Opinião
- 03 de fevereiro de 2016
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Freud, Jung e a carta aos Colossenses
Gênio que fez e ainda faz a felicidade de muitos, desvendando nosso egocentrismo, Freud descreveu também outro gigante interior que vigia nosso comportamento dia e noite: o superego! Essa força nos obriga a respeitar valores éticos, criar novas metas para a mente humana, novos rumos, outras estrelas-guias que orientem a caminhada da humanidade. Claro, com ética e moralidade. A ética nos ensina a alcançar ideais -- enquanto educa para bem-viver -- e a respeitar as diferenças de cada um, sejam culturais, raciais, ideológicas, religiosas, por exemplo.
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Carl Jung, que estudou profundamente o inconsciente coletivo nas sociedades orientais e ocidentais, culturas africanas, indianas, diz que os elementos que compõem o homem, tidos como fonte de todo o mal existente, não confirmam as teorias freudinas centradas somente no indivíduo. Caso contrário, pensava, com a capacidade de agir racionalmente somente em benefício próprio, não restaria mais esta espécie animal sobre a face da terra. O ser humano não é composto somente de tendências repreensíveis, e abrange outros comportamentos nobres como a compaixão, a misericórdia e o cuidado. Do mesmo modo, detém um certo número de qualidades, visto da normalidade comportamental. Fazem parte dessa normalidade reações moralmente apropriadas, percepções sobre realidades injustas, consciência sobre o coletivo, entre as demais, sobre solidariedade e a sobrevivência, impulsos criadores... O homem almeja fazer parte de uma nova humanidade.
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Construindo altares à beira do abismo (diz Rubem Alves), o homem sonha, constrói utopias, imagina mundos melhores possíveis, buscando dentro de si o que é mais profundo e íntimo, enquanto mergulha nas profundidades mais tenebrosas para entender o porquê das escuridões nos processos civilizatórios, no tempo e no espaço em que vive. Embora a consciência de si mesmo o deixe atônito quanto ao que vê em distropias que negam os melhores sonhos da humanidade, porque não há uma unidade na consciência do coletivo e suas necessidades, exigindo a denúncia, a indignação, quando se nega cuidado com o outro ou a outra; quando a compaixão é sufocada pelo egoísmo; quando a ganância faz perder o sentido da partilha e da solidariedade.
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Mediante o sonho, ou utopia, teríamos palavras como essas: “a utopia penetra no ser humano mais profundo, mais coletivo, mais solidário, mais verdadeiramente humano, mais justo, mais ético, mais durável”, senão mergulharíamos na penumbra da noite original de onde viemos. Como disse Carl Jung, quando o homem estava no “Todo”, e o “Todo” estava nele, sonhava, vivia na busca da partilha e igualdade nos bens que deveria partilhar.
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Concordava com São Paulo, o Apóstolo: “mas, agora, abandonem estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas ‘Cristo é tudo e está em todos’”.
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“Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito”.
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“Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração”.
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“Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém”.
(Extratos da Carta aos Colossenses, no Novo Testamento)
Foto: Collwyn Cleveland / Freeimages.com
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Surpreendido pela Esperança
O teimoso sonho da humanidade
Cartas entre Freud & Pfister (1909 – 1939)
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Carl Jung, que estudou profundamente o inconsciente coletivo nas sociedades orientais e ocidentais, culturas africanas, indianas, diz que os elementos que compõem o homem, tidos como fonte de todo o mal existente, não confirmam as teorias freudinas centradas somente no indivíduo. Caso contrário, pensava, com a capacidade de agir racionalmente somente em benefício próprio, não restaria mais esta espécie animal sobre a face da terra. O ser humano não é composto somente de tendências repreensíveis, e abrange outros comportamentos nobres como a compaixão, a misericórdia e o cuidado. Do mesmo modo, detém um certo número de qualidades, visto da normalidade comportamental. Fazem parte dessa normalidade reações moralmente apropriadas, percepções sobre realidades injustas, consciência sobre o coletivo, entre as demais, sobre solidariedade e a sobrevivência, impulsos criadores... O homem almeja fazer parte de uma nova humanidade.
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Construindo altares à beira do abismo (diz Rubem Alves), o homem sonha, constrói utopias, imagina mundos melhores possíveis, buscando dentro de si o que é mais profundo e íntimo, enquanto mergulha nas profundidades mais tenebrosas para entender o porquê das escuridões nos processos civilizatórios, no tempo e no espaço em que vive. Embora a consciência de si mesmo o deixe atônito quanto ao que vê em distropias que negam os melhores sonhos da humanidade, porque não há uma unidade na consciência do coletivo e suas necessidades, exigindo a denúncia, a indignação, quando se nega cuidado com o outro ou a outra; quando a compaixão é sufocada pelo egoísmo; quando a ganância faz perder o sentido da partilha e da solidariedade.
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Mediante o sonho, ou utopia, teríamos palavras como essas: “a utopia penetra no ser humano mais profundo, mais coletivo, mais solidário, mais verdadeiramente humano, mais justo, mais ético, mais durável”, senão mergulharíamos na penumbra da noite original de onde viemos. Como disse Carl Jung, quando o homem estava no “Todo”, e o “Todo” estava nele, sonhava, vivia na busca da partilha e igualdade nos bens que deveria partilhar.
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Concordava com São Paulo, o Apóstolo: “mas, agora, abandonem estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas ‘Cristo é tudo e está em todos’”.
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“Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito”.
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“Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração”.
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“Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém”.
(Extratos da Carta aos Colossenses, no Novo Testamento)
Foto: Collwyn Cleveland / Freeimages.com
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Surpreendido pela Esperança
O teimoso sonho da humanidade
Cartas entre Freud & Pfister (1909 – 1939)
É pastor emérito da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor de livros como “Pedagogia da Ganância" (2013) e "O Dragão que Habita em Nós” (2010).
- Textos publicados: 94 [ver]
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