Opinião
- 09 de agosto de 2011
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Evangélicos sem espetáculo
Li na edição de ontem de O Estado de S. Paulo (p. A12) na coluna "Visão Global" o artigo intitulado Evangélicos sem espetáculo, de autoria de Nicholas D. Kristof, colunista do The New York Times. O artigo é excelente. Escrito a partir do contexto estadunidense, mas facilmente compreensível por leitores brasileiros evangélicos.
O mérito do artigo é apresentar para o público não evangélico uma visão positiva dos evangélicos. Não de todos, claro. O texto critica os evangélicos fundamentