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- 14 de dezembro de 2021
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Há espaço para Natal e boas notícias no jornalismo?
Por Phelipe Reis
Eu sempre fui fascinado pelo Natal. Quer dizer, na verdade, eu sonhava com aquela imagem de Natal retratada nos filmes norte-americanos de Sessão-da-Tarde, com neve caindo sobre os pinheiros, casas bonitas e iluminadas, com cerquinhas brancas e guirlandas nas portas. Essa foi a imagem que permeou meu imaginário por muito tempo.
Já com o jornalismo eu nunca havia sonhado, mas quando passei no vestibular eu tinha uma forte convicção de que era uma porta aberta por Deus. Eu não sabia bem como seria o curso, como a profissão se encaixaria no propósito de Deus para mim e não imaginava que o ambiente acadêmico, em muitos momentos hostil à fé cristã, serviria para abrir meus olhos para uma espiritualidade menos alienada.
Mas o que Natal tem a ver com jornalismo? Num primeiro momento, o jornalismo parece sempre nos remeter a notícias ruins: mortes, acidentes, tragédias, crimes e por aí vai. Parece que não há espaço para boas notícias. Além disso, os jornalistas estão numa categoria que não goza de muita credibilidade em nossos dias, infelizmente.
Olhando por esse lado, jornalismo não combina mesmo com o “espírito natalino”. Mas aqui entra um princípio que serve para (quase) tudo: a moeda sempre tem dois lados. Existe o jornalismo mal feito, vendido aos interesses dos poderosos, comprometido com agendas duvidosas e baseado no sensacionalismo. Mas existe também o jornalismo que se preocupa em apurar os fatos sem a pressa de “dar o furo de reportagem”, que entende que o papel do jornalista não é oferecer respostas simples para os complexos problemas da sociedade e que acredita que jornalismo se faz também com boas notícias.
E se o Natal é a celebração e o anúncio da maior e melhor boa notícia que a humanidade poderia receber – o nascimento do “menino-Deus” – por que não dizer que há, sim, uma profunda relação entre o Natal e o jornalismo? Calma, não me coloque ainda na prateleira dos hereges. O que digo é apenas intuição de um jornalista que acredita que no exercício diário da profissão há espaço para boas notícias (ou boas-novas, como costumamos dizer em nosso arraial).
As boas notícias
Há cerca três anos, tenho o privilégio de colaborar com a edição impressa da revista Ultimato, escrevendo curtas notas para a sessão Igreja em Ação. Nela, eu anuncio boas práticas, bons projetos e boas ações desenvolvidas por igrejas, organizações e indivíduos cristãos, que, impulsionados pelo evangelho de Jesus, estão trabalhando para transformar vidas, famílias e comunidades.
Um dos aspectos mais interessantes que eu vejo nesse trabalho é que, baseado aqui no interior do estado do Amazonas, onde moro atualmente, eu posso anunciar para o restante do Brasil um pouco do que as igrejas evangélicas estão fazendo em lugares inóspitos no norte e no nordeste – duas regiões que com pouca frequência aparecem na grande imprensa tradicional ou na mídia evangélica.
Me causa satisfação poder mostrar que, em meio a tanta notícia ruim, existem boas notícias, que apesar dos evangélicos, o evangelho transforma, e que o norte-nordeste não é sinônimo de pobreza e fome. Denunciar as problemáticas sociais faz parte do jornalismo, não há como fugir disso, mas como cristão me recuso a legitimar narrativas unilaterais, preconceituosas e estereotipadas.
Então, aproveitando o “espírito natalino” de anúncio de boas-novas, quero lembrar e (re)contar boas notícias que entraram na sessão Igreja em Ação, durante o ano de 2021. As pautas são frutos da ação da Igreja de Jesus em missão no mundo, por meio da proclamação e do testemunho concreto do evangelho.
