Opinião
- 24 de fevereiro de 2006
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Identidade e diferença - o indígena e o cristianismo*
10. O indígena cristão
Já vimos que o evangelho ajudou os Dâw a firmarem a sua indianidade (identidade indígena). Há outros exemplos conhecidos onde a indianidade dos indígenas que se tornaram novas criaturas também foi fortalecida pelo fato de esses indígenas terem se tornado cristãos. Em outras palavras, o cristianismo fez com que eles firmassem ainda mais a sua indianidade. Não a indianidade descrita por muitos pesquisadores que se colocam contra o evangelho e contra os missionários, mas a indianidade escolhida pelos próprios indígenas para que continuassem a ser indígenas.
Em relação aos Terenas, Egon Schaden afirma que o Protestantismo tem levado
“Os índios a melhor se firmarem, eles próprios, a sua consciência indígena em oposição à população rural católica. Por outro lado, a proscrição de bebidas alcoólicas e outras proibições, conferindo-lhes maior auto-respeito, os ajudam a superar os efeitos de depressão psíquica resultantes da insegurança do homem marginal” (1969.313).
Homem marginal aqui é o homem deixado à margem da sociedade não-indígena, sofrendo os preconceitos e as discriminações impostas pelo relacionamento desigual entre as sociedades indígenas e não-indígenas no cenário nacional. Os Terena, segundo Shaden, superaram isso através do cristianismo que adotaram. Aqui ele não está falando mal do catolicismo e falando bem dos evangélicos. Ele está falando bem do "evangelho".
Um outro pesquisador não evangélico (Robin Wright) afirma que:
“O olhar wari descobriu, na prática cristã, valores de sua própria cultura, que dizem respeito a um ideal de consaguinidade generalizada” (Wright, Org., 1999:12).
Os valores cristãos que são iguais aos valores compartilhados pelos Wari dizem respeito ao bom tratamento que o povo cristão e o povo Wari dão aos seus patrícios. É um tratamento tão bom que é comparado ao tratamento que um irmão de sangue dá ao outro. Como se pode ver, os valores cristãos não estão em oposição aos valores indígenas. Portanto, ser cristão não impede um indígena de continuar a ser indígena.
Esse mesmo antropólogo assegura o seguinte:
“As transformações efetuadas nas culturas indígenas por missionários cristãos, durante o tempo, raramente têm sido o resultado de um processo simples de imposição, mas sim o resultado de negociações, nos planos político, material e simbólico, em que as estruturas e instituições tradicionais ressurgem, mas em formas alteradas” (op.cit.: 14).
Em outras palavras, a cultura dos indígenas que se tornaram cristãos não é uma cultura empobrecida, desvirtuada e desvalorizada, como alguns opositores do evangelho dizem. É uma cultura repensada, reformulada e reelaborada pelos próprios indígenas, a seu próprio favor, para o seu próprio benefício e não contra o seu próprio patrimônio cultural e linguístico. Essa matriz cultural evangelizada milita a seu favor e não contra seus interesses humanos-indígenas.
Não é à-toa que o ditado indígena do final dos anos setenta e início dos anos oitenta era: "Posso ser o que você é sem deixar de ser o que sou." Muitos desses indígenas eram evangélicos. Com isso eles queriam dizer que eles poderiam assumir outras identidades sem perder aquela que identificava a eles como indígenas. Com isso podemos dizer que um indígena pode ser cristão e continuar sendo indígena.
O pesquisador acima mencionado (Robin Wright), ao organizar o iivro "Transformando os Deuses", justifica sua iniciativa (de organizar o livro) dizendo:
"Assim, esta coletânea elabora, como um dos seus argumentos centrais, que o cristianismo indígena não é meramente um 'verniz' colado sobre uma estrutura preexistente, que existem igrejas e missionários indígenas, e que estes são fenômenos que precisam ser mais bem estudados pela etnologia. (...) a superficialidade não deve ser tomada como norma, como muitas vezes acontece, pois isto impede a compreensão adequada das tradições indígenas cristãs." (Wright, Org., 1999:9)
O que esse autor, mesmo sem ser evangélico, afirma é que há conversões genuínas entre os indígenas e que isso precisa ser melhor estudado e não apenas criticado, como é o mais comum e normal acontecer por parte dos pesquisadores. O verniz sobre a madeira não torna o verniz em madeira. Contudo, o cristianismo em uma cultura indígena passa a fazer parte integrante daquela cultura.
Conclusão
Neste artigo tentou-se mostrar que a cultura humana surgiu com a própria criação dos seres humanos, que ela não é resultado de castigo divino.
