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- 07 de maio de 2007
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Evangelistas são mortos a tiros nos Montes Nuba
(Portas Abertas) Um egípcio e três cristãos sudaneses foram mortos na semana passada quando voltavam de um encontro evangelístico, na região dos Montes Nuba. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas durante o ataque a tiros.
As vítimas estavam em um caminhão que voltava da cidade de Torogi, a 70 quilômetros do sul de Kadugli, por volta das 10h30, trazendo 14 cristãos estrangeiros e outros crentes sudaneses. O encontro foi organizado pela Igreja Evangélica Bahry , no norte de Cartoum. A equipe de evangelismo havia passado a semana anterior no centro da região montanhosa de Nuba como parte da visita que eles costumavam fazer duas vezes por ano a projetos da igreja.
O egípcio Daniel Girgis, 37 anos, e os sudaneses Markous Tiya e Rihab Kafi Jadeen, além de um garoto que não foi identificado, foram mortos durante o ataque. Pedras foram colocadas na estrada para forçar o caminhão a parar. Como o veículo não parou, os agressores abriram fogo contra o veículo.
“Acabamos de exibir o filme ‘Jesus’ na vila de Gnaya, estávamos voltando para a cidade que já havíamos visitado”, contou o evangelista Barnaba Timothous, coordenador da Igreja Evangélica Bahry. “No caminho, pessoas escondidas nas montanhas abriram fogo contra eles. Era noite e eles só viram dois homens”.
Motivo religioso ou assalto?
Apesar de não estar claro o que motivou o ataque, Barnaba suspeita de muçulmanos que estão descontentes com o evangelismo realizado pelos cristãos na região. “Há alguns chefes, que também são muçulmanos, contra a Igreja. Eles não querem que a Igreja seja construída aqui, não querem que o cristianismo cresça nessa localidade”.
Um outro cristão que ajudou a organizar a viagem acredita que o ataque tenha sido um assalto. “Eu até deveria ver algo além disso, mas não posso dizer porque não há qualquer evidência. Então dizemos que provavelmente tratou-se de um assalto.”
O motorista do caminhão, Al-Tahir Kodi, disse que estava muito escuro e não dava para ver se os agressores eram ou não muçulmanos. “Não vamos acusar ninguém com o que sabemos até aqui”, disse ele, por telefone. O motorista contou que soube de um outro incidente, cinco dias antes deste ataque, em que homens armados e mascarados abriram fogo contra um ônibus que vinha de Torogi, numa área chamada Tolodi.
Duas fontes independentes de Cartoum relataram que a ocorrência de emboscadas em rodovias na região são raras, o que os faz questionar se o motivo real do ataque foi ou não a prática de roubo.
“Esta é a primeira emboscada desde o fim da guerra, há dois ou três anos, que ouvi dizer nos Montes Nuba”, disse uma das fontes. “Por isso o motivo certamente deve ser questionado”, completou.
Barnaba Timothous disse que o governo do sul do Sudão formou um comitê para investigar o ataque, mas ainda não registrou o que descobriu.
“Não temos qualquer novidade”, disse uma das fontes cristãs. “No domingo, quatro oficiais do governo de Nuba, dois cristãos e dois muçulmanos, foram à igreja Bahry expressar suas condolências e assegurar que eles iriam capturar quem havia feito aquilo”.
Apesar da nacionalidade egípcia, Girgis vivia em Cartoum e ajudava na Igreja Evangélica de Bahry. Os três sudaneses mortos, assim como os demais feridos, moravam nos Montes Nuba, nas vilas de Gnaya e Torogi, disse o pastor da igreja, Hafis Fasaha.
Dois estrangeiros foram feridos no ataque, um homem e uma mulher que pediram anonimato. Eles estão recebendo tratamento médico em uma residência de Cartoum. O homem foi atingido perto do joelho e a mulher teve as duas pernas baleadas.
Os estrangeiros voltaram de Kadugli para Cartoum na manhã de sábado, 28 de abril, depois de passarem pelo médico. O corpo de Girgi foi transportado para o Cairo, de avião, no fim do dia.
“Felizmente a bala não atingiu nenhum osso”, disse uma fonte próxima de uma das mulheres atingidas. “Ela deu seus primeiros passos ontem, mas ainda estamos mantendo os ferimentos limpos e cobertos com uma bandagem. Ela ainda sente muita dor e espera estar totalmente curada em algumas semanas”.
A fonte disse que os estrangeiros planejam deixar o Sudão na próxima semana. Segundo o doutor Dawood Bashir, os três sudaneses feridos ainda estão no hospital de Kadugli.
O médico disse que Philemon Kuku Tiya, 27 anos, Ibrahim Karaka Tiya, 35 anos, e Nimat Tutu Gasmim, de 11 anos, atingidos no ataque, estão se recuperando bem. “Os membros da igreja estão fazendo visitas e os encorajando”, disse Dawood.
A pélvis de Gasmim foi atingida por uma bala e ela teve que se submeter a uma transfusão de sangue. O doutor não soube informar exatamente a idade dos outros cristãos sudaneses mortos, mas disse que Safi parecia ter por volta de 20 anos e Jadden uns 19. O garoto morto não identificado tinha por volta de 12 anos.
Os cristãos sudaneses nas montanhas de Nuba têm relatado casos de constrangimento e perseguição leves por parte de líderes muçulmanos tribais desde um acordo de entendimento de paz, realizado no fim da guerra civil, em janeiro de 2005. Os cristãos da cidade de Shatt Damam foram forçados a reconstruir a igreja repetidas vezes depois de o local ter sido incendiado por três vezes em 2005.
