Opinião
- 31 de dezembro de 2021
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Ganhos imediatos ou eternos – com que perspectiva você recebe o ano novo?
Por Osmar Ludovico da Silva
Preparamo-nos para mais uma passagem de ano. Um rito milenar com encontros festivos, fogos de artifício, novos planos e esperanças renovadas. Despedimo-nos do velho e recepcionamos o novo. A cada ano que passa no 31 de dezembro ao nos despedir do ano velho fazemos um balanço das coisas boas e ruins e acolhemos o ano novo com a esperança de que dias melhores virão, que seremos felizes neste novo tempo.
Na maior parte das vezes, nosso critério de avaliação da vida se situa no tempo cronológico, isto é, tem a ver com realizações pessoais, com ganhos materiais e tangíveis, com circunstâncias que me trazem alegria ou tristeza, com o imediato, com o dinheiro, com a saúde, com o conforto, com os acontecimentos circunstanciais, e não com a interioridade do coração.
Contrastando com o tempo cronológico, nossa vida e suas circunstâncias externas, o cristão vive também a dimensão do tempo eterno, ou seja, existem na vida acontecimentos, realizações, conversas, encontros que estão fadados a desaparecer, a serem esquecidos. Outros, pelo contrário, tem significado e relevância eterna. Serão lembrados na eternidade, pois são acontecimentos, realizações, conversas, encontros na perspectiva Kairos, isto é, quando o eterno invade o cronos.
Os saduceus perguntam a Jesus com qual dos sete maridos que morreram a viúva será esposa na ressurreição. O texto fala de casamento. Hoje na terra e amanhã no céu. Os saduceus fazem uma pergunta retórica, uma pequena história para tornar a ressurreição absurda.
Jesus responde: há um duplo erro na sua cosmovisão: “Vocês não conhecem as Escrituras e nem o poder de Deus.”. E conclui, ilustrando: “Deus é o Deus de Isaque, Abraão e Jacó, não é um Deus de mortos e sim de vivos”. Mateus 22.23-33.
Um Deus de homens reais, que ele conhece pelo seu nome e identidade, sua história de vida. Deus é o Deus dos vivos. Os homens estão vivos para ele. Não são zumbis mantidos vivos artificialmente, mas homens e mulheres vivos para ele. Eternamente vivos, vivos pela eternidade.
A Palavra continua nos ensinando: “Pois toda carne é como a erva e toda a sua glória como a flor da erva, seca-se a erva e cai a sua flor, a palavra do Senhor, porém permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos fora evangelizada”. 1 Pedro 1.24-25.
Palavra eterna, de um Deus eterno, falando com uma humanidade eterna. Aqui está o poder de Deus, no potencial eterno da criação. O poder do pecado, da morte e do mal tem prazo de validade e estão fadados a desaparecer. Na eternidade haverá somente vida e amor. Este é o poder absoluto e final de Deus, acima de qualquer outro poder, sempre circunstancial e efêmero, o poder de ser eterno.
Podemos, então, olhar para a nossa vida sobre outra perspectiva:
Além do sofrimento morte.
Além das nossas realizações e ganhos pessoais.
Além do que comer e do que vestir.
Além das nossas alegrias e tristezas cotidianas.
“Por isso, não desanimamos, pelo contrário, mesmo que nosso homem exterior se corrompa, nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve, momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação. Não atentando nas coisas que se veem, mas nas que não se veem, porque as que se veem são temporais e as que não se veem são eternas”. 2 Coríntios 4.16-18
O discernimento do mistério invisível é para aqueles que tem a vida eterna e conhecem ao Deus eterno. Tem a ver com a percepção da eternidade, com a capacidade de perceber o que é parcial, efêmero, temporal e aquilo que é completo, permanente, perene e eterno na vida.
Então colocamos nossa vida, nossos relacionamentos e nosso trabalho sob uma perspectiva eterna, e assim despedimo-nos do ano que passou, avaliando o que vai permanecer para a eternidade.
Assim, ao acolher o ano novo, podemos perguntar se os nossos planos, desejos e sonhos estão na perspectiva do imediato, do parcial, ou se sonhamos e desejamos que nossa vida, nossos relacionamentos e nosso trabalho se realizem não na perspectiva dos ganhos imediatos, mas na perspectiva do que é eterno, na prática da fé, da esperança e do amor.
• Osmar Ludovico da Silva é pastor e líder de grupos de formação espiritual.
