque para a participação nos Conselhos Municipais, que podem ser da Saúde, da Educação, Antidrogas, do Direito das Crianças e Adolescentes, da Mulher, do Idoso, entre outros. A importância dos Conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática, na formulação e implementação de políticas públicas urbanas, estaduais e federais. Há também as ferramentas de controle social e a elaboração de políticas públicas que podem ser viabilizadas através de Projetos de Lei de Iniciativa Popular.
Ademais, é importante sublinhar o lugar da vocação profissional na cooperação para o bom testemunho cristão na sociedade. É a ética cristã aplicada às questões do trabalho.
Um convite a expressar a fé - a Igreja, ao agir como a nova humanidade redimida, recria a nova sociedade portadora da novidade do Reino de Deus. A cidadania é um caminho a ser trilhado que produz os sinais desse Reino já manifesto pelo poder do Evangelho nas vidas dos seus membros. Estes sinais no meio da sociedade mais ampla são testemunhos do Deus que é a favor da vida humana e da natureza, em sua totalidade e em sua integralidade.
Nota:
Leia este texto na íntegra e outros que tratam da responsabilidade cidadã dos cristãos na cartilha Os Evangélicos e a Transformação Social.
Aliança Evangélica Brasileira
02 de setembro de 2015
Foto: Ricardo Penna / Fotos Públicas (06/03/2015)
Leia também
A Igreja e sua missão transformadora (e-book gratuito)
A Igreja, o país e o mundo (Robinson Cavalcanti)
Cosmovisão cristã e transformação social
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No Sermão do Monte o Senhor Jesus apresenta o significado de uma vida vivida debaixo da dinâmica do governo de Deus sobre todas as coisas. O discípulo do Cristo é chamado ao protagonismo no reino dos homens, na medida em que se rende ao senhorio daquele cujo propósito na vida foi o serviço humilde, em cumprimento à vontade do Pai.
Esses seguidores de Jesus são humildes de espírito. Pessoas mansas, cujas bandeiras serão sempre as da entrega sacrificial em amor, que tem sede e fome de justiça. O povo de Deus, cheio da graça de Deus, é povo compassivo e generoso, que trata seu próximo como uma criatura feita à imagem de Deus. São trabalhadores pela paz e pelo entendimento. São comprometidos com o eterno e não com o contingente; mesmo frente às oposições, são esperançosos e perseverantes.
Desafios para esse tempo
O desafio de discernir a realidade - Lucidez é essa capacidade de avaliar com inteligência as conjunturas, nas suas dinâmicas de vida e de morte. Discernir a realidade é fazer uma aproximação crítica, atenta ao controle e à manipulação da grande mídia e de outros poderes, buscando sempre entender o porquê de as coisas serem como são.
O desafio de interceder pela realidade - O povo de Deus é chamado a interceder não somente pelas causas particulares, de interesse individual. É preciso um posicionamento sério de oração pelas causas coletivas, pelas questões que envolvem a cidade, a nação e o mundo. Cremos em um Deus que pode transformar realidades. A igreja deve orar pela libertação de grupos oprimidos, pela saída dos homens maus dos lugares de poder, pela consolidação e garantia dos espaços democráticos de expressão.
O desafio de intervir na realidade - É hora de lançarmos mão dos nossos talentos naturais, vocações profissionais, senso de cidadania, colocando tudo isso como meio de afirmação dos direitos naturais e dos valores do Reino de Deus. Não somos salvos pelas obras, mas elas foram preparadas por Deus para que andássemos nelas (Ef. 2.10). É dessa forma que a igreja intervirá propositivamente na realidade social. O exercício de uma cidadania responsável é um conceito de santidade cristã.
As Igrejas entre a Cidadania e o Reino de Deus: os testemunhos e os sinais
As igrejas são um grande agente de transformação social e política. Os valores do Reino de Deus que motivam a igreja e a esperança da consumação deste Reino a tornam um importante agente de justiça social.
Igrejas e as ações sociais - As igrejas evangélicas em suas diferentes histórias, tradições, doutrinas, práticas e serviços à sociedade desenvolvem ações sociais. São creches, escolas, centros de recuperação, asilos, centros de triagens, “sopões”, redes de ações sociais e muitas formas de ajuda que reconstroem a dignidade humana.
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O cristão na arena da sociedade civil - A presença da igreja na cidade deve passar pelo engajamento dos discípulos de Jesus nos processos de construção social e não apenas pelo endereço postal de um templo religioso. Os cristãos devem encontrar espaços de participação: no seu condomínio, em grupos de serviço comunitário, em ONGs, em associações de moradores, em grêmios estudantis e outros. Destaque para a participação nos Conselhos Municipais, que podem ser da Saúde, da Educação, Antidrogas, do Direito das Crianças e Adolescentes, da Mulher, do Idoso, entre outros. A importância dos Conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática, na formulação e implementação de políticas públicas urbanas, estaduais e federais. Há também as ferramentas de controle social e a elaboração de políticas públicas que podem ser viabilizadas através de Projetos de Lei de Iniciativa Popular.
Ademais, é importante sublinhar o lugar da vocação profissional na cooperação para o bom testemunho cristão na sociedade. É a ética cristã aplicada às questões do trabalho.
Um convite a expressar a fé - a Igreja, ao agir como a nova humanidade redimida, recria a nova sociedade portadora da novidade do Reino de Deus. A cidadania é um caminho a ser trilhado que produz os sinais desse Reino já manifesto pelo poder do Evangelho nas vidas dos seus membros. Estes sinais no meio da sociedade mais ampla são testemunhos do Deus que é a favor da vida humana e da natureza, em sua totalidade e em sua integralidade.
Nota:
Leia este texto na íntegra e outros que tratam da responsabilidade cidadã dos cristãos na cartilha Os Evangélicos e a Transformação Social.
Aliança Evangélica Brasileira
02 de setembro de 2015
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