Manaus (AM). A capital amazonense foi o palco do segundo pico da pandemia no país. Enquanto o sistema público de saúde entrava em colapso, emergiu um trabalho incrível protagonizado por igrejas e organizações evangélicas, que angariou milhões em reais, envolveu igrejas de várias cidades e dezenas de voluntários para socorrer a população manauara. Leia mais.
Lábrea (AM). No sul do estado do Amazona, na calha do rio Purus, missionários da Meap inauguraram um espaço multifuncional para atender populações de comunidades ribeirinhas. Além de servir para a realização de cultos e escola bíblica dominical, o espaço será usado para ações de promoção da saúde, alfabetização de adultos, aulas de violão, reforço escolar e abrigo missionário. Leia mais.
Salvador (BA). Famílias que vivem em ilhas no litoral da Bahia, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, são beneficiadas por ações do Projeto Cimentar, que angaria recursos para construir e doar casas a quem precisa. A iniciativa é da Missão Pescadores, ligada à Igreja Batista Metropolitana. Leia mais.
Recife (PE). Em maio deste ano, a Igreja Batista em Coqueiral (IBC) suspendeu a agenda de atividades para acolher famílias que tiveram as casas inundadas por uma enchente. Brigadistas treinados na própria igreja resgataram famílias, que foram recebidas na igreja, onde passaram a noite e receberam alimentação, até que pudessem retornar em segurança para suas casas. Leia mais.
Alto de Negras (AL). No interior de Alagoas, o Programa de Evangelização do Sertão (PES), promovido pelo ministério Sal da Terra, reuniu profissionais voluntários para a realização de diversas atividades, tais como consultas médicas, atendimentos odontológicos, confecção de próteses dentárias, exames de oftalmologia, pinturas de fachadas de casas, reuniões devocionais e cultos evangelísticos. Leia mais.
Numa sociedade cada vez mais mergulhada no caos e na escuridão, precisamos sim do bom jornalismo, de boas notícias e do verdadeiro Natal, pelo simples fato de que “um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (Isaías 9.6).
Leia mais:
» Igreja em ação
» Confira "Nasceu o Salvador", playlist para celebrar o Advento e o Natal
Eu sempre fui fascinado pelo Natal. Quer dizer, na verdade, eu sonhava com aquela imagem de Natal retratada nos filmes norte-americanos de Sessão-da-Tarde, com neve caindo sobre os pinheiros, casas bonitas e iluminadas, com cerquinhas brancas e guirlandas nas portas. Essa foi a imagem que permeou meu imaginário por muito tempo.
Já com o jornalismo eu nunca havia sonhado, mas quando passei no vestibular eu tinha uma forte convicção de que era uma porta aberta por Deus. Eu não sabia bem como seria o curso, como a profissão se encaixaria no propósito de Deus para mim e não imaginava que o ambiente acadêmico, em muitos momentos hostil à fé cristã, serviria para abrir meus olhos para uma espiritualidade menos alienada.
Mas o que Natal tem a ver com jornalismo? Num primeiro momento, o jornalismo parece sempre nos remeter a notícias ruins: mortes, acidentes, tragédias, crimes e por aí vai. Parece que não há espaço para boas notícias. Além disso, os jornalistas estão numa categoria que não goza de muita credibilidade em nossos dias, infelizmente.
Olhando por esse lado, jornalismo não combina mesmo com o “espírito natalino”. Mas aqui entra um princípio que serve para (quase) tudo: a moeda sempre tem dois lados. Existe o jornalismo mal feito, vendido aos interesses dos poderosos, comprometido com agendas duvidosas e baseado no sensacionalismo. Mas existe também o jornalismo que se preocupa em apurar os fatos sem a pressa de “dar o furo de reportagem”, que entende que o papel do jornalista não é oferecer respostas simples para os complexos problemas da sociedade e que acredita que jornalismo se faz também com boas notícias.
E se o Natal é a celebração e o anúncio da maior e melhor boa notícia que a humanidade poderia receber – o nascimento do “menino-Deus” – por que não dizer que há, sim, uma profunda relação entre o Natal e o jornalismo? Calma, não me coloque ainda na prateleira dos hereges. O que digo é apenas intuição de um jornalista que acredita que no exercício diário da profissão há espaço para boas notícias (ou boas-novas, como costumamos dizer em nosso arraial).