Tentou-se também mostrar que nem tudo em uma cultura pode glorificar o nome de Deus, como o aspecto cultural de infanticídio praticado por certos povos da antiguidade que sacrificavam seus filhos a alguns deuses que eles serviam.
Ainda, denunciou-se que há pessoas que manipulam dados e fatos de forma maldosa para dizer que um indígena deixa de ser indígena se se converter ao cristianismo, uma vez que, para esses indivíduos, o cristianismo destruiria a cultura indígena do novo convertido, fazendo com que ele perdesse sua identidade de indígena. Mostrou-se que isso não é verdade. Na realidade, essas pessoas é que acabam por desvirtuar o modo de vida do indígena através de alguns projetos mal executados (os projetos em si são bons, mas não há cuidado para se evitar distúrbios nas culturas indígenas).
Buscou-se também mostrar que a identidade não é algo fixo, mas dinâmico; que a identidade não é um bloco único, mas composta de várias partes, permitindo, assim, uma mesma pessoa identificar-se de várias maneiras diferentes. Assim, um indígena pode ser indígena e cristão ao mesmo tempo, sem que a identidade de cristão necessariamente descaracterize a sua identidade de indígena e sem que a sua identidade de indígena necessariamente descaracterize a sua identidade de cristão.
Assim como o programa “Vídeo nas aldeias”, de Dominique Gallois, em si não é ruim, o cristianismo também não é prejudicial aos povos indígenas. E, ainda como o programa de Dominique, pode ter efeitos destrutivos na vida dos indígenas, também pode acontecer com um cristianismo que transmite mais aspectos culturais do mundo de fora aos indígenas e menos da mensagem bíblica em si. Na verdade, esse tipo de cristianismo não é o melhor modelo de cristianismo, uma vez que o cristianismo bíblico está preocupado com a nova criatura, com o novo homem, com o cidadão celestial, não importando se ele é indígena ou não. O evangelho visa produzir novos seres dentro de sua realidade cultural e não pessoas com novas (outras) culturas meramente humanas.
Referências bibliográficas
ASSIS, Lenita de Paula Souza. Para além da cachaça: desconstruindo um estigma e (re)significando uma identidade, dat. Manaus: Universidade do Amazonas, 2004.
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL, São Paulo. Bíblia na Linguagem de Hoje. São Paulo: SBB.
O evangelho e a cultura. Série Lausanne. No. 3. Trad. José Gabriel Said. ABU Editora e Visão Mundial, 1983
GOMES, Mércio Pereira. Os índios e o Brasil; ensaio sobre um holocausto e sobre uma nova possibilidade de convivência. Petrópolis, RJ: Vozes, 1988.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: Identidade e diferença; a perspectiva dos estudos culturais. Tomaz Tadeu da Silva, Org. Trad.; Tomaz Tadeu da Silva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
NICHOLS, Bruce. 1983. Contextualização: uma teologia do evangelho e cultura. Trad.: Gordon Chown. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
NIDA, E.A. 1995. Costumes e culturas; uma introdução à antropologia missionária. 3 ed. Trad. Barbara Burns, Décio de Azevedo e Paulo Barbero F. de Carminati. São Paulo, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
RIBEIRO, Darcy. 1962. Política indigenista brasileira. Rio de Janeiro: Edições SIA.
SCHADEN, Egon. 1969. Aculturação indígena. São Paulo: Livraria Pioneira Editora/Editora da USP.
SILVA, Tomaz Tadeu da, org. Identidade e diferença; a perspectiva dos estudos culturais. 2 ed. Tomaz Tadeu da Silva, trad. Petrópolis, Vozes. 2000
SILVA, Tomaz Tadeu da. 2002. Documentos de identidade; uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica.
VOGEL, Alan. Não sou mais índio, agora sou crente. Ultimato, Viçosa, MG, jul. ago. 1991. p. 28.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: Identidade e diferença; a perspectiva dos estudos culturais. 2 ed. Tomaz Tadeu da Silva, org. Tomaz Tadeu da Silva, trad. Petrópolis, RJ: Vozes. 2000
WRIGHT, Robin M., org. Transformando os deuses; os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1999.
WRIGHT, Robin M. O tempo de Sophie: história e cosmologia da conversão baniwa. In: Transformando os deuses; os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil. Robin M. Wright, org, Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1999. pp.155-216.
* Apresentado no Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas (CONPLEI). Dourados, 2 de setembro de 2004.