A congregação da vila de Katcha disse que o imame da cidade cometeu abusos verbais na mesquita. Ele disse que os chefes muçulmanos construíram uma casa na propriedade da igreja e reivindicou a propriedade como se pertencesse a seus antepassados.
As vítimas estavam em um caminhão que voltava da cidade de Torogi, a 70 quilômetros do sul de Kadugli, por volta das 10h30, trazendo 14 cristãos estrangeiros e outros crentes sudaneses. O encontro foi organizado pela Igreja Evangélica Bahry , no norte de Cartoum. A equipe de evangelismo havia passado a semana anterior no centro da região montanhosa de Nuba como parte da visita que eles costumavam fazer duas vezes por ano a projetos da igreja.
O egípcio Daniel Girgis, 37 anos, e os sudaneses Markous Tiya e Rihab Kafi Jadeen, além de um garoto que não foi identificado, foram mortos durante o ataque. Pedras foram colocadas na estrada para forçar o caminhão a parar. Como o veículo não parou, os agressores abriram fogo contra o veículo.
“Acabamos de exibir o filme ‘Jesus’ na vila de Gnaya, estávamos voltando para a cidade que já havíamos visitado”, contou o evangelista Barnaba Timothous, coordenador da Igreja Evangélica Bahry. “No caminho, pessoas escondidas nas montanhas abriram fogo contra eles. Era noite e eles só viram dois homens”.
Motivo religioso ou assalto?
Apesar de não estar claro o que motivou o ataque, Barnaba suspeita de muçulmanos que estão descontentes com o evangelismo realizado pelos cristãos na região. “Há alguns chefes, que também são muçulmanos, contra a Igreja. Eles não querem que a Igreja seja construída aqui, não querem que o cristianismo cresça nessa localidade”.
Um outro cristão que ajudou a organizar a viagem acredita que o ataque tenha sido um assalto. “Eu até deveria ver algo além disso, mas não posso dizer porque não há qualquer evidência. Então dizemos que provavelmente tratou-se de um assalto.”
O motorista do caminhão, Al-Tahir Kodi, disse que estava muito escuro e não dava para ver se os agressores eram ou não muçulmanos. “Não vamos acusar ninguém com o que sabemos até aqui”, disse ele, por telefone. O motorista contou que soube de um outro incidente, cinco dias antes deste ataque, em que homens armados e mascarados abriram fogo contra um ônibus que vinha de Torogi, numa área chamada Tolodi.
Duas fontes independentes de Cartoum relataram que a ocorrência de emboscadas em rodovias na região são raras, o que os faz questionar se o motivo real do ataque foi ou não a prática de roubo.
“Esta é a primeira emboscada desde o fim da guerra, há dois ou três anos, que ouvi dizer nos Montes Nuba”, disse uma das fontes. “Por isso o motivo certamente deve ser questionado”, completou.
Barnaba Timothous disse que o governo do sul do Sudão formou um comitê para investigar o ataque, mas ainda não registrou o que descobriu.
“Não temos qualquer novidade”, disse uma das fontes cristãs. “No domingo, quatro oficiais do governo de Nuba, dois cristãos e dois muçulmanos, foram à igreja Bahry expressar suas condolências e assegurar que eles iriam capturar quem havia feito aquilo”.
Apesar da nacionalidade egípcia, Girgis vivia em Cartoum e ajudava na Igreja Evangélica de Bahry. Os três sudaneses mortos, assim como os demais feridos, moravam nos Montes Nuba, nas vilas de Gnaya e Torogi, disse o pastor da igreja, Hafis Fasaha.
Dois estrangeiros foram feridos no ataque, um homem e uma mulher que pediram anonimato. Eles estão recebendo tratamento médico em uma residência de Cartoum. O homem foi atingido perto do joelho e a mulher teve as duas pernas baleadas.
Os estrangeiros voltaram de Kadugli para Cartoum na manhã de sábado, 28 de abril, depois de passarem pelo médico. O corpo de Girgi foi transportado para o Cairo, de avião, no fim do dia.
“Felizmente a bala não atingiu nenhum osso”, disse uma fonte próxima de uma das mulheres atingidas. “Ela deu seus primeiros passos ontem, mas ainda estamos mantendo os ferimentos limpos e cobertos com uma bandagem. Ela ainda sente muita dor e espera estar totalmente curada em algumas semanas”.
A fonte disse que os estrangeiros planejam deixar o Sudão na próxima semana. Segundo o doutor Dawood Bashir, os três sudaneses feridos ainda estão no hospital de Kadugli.
O médico disse que Philemon Kuku Tiya, 27 anos, Ibrahim Karaka Tiya, 35 anos, e Nimat Tutu Gasmim, de 11 anos, atingidos no ataque, estão se recuperando bem. “Os membros da igreja estão fazendo visitas e os encorajando”, disse Dawood.
A pélvis de Gasmim foi atingida por uma bala e ela teve que se submeter a uma transfusão de sangue. O doutor não soube informar exatamente a idade dos outros cristãos sudaneses mortos, mas disse que Safi parecia ter por volta de 20 anos e Jadden uns 19. O garoto morto não identificado tinha por volta de 12 anos.
Os cristãos sudaneses nas montanhas de Nuba têm relatado casos de constrangimento e perseguição leves por parte de líderes muçulmanos tribais desde um acordo de entendimento de paz, realizado no fim da guerra civil, em janeiro de 2005. Os cristãos da cidade de Shatt Damam foram forçados a reconstruir a igreja repetidas vezes depois de o local ter sido incendiado por três vezes em 2005.
A congregação da vila de Katcha disse que o imame da cidade cometeu abusos verbais na mesquita. Ele disse que os chefes muçulmanos construíram uma casa na propriedade da igreja e reivindicou a propriedade como se pertencesse a seus antepassados.
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