As boas notícias
Há cerca três anos, tenho o privilégio de colaborar com a edição impressa da revista Ultimato, escrevendo curtas notas para a sessão Igreja em Ação. Nela, eu anuncio boas práticas, bons projetos e boas ações desenvolvidas por igrejas, organizações e indivíduos cristãos, que, impulsionados pelo evangelho de Jesus, estão trabalhando para transformar vidas, famílias e comunidades.
Um dos aspectos mais interessantes que eu vejo nesse trabalho é que, baseado aqui no interior do estado do Amazonas, onde moro atualmente, eu posso anunciar para o restante do Brasil um pouco do que as igrejas evangélicas estão fazendo em lugares inóspitos no norte e no nordeste – duas regiões que com pouca frequência aparecem na grande imprensa tradicional ou na mídia evangélica.
Me causa satisfação poder mostrar que, em meio a tanta notícia ruim, existem boas notícias, que apesar dos evangélicos, o evangelho transforma, e que o norte-nordeste não é sinônimo de pobreza e fome. Denunciar as problemáticas sociais faz parte do jornalismo, não há como fugir disso, mas como cristão me recuso a legitimar narrativas unilaterais, preconceituosas e estereotipadas.
Então, aproveitando o “espírito natalino” de anúncio de boas-novas, quero lembrar e (re)contar boas notícias que entraram na sessão Igreja em Ação, durante o ano de 2021. As pautas são frutos da ação da Igreja de Jesus em missão no mundo, por meio da proclamação e do testemunho concreto do evangelho.
Manaus (AM). A capital amazonense foi o palco do segundo pico da pandemia no país. Enquanto o sistema público de saúde entrava em colapso, emergiu um trabalho incrível protagonizado por igrejas e organizações evangélicas, que angariou milhões em reais, envolveu igrejas de várias cidades e dezenas de voluntários para socorrer a população manauara. Leia mais.
Lábrea (AM). No sul do estado do Amazona, na calha do rio Purus, missionários da Meap inauguraram um espaço multifuncional para atender populações de comunidades ribeirinhas. Além de servir para a realização de cultos e escola bíblica dominical, o espaço será usado para ações de promoção da saúde, alfabetização de adultos, aulas de violão, reforço escolar e abrigo missionário. Leia mais.
Salvador (BA). Famílias que vivem em ilhas no litoral da Bahia, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, são beneficiadas por ações do Projeto Cimentar, que angaria recursos para construir e doar casas a quem precisa. A iniciativa é da Missão Pescadores, ligada à Igreja Batista Metropolitana. Leia mais.
Recife (PE). Em maio deste ano, a Igreja Batista em Coqueiral (IBC) suspendeu a agenda de atividades para acolher famílias que tiveram as casas inundadas por uma enchente. Brigadistas treinados na própria igreja resgataram famílias, que foram recebidas na igreja, onde passaram a noite e receberam alimentação, até que pudessem retornar em segurança para suas casas. Leia mais.
Alto de Negras (AL). No interior de Alagoas, o Programa de Evangelização do Sertão (PES), promovido pelo ministério Sal da Terra, reuniu profissionais voluntários para a realização de diversas atividades, tais como consultas médicas, atendimentos odontológicos, confecção de próteses dentárias, exames de oftalmologia, pinturas de fachadas de casas, reuniões devocionais e cultos evangelísticos. Leia mais.
Numa sociedade cada vez mais mergulhada no caos e na escuridão, precisamos sim do bom jornalismo, de boas notícias e do verdadeiro Natal, pelo simples fato de que “um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (Isaías 9.6).
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É natural do Amazonas, casado com Luíze e pai da Elis e do Joaquim. Graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e mestre em Missiologia no Centro Evangélico de Missões (CEM). É missionário e colaborador do Portal Ultimato.
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