• Isaac Costa de Souza é natural de Macapá-AP; missionário entre o povo Arára do Pará; membro da Associação Linguística Evangélica Missionária (ALEM) e da Sociedade Internacional de Linguística no Brasil (SIL); formado em Letras pela UFPA e Mestre em linguística pela UNICAMP; professor da ALEM e professor visitante do CEM; autor do livro De Todas as Tribos (Editora Ultimato, 2003, 2ª ed.)
Já vimos que o evangelho ajudou os Dâw a firmarem a sua indianidade (identidade indígena). Há outros exemplos conhecidos onde a indianidade dos indígenas que se tornaram novas criaturas também foi fortalecida pelo fato de esses indígenas terem se tornado cristãos. Em outras palavras, o cristianismo fez com que eles firmassem ainda mais a sua indianidade. Não a indianidade descrita por muitos pesquisadores que se colocam contra o evangelho e contra os missionários, mas a indianidade escolhida pelos próprios indígenas para que continuassem a ser indígenas.
Em relação aos Terenas, Egon Schaden afirma que o Protestantismo tem levado
“Os índios a melhor se firmarem, eles próprios, a sua consciência indígena em oposição à população rural católica. Por outro lado, a proscrição de bebidas alcoólicas e outras proibições, conferindo-lhes maior auto-respeito, os ajudam a superar os efeitos de depressão psíquica resultantes da insegurança do homem marginal” (1969.313).
Homem marginal aqui é o homem deixado à margem da sociedade não-indígena, sofrendo os preconceitos e as discriminações impostas pelo relacionamento desigual entre as sociedades indígenas e não-indígenas no cenário nacional. Os Terena, segundo Shaden, superaram isso através do cristianismo que adotaram. Aqui ele não está falando mal do catolicismo e falando bem dos evangélicos. Ele está falando bem do "evangelho".
Um outro pesquisador não evangélico (Robin Wright) afirma que:
“O olhar wari descobriu, na prática cristã, valores de sua própria cultura, que dizem respeito a um ideal de consaguinidade generalizada” (Wright, Org., 1999:12).
Os valores cristãos que são iguais aos valores compartilhados pelos Wari dizem respeito ao bom tratamento que o povo cristão e o povo Wari dão aos seus patrícios. É um tratamento tão bom que é comparado ao tratamento que um irmão de sangue dá ao outro. Como se pode ver, os valores cristãos não estão em oposição aos valores indígenas. Portanto, ser cristão não impede um indígena de continuar a ser indígena.
Esse mesmo antropólogo assegura o seguinte:
“As transformações efetuadas nas culturas indígenas por missionários cristãos, durante o tempo, raramente têm sido o resultado de um processo simples de imposição, mas sim o resultado de negociações, nos planos político, material e simbólico, em que as estruturas e instituições tradicionais ressurgem, mas em formas alteradas” (op.cit.: 14).
Em outras palavras, a cultura dos indígenas que se tornaram cristãos não é uma cultura empobrecida, desvirtuada e desvalorizada, como alguns opositores do evangelho dizem. É uma cultura repensada, reformulada e reelaborada pelos próprios indígenas, a seu próprio favor, para o seu próprio benefício e não contra o seu próprio patrimônio cultural e linguístico. Essa matriz cultural evangelizada milita a seu favor e não contra seus interesses humanos-indígenas.
Não é à-toa que o ditado indígena do final dos anos setenta e início dos anos oitenta era: "Posso ser o que você é sem deixar de ser o que sou." Muitos desses indígenas eram evangélicos. Com isso eles queriam dizer que eles poderiam assumir outras identidades sem perder aquela que identificava a eles como indígenas. Com isso podemos dizer que um indígena pode ser cristão e continuar sendo indígena.
O pesquisador acima mencionado (Robin Wright), ao organizar o iivro "Transformando os Deuses", justifica sua iniciativa (de organizar o livro) dizendo:
"Assim, esta coletânea elabora, como um dos seus argumentos centrais, que o cristianismo indígena não é meramente um 'verniz' colado sobre uma estrutura preexistente, que existem igrejas e missionários indígenas, e que estes são fenômenos que precisam ser mais bem estudados pela etnologia. (...) a superficialidade não deve ser tomada como norma, como muitas vezes acontece, pois isto impede a compreensão adequada das tradições indígenas cristãs." (Wright, Org., 1999:9)
O que esse autor, mesmo sem ser evangélico, afirma é que há conversões genuínas entre os indígenas e que isso precisa ser melhor estudado e não apenas criticado, como é o mais comum e normal acontecer por parte dos pesquisadores. O verniz sobre a madeira não torna o verniz em madeira. Contudo, o cristianismo em uma cultura indígena passa a fazer parte integrante daquela cultura.
