Opinião
- 16 de dezembro de 2022
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Festas bíblicas: sabores e saberes
Por Tati Bitencourt
Se tem uma coisa que crente gosta de fazer, é comer, não é?! Das reuniões do conselho da igreja aos encontros de pequenos grupos das crianças, os comes e bebes estão sempre presente. E, claro, não podemos esquecer do cafezinho após o culto.
Onde tem comida, tem festa, onde tem festa, não pode faltar comida boa. E não poderia ser diferente, já que o próprio Deus estabeleceu muitas celebrações para o seu povo tempos atrás, e elas foram registradas no Antigo Testamento representando o que viria acontecer com o envio de Jesus Cristo. (Êx 23.14-19 e Lv 23).
O sábado, a Páscoa ou festa dos pães asmos, a festa das primícias, a festa dos tabernáculos ou festa da colheita, o Pentecostes, a comemoração do dia do perdão (o dia da Expiação) são celebrações mencionadas em Levíticos 16.29. Os judeus também transformaram em festas anuais a celebração da vitória que tiveram sobre o plano de Hamã (Et 9.16) e chamaram-na de Purim. O povo de Deus sempre celebrou as bênçãos recebidas – e com comida.
É bem verdade que as festividades bíblicas carregavam simbolismos em todos os detalhes, e em todas elas nós vemos representada a tristeza pelo pecado e pela luta, mas também a alegria pelo controle triunfal do Senhor. O jejum e os sacrifícios eram feitos ao som de trombetas e ofertas de ação de graça, porque mesmo diante de grandes tribulações, o controle estava e sempre estará nas mãos de Deus.
Existe uma data que começou a ser celebrada pelos cristãos há algum tempo e, independente da origem dela, é conhecida como uma festa cristã, o Natal.
Celebrar o nascimento daquele que veio para ser exemplo e morrer no nosso lugar também é, ou deveria ser, uma oportunidade de replicar a simplicidade do nascimento e estilo de vida que Jesus viveu, mas a “festa de aniversário” de Jesus passa despercebida em muitos lares nos dias de hoje.
Se Deus quisesse ter feito o nascimento de Jesus acontecer no melhor hospital da região ou até mesmo nascer da mulher mais rica ou mais bonita, ele poderia.
Da mesma forma, se Jesus quisesse ter participado apenas de banquetes e comido comidas caras enquanto ensinava seus alunos, também poderia. Mas a própria forma dele viver já era a grande lição.
Claro que não é errado ou pecado fazer uma grande celebração, com decorações brilhosas e mesa farta. Mas, além de meio cafona, não combina com o dono da festa, porque o que ele realmente vê é a intenção do nosso coração vaidoso.
A presença do aniversariante está garantida, como você acha que ele gostaria de ser recebido? Se eu pudesse propor uma coisa para o seu final de ano, seria fazer uma ceia de natal diferente – e fica tranquilo que não vou sugerir que você decore sua sala como se fosse uma estrebaria – sem tantos adereços que os anos e a cultura europeia ditaram para esse dia. Com a família reunida ao redor da mesa – coisa rara hoje dia – e sem alfinetar o sobrinho que ainda está solteiro ou a tia que esqueceu de colocar uva passa no arroz. Antes de comer, orem juntos, agradeçam pelo momento, pela graça do perdão divino e pela união, mesmo em meio às diferenças.
Para esse momento ficar ainda mais significativo, sirva alguns preparos citados na Bíblia que provavelmente Jesus comeu: peixe grelhado acompanhado por pães assados na pedra ou no forno a lenha, ou, quem sabe, um cordeiro assado com molhinho de hortelã para acompanhar. De sobremesa, figos, uvas e tâmaras e uma taça de vinho. Tenho certeza que ninguém vai sentir falta do peru seco que sempre fica sobrando.
- Tati Bitencourt é membro da Sexta Igreja Presbiteriana de Uberlândia. É dentista, Técnica em Design de Interiores, Real Food Lover e e comentarista do podcast Sabores & Saberes das rádios Pense Bem e Teomídia.
À MESA COM JESUS - Encontro, Partilha e Celebração | REVISTA ULTIMATO
Se você ler os Evangelhos assinalando as vezes que Jesus falou sobre comida ou participou de uma refeição ficará surpreso. A humanidade de Jesus está mais evidente quando ele está à mesa. Mas isso aponta também para a natureza de Deus Pai. Jesus é Deus conosco, é o Verbo que habitou entre nós, é a revelação visível do Deus invisível.1 Trata-se, então, de Deus à mesa! Assunto muito solene: É Deus quem nos convida para uma refeição, à sua casa, e quer deixar-se conhecer, chamando-nos à reconciliação.
É disso que trata a matéria de capa da Revista Ultimato 368. Para assinar, clique aqui.
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