Leia mais:
» Um hino de Ano-Novo
» Uma pequena oração para todo o ano
Preparamo-nos para mais uma passagem de ano. Um rito milenar com encontros festivos, fogos de artifício, novos planos e esperanças renovadas. Despedimo-nos do velho e recepcionamos o novo. A cada ano que passa no 31 de dezembro ao nos despedir do ano velho fazemos um balanço das coisas boas e ruins e acolhemos o ano novo com a esperança de que dias melhores virão, que seremos felizes neste novo tempo.
Na maior parte das vezes, nosso critério de avaliação da vida se situa no tempo cronológico, isto é, tem a ver com realizações pessoais, com ganhos materiais e tangíveis, com circunstâncias que me trazem alegria ou tristeza, com o imediato, com o dinheiro, com a saúde, com o conforto, com os acontecimentos circunstanciais, e não com a interioridade do coração.
Contrastando com o tempo cronológico, nossa vida e suas circunstâncias externas, o cristão vive também a dimensão do tempo eterno, ou seja, existem na vida acontecimentos, realizações, conversas, encontros que estão fadados a desaparecer, a serem esquecidos. Outros, pelo contrário, tem significado e relevância eterna. Serão lembrados na eternidade, pois são acontecimentos, realizações, conversas, encontros na perspectiva Kairos, isto é, quando o eterno invade o cronos.
Os saduceus perguntam a Jesus com qual dos sete maridos que morreram a viúva será esposa na ressurreição. O texto fala de casamento. Hoje na terra e amanhã no céu. Os saduceus fazem uma pergunta retórica, uma pequena história para tornar a ressurreição absurda.
Jesus responde: há um duplo erro na sua cosmovisão: “Vocês não conhecem as Escrituras e nem o poder de Deus.”. E conclui, ilustrando: “Deus é o Deus de Isaque, Abraão e Jacó, não é um Deus de mortos e sim de vivos”. Mateus 22.23-33.
Um Deus de homens reais, que ele conhece pelo seu nome e identidade, sua história de vida. Deus é o Deus dos vivos. Os homens estão vivos para ele. Não são zumbis mantidos vivos artificialmente, mas homens e mulheres vivos para ele. Eternamente vivos, vivos pela eternidade.
A Palavra continua nos ensinando: “Pois toda carne é como a erva e toda a sua glória como a flor da erva, seca-se a erva e cai a sua flor, a palavra do Senhor, porém permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos fora evangelizada”. 1 Pedro 1.24-25.
Palavra eterna, de um Deus eterno, falando com uma humanidade eterna. Aqui está o poder de Deus, no potencial eterno da criação. O poder do pecado, da morte e do mal tem prazo de validade e estão fadados a desaparecer. Na eternidade haverá somente vida e amor. Este é o poder absoluto e final de Deus, acima de qualquer outro poder, sempre circunstancial e efêmero, o poder de ser eterno.
Podemos, então, olhar para a nossa vida sobre outra perspectiva:
Além do sofrimento morte.
Além das nossas realizações e ganhos pessoais.
Além do que comer e do que vestir.
Além das nossas alegrias e tristezas cotidianas.
“Por isso, não desanimamos, pelo contrário, mesmo que nosso homem exterior se corrompa, nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve, momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação. Não atentando nas coisas que se veem, mas nas que não se veem, porque as que se veem são temporais e as que não se veem são eternas”. 2 Coríntios 4.16-18
O discernimento do mistério invisível é para aqueles que tem a vida eterna e conhecem ao Deus eterno. Tem a ver com a percepção da eternidade, com a capacidade de perceber o que é parcial, efêmero, temporal e aquilo que é completo, permanente, perene e eterno na vida.
Então colocamos nossa vida, nossos relacionamentos e nosso trabalho sob uma perspectiva eterna, e assim despedimo-nos do ano que passou, avaliando o que vai permanecer para a eternidade.
Assim, ao acolher o ano novo, podemos perguntar se os nossos planos, desejos e sonhos estão na perspectiva do imediato, do parcial, ou se sonhamos e desejamos que nossa vida, nossos relacionamentos e nosso trabalho se realizem não na perspectiva dos ganhos imediatos, mas na perspectiva do que é eterno, na prática da fé, da esperança e do amor.
• Osmar Ludovico da Silva é pastor e líder de grupos de formação espiritual.
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