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- 07 de maio de 2010
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Heterossexualidade sem homofobia e homossexualidade sem heterofobia
Na próxima semana, acontecerá aqui em Viçosa a 1ª Semana da Diversidade Sexual, envolvendo toda a comunidade universitária. Um dos objetivos é combater a “discriminação contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”, o que tem sido chamado acertadamente de homofobia.
Se este objetivo for alcançado, me darei por satisfeito, mesmo não abrindo mão das minhas convicções cristãs contrárias à prática da homossexualidade. Primeiro, porque, em tempos bastante remotos, eu não sabia diferenciar uma coisa da outra, misturando a formação heterossexual com alguma dose de discriminação. Se todos somos igualmente marcados pelo pecado, tanto potencialmente como na prática, a discriminação torna-se ridícula e hipócrita, além de aumentar mais um pecado ao nosso vergonhoso currículo moral. Segundo, porque a oposição que alguns fazem ao homossexualismo não é educada, inteligente, coerente e caridosa. Há casos de agressão verbal e física. Em alguns setores muçulmanos acentuadamente fundamentalistas, os homossexuais podem até ser condenados à morte. Em maio de 1998 visitei o campo de concentração de Mauthausen, na Áustria, e vi uma placa assinalando que, entre os prisioneiros, alguns não eram nem judeus, nem inimigos políticos da Alemanha nazista, mas apenas homossexuais.
Em contrapartida, os homossexuais não podem dar lugar à heterofobia. Eles devem sair do armário sem pretender colocar os héteros dentro dos armários vazios. A sociedade precisa enxergar esse processo em andamento. Se os homossexuais podem defender a bandeira da homossexualidade, por que os heterossexuais não podem defender a bandeira da heterossexualidade?
Se a consciência de um homossexual não o deixa em paz, apesar do apoio ostensivo da mídia, de alguns profissionais da saúde e até mesmo de algum líder religioso, por que não se pode dar a ele auxílio psicológico ou pastoral, caso a pessoa espontaneamente o solicite? Se uma igreja se recusa a celebrar um casamento gay ou a ordenar padre ou pastor um homossexual praticante, por que zombar, perseguir, maltratar ou prender o responsável por esse comportamento, exigido por seu credo? Os homos querem liberdade de pensamento e de ação. O mesmo acontece com os héteros.
A prática homossexual é condenada pelas três religiões monoteístas do planeta: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. No caso dos protestantes (este é o meu caso), enquanto estes se conservarem fiéis às Escrituras Sagradas, sua única regra de fé e prática, a conduta homossexual será considerada um desvio sexual. Mas à luz da mesma Bíblia, eu também não posso odiar o gay, a lésbica, o bissexual, o travesti e o transexual!
• Elben César, diretor-redator da revista Ultimato
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Se este objetivo for alcançado, me darei por satisfeito, mesmo não abrindo mão das minhas convicções cristãs contrárias à prática da homossexualidade. Primeiro, porque, em tempos bastante remotos, eu não sabia diferenciar uma coisa da outra, misturando a formação heterossexual com alguma dose de discriminação. Se todos somos igualmente marcados pelo pecado, tanto potencialmente como na prática, a discriminação torna-se ridícula e hipócrita, além de aumentar mais um pecado ao nosso vergonhoso currículo moral. Segundo, porque a oposição que alguns fazem ao homossexualismo não é educada, inteligente, coerente e caridosa. Há casos de agressão verbal e física. Em alguns setores muçulmanos acentuadamente fundamentalistas, os homossexuais podem até ser condenados à morte. Em maio de 1998 visitei o campo de concentração de Mauthausen, na Áustria, e vi uma placa assinalando que, entre os prisioneiros, alguns não eram nem judeus, nem inimigos políticos da Alemanha nazista, mas apenas homossexuais.
Em contrapartida, os homossexuais não podem dar lugar à heterofobia. Eles devem sair do armário sem pretender colocar os héteros dentro dos armários vazios. A sociedade precisa enxergar esse processo em andamento. Se os homossexuais podem defender a bandeira da homossexualidade, por que os heterossexuais não podem defender a bandeira da heterossexualidade?
Se a consciência de um homossexual não o deixa em paz, apesar do apoio ostensivo da mídia, de alguns profissionais da saúde e até mesmo de algum líder religioso, por que não se pode dar a ele auxílio psicológico ou pastoral, caso a pessoa espontaneamente o solicite? Se uma igreja se recusa a celebrar um casamento gay ou a ordenar padre ou pastor um homossexual praticante, por que zombar, perseguir, maltratar ou prender o responsável por esse comportamento, exigido por seu credo? Os homos querem liberdade de pensamento e de ação. O mesmo acontece com os héteros.
A prática homossexual é condenada pelas três religiões monoteístas do planeta: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. No caso dos protestantes (este é o meu caso), enquanto estes se conservarem fiéis às Escrituras Sagradas, sua única regra de fé e prática, a conduta homossexual será considerada um desvio sexual. Mas à luz da mesma Bíblia, eu também não posso odiar o gay, a lésbica, o bissexual, o travesti e o transexual!
• Elben César, diretor-redator da revista Ultimato
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Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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