Opinião
- 13 de julho de 2021
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Human Transformation
Por Oseas Heckert
Tudo se tornou digital?
O termo “digital” tem sido usado como sinônimo de tecnologia. Mas a origem da palavra digital é bem humana, pois advém da palavra em latim “digitus” que significa dedo (daí a expressão “impressão digital”). Nossa matemática com base decimal (números de 0 a 9) está fundamentada em nossas duas mãos.
Quando estudei engenharia eletrônica fiquei fascinado ao descobrir a lógica boolena (George Boole, 1815-1864). Um sistema binário, baseado em dois números – 0 e 1 –, representando Sim/Não, Verdadeiro/Falso, On/Off.
A base conceitual estava lançada um século antes de sua aplicação concreta com Claude Shannon (1916-2001). Todo o universo de processamento de dados foi construído a partir de 2 dígitos e uma arquitetura mínima de 4 operadores lógicos: E (AND), OU (OR), NÃO (NOT), OU EXCLUSIVO (XOR).
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce... (Fernando Pessoa).
A história dos computadores começa com os relés eletromecânicos (primórdios da automação de centrais telefônicas), passa pelas válvulas do ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer, o primeiro computador eletrônico, com 17.468 válvulas, ocupando 150m2) e pelos transistores (computadores de 2ª geração), até chegar aos chips (circuitos integrados) cada vez menores e mais potentes.
A transformação digital invadiu nosso mundo analógico onde, por séculos, as grandezas físicas têm sido medidas por analogia. O relógio com ponteiros, por exemplo, é um mecanismo analógico – a posição dos ponteiros é uma representação analógica do tempo (horas, minutos, segundos). Este e outros dispositivos analógicos (velocímetro, balança, etc.), que representam grandezas físicas (velocidade, peso, etc.) por analogia permitem uma visualização rápida da medição, mas não podem competir com a precisão de seus equivalentes digitais.
O ser humano que concebeu as analogias e as digitalizações é, ao mesmo tempo, autor e vítima dessa transformação avassaladora. Gurus futurólogos, como Gerd Leonhard, afirmam que estamos vivendo um momento único na história da humanidade: estamos na iminência do ponto de transição (2023?) quando a inteligência artificial superará a inteligência humana. O que virá depois? O historiador Yuval Harari, após ter estudado a trajetória do homo sapiens, projetou a experiência do “homo deus”, onde surge o pós-humano.
O mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo, Ambíguo), de tanto mudar, está carregado de características expressas na nova sigla BANI, em inglês Brittleness, Anxiety, Nonlienarity, Incomprehensibility (fragilidade, ansiedade, não-linearidade, incompreensibilidade).
Tudo ao mesmo tempo agora
Tudo para ontem sem demora... (Humberto Rezende).
A palavra “digital”, de tanto ser usada, perdeu sua relevância. Quando tudo é especial, nada é especial. Quando tudo é digital – mídia, software, hardware... –, onde está o diferencial? A tecnologia está nos massificando, desumanizando. O marketing de Kotler ao evoluir para sua versão 4.0 aponta para a necessidade de voltarmos à essência: a nossa humanização.
A verdadeira transformação precisa passar pela renovação do ser humano em sua essência. Mudança de mindset, mudança de paradigma que implica em desenvolvimento sistêmico, integral, com mudanças nas dimensões física, cognitiva, emocional e comportamental.
Sendo assim, não se conforme, mas transforme-se. Desenvolva todo seu potencial por meio de um processo ativo e passivo. (Paradoxal? Sim, como nossa própria existência). Seja protagonista, assuma o controle de sua vida, mas...
deixe que Deus transforme você por meio de uma mudança radical (de dentro para fora) em seu modo de pensar e agir, para que você possa experimentar o bom, agradável e perfeito propósito de Deus para sua vida. (Livre compilação de diferentes versões da recomendação do apóstolo Paulo em sua carta aos cristãos de Roma, cap.12, vers.2.)
• Oseas Heckert é engenheiro de pessoas (ele mesmo aqui incluído, em reengenharia permanente), apreendedor da vida abundante, poetrainee. Sazonalmente escreve para assimilar/compartilhar as ideias: http://www.antropogogia.net/aprender.php
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