Opinião
- 26 de julho de 2011
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"Haja perdão!"
"Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós". Colossenses 3.13
A Trindade, para nos salvar, tinha de nos perdoar por nossas ofensas. Ofensa é o peso emocional da falta.
Um amigo rouba o outro. O roubo em si é um crime, entretanto, o fato de ter sido levado a efeito por um amigo, tem uma conotação emocional que não pode ser indenizada. A isso se chama ofensa. É de cunho emocional e só se resolve com perdão.
A questão emocional, sem dúvida, está presente em qualquer ato contra o próximo. A menção da amizade apenas pinta, com cores mais fortes, o que é comum a todo ato lesivo, o que implica na necessidade do perdão, a priori, para que a justiça seja feita, a posteriori, pois, caso a ofensa não seja perdoada, o desejo de vingança impedirá a consecução da justiça.
Se a pessoa lesada não resolver com o perdão a questão da violência moral no caso citado, não haverá forma de se reatar qualquer nível de comunhão, independentemente do fato da questão financeira ter sido resolvida. Em todos os demais casos de violência imposta por um semelhante, não haverá a possibilidade da justiça, porque esta, ao buscar corrigir o malfeitor, tem de contar com a liberdade de não precisar tratar das questões emocionais, sob pena de prestar serviço à vingança, deixando, portanto, de ser justiça.
Quando a humanidade rompeu com Deus, mais do que quebrar a lei, traiu o Criador, o que gerou uma ofensa, que, por definição, não pode ser indenizada, só pode ser perdoada. E esse foi o primeiro ato divino: perdoou-nos por nossas ofensas.
Se a Trindade, primeiro, não tivesse nos perdoado por nossas ofensas, nada mais poderia ser feito em nosso favor. Portanto, se fossemos atribuir a esse gesto divino uma frase, diríamos que a primeira frase que Deus proferiu foi: “haja perdão!” E, só por isso, pode proferir a outra hipotética frase: “haja cruz!“. Caso contrário, não valeria a pena proferir a emblemática frase: “haja luz!”
Meditação
O primeiro movimento da Trindade em nosso favor foi o de nos perdoar por termos traído Aquele que conosco dividiu o privilégio de existir. Sem esse perdão não haveria o que fazer para nos salvar.
Oração
Grato, Senhor, por nos ter perdoado pela ofensa que gerou a nossa traição. E reconheço que toda a vez que peco, o faço por primeiro ofendê-lo, ao desrespeitar o Deus a quem tudo devo e a quem jamais deveria desobedecer. Grato por esse perdão que sustenta, para além da minha comunhão contigo, todo o universo.
__________
Ariovaldo Ramos é pastor na Comunidade Cristã Reformada e na Igreja Batista de Água Branca, ambas em São Paulo.
A Trindade, para nos salvar, tinha de nos perdoar por nossas ofensas. Ofensa é o peso emocional da falta.
Um amigo rouba o outro. O roubo em si é um crime, entretanto, o fato de ter sido levado a efeito por um amigo, tem uma conotação emocional que não pode ser indenizada. A isso se chama ofensa. É de cunho emocional e só se resolve com perdão.
A questão emocional, sem dúvida, está presente em qualquer ato contra o próximo. A menção da amizade apenas pinta, com cores mais fortes, o que é comum a todo ato lesivo, o que implica na necessidade do perdão, a priori, para que a justiça seja feita, a posteriori, pois, caso a ofensa não seja perdoada, o desejo de vingança impedirá a consecução da justiça.
Se a pessoa lesada não resolver com o perdão a questão da violência moral no caso citado, não haverá forma de se reatar qualquer nível de comunhão, independentemente do fato da questão financeira ter sido resolvida. Em todos os demais casos de violência imposta por um semelhante, não haverá a possibilidade da justiça, porque esta, ao buscar corrigir o malfeitor, tem de contar com a liberdade de não precisar tratar das questões emocionais, sob pena de prestar serviço à vingança, deixando, portanto, de ser justiça.
Quando a humanidade rompeu com Deus, mais do que quebrar a lei, traiu o Criador, o que gerou uma ofensa, que, por definição, não pode ser indenizada, só pode ser perdoada. E esse foi o primeiro ato divino: perdoou-nos por nossas ofensas.
Se a Trindade, primeiro, não tivesse nos perdoado por nossas ofensas, nada mais poderia ser feito em nosso favor. Portanto, se fossemos atribuir a esse gesto divino uma frase, diríamos que a primeira frase que Deus proferiu foi: “haja perdão!” E, só por isso, pode proferir a outra hipotética frase: “haja cruz!“. Caso contrário, não valeria a pena proferir a emblemática frase: “haja luz!”
Meditação
O primeiro movimento da Trindade em nosso favor foi o de nos perdoar por termos traído Aquele que conosco dividiu o privilégio de existir. Sem esse perdão não haveria o que fazer para nos salvar.
Oração
Grato, Senhor, por nos ter perdoado pela ofensa que gerou a nossa traição. E reconheço que toda a vez que peco, o faço por primeiro ofendê-lo, ao desrespeitar o Deus a quem tudo devo e a quem jamais deveria desobedecer. Grato por esse perdão que sustenta, para além da minha comunhão contigo, todo o universo.
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Ariovaldo Ramos é pastor na Comunidade Cristã Reformada e na Igreja Batista de Água Branca, ambas em São Paulo.
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