Conclusão
Neste artigo tentou-se mostrar que a cultura humana surgiu com a própria criação dos seres humanos, que ela não é resultado de castigo divino.
Tentou-se também mostrar que nem tudo em uma cultura pode glorificar o nome de Deus, como o aspecto cultural de infanticídio praticado por certos povos da antiguidade que sacrificavam seus filhos a alguns deuses que eles serviam.
Ainda, denunciou-se que há pessoas que manipulam dados e fatos de forma maldosa para dizer que um indígena deixa de ser indígena se se converter ao cristianismo, uma vez que, para esses indivíduos, o cristianismo destruiria a cultura indígena do novo convertido, fazendo com que ele perdesse sua identidade de indígena. Mostrou-se que isso não é verdade. Na realidade, essas pessoas é que acabam por desvirtuar o modo de vida do indígena através de alguns projetos mal executados (os projetos em si são bons, mas não há cuidado para se evitar distúrbios nas culturas indígenas).
Buscou-se também mostrar que a identidade não é algo fixo, mas dinâmico; que a identidade não é um bloco único, mas composta de várias partes, permitindo, assim, uma mesma pessoa identificar-se de várias maneiras diferentes. Assim, um indígena pode ser indígena e cristão ao mesmo tempo, sem que a identidade de cristão necessariamente descaracterize a sua identidade de indígena e sem que a sua identidade de indígena necessariamente descaracterize a sua identidade de cristão.
Assim como o programa “Vídeo nas aldeias”, de Dominique Gallois, em si não é ruim, o cristianismo também não é prejudicial aos povos indígenas. E, ainda como o programa de Dominique, pode ter efeitos destrutivos na vida dos indígenas, também pode acontecer com um cristianismo que transmite mais aspectos culturais do mundo de fora aos indígenas e menos da mensagem bíblica em si. Na verdade, esse tipo de cristianismo não é o melhor modelo de cristianismo, uma vez que o cristianismo bíblico está preocupado com a nova criatura, com o novo homem, com o cidadão celestial, não importando se ele é indígena ou não. O evangelho visa produzir novos seres dentro de sua realidade cultural e não pessoas com novas (outras) culturas meramente humanas.
Referências bibliográficas
ASSIS, Lenita de Paula Souza. Para além da cachaça: desconstruindo um estigma e (re)significando uma identidade, dat. Manaus: Universidade do Amazonas, 2004.
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL, São Paulo. Bíblia na Linguagem de Hoje. São Paulo: SBB.
O evangelho e a cultura. Série Lausanne. No. 3. Trad. José Gabriel Said. ABU Editora e Visão Mundial, 1983
GOMES, Mércio Pereira. Os índios e o Brasil; ensaio sobre um holocausto e sobre uma nova possibilidade de convivência. Petrópolis, RJ: Vozes, 1988.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: Identidade e diferença; a perspectiva dos estudos culturais. Tomaz Tadeu da Silva, Org. Trad.; Tomaz Tadeu da Silva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
NICHOLS, Bruce. 1983. Contextualização: uma teologia do evangelho e cultura. Trad.: Gordon Chown. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
NIDA, E.A. 1995. Costumes e culturas; uma introdução à antropologia missionária. 3 ed. Trad. Barbara Burns, Décio de Azevedo e Paulo Barbero F. de Carminati. São Paulo, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
RIBEIRO, Darcy. 1962. Política indigenista brasileira. Rio de Janeiro: Edições SIA.
SCHADEN, Egon. 1969. Aculturação indígena. São Paulo: Livraria Pioneira Editora/Editora da USP.
SILVA, Tomaz Tadeu da, org. Identidade e diferença; a perspectiva dos estudos culturais. 2 ed. Tomaz Tadeu da Silva, trad. Petrópolis, Vozes. 2000
SILVA, Tomaz Tadeu da. 2002. Documentos de identidade; uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica.
VOGEL, Alan. Não sou mais índio, agora sou crente. Ultimato, Viçosa, MG, jul. ago. 1991. p. 28.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: Identidade e diferença; a perspectiva dos estudos culturais. 2 ed. Tomaz Tadeu da Silva, org. Tomaz Tadeu da Silva, trad. Petrópolis, RJ: Vozes. 2000
WRIGHT, Robin M., org. Transformando os deuses; os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1999.
WRIGHT, Robin M. O tempo de Sophie: história e cosmologia da conversão baniwa. In: Transformando os deuses; os múltiplos sentidos da conversão entre os povos indígenas no Brasil. Robin M. Wright, org, Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1999. pp.155-216.
* Apresentado no Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas (CONPLEI). Dourados, 2 de setembro de 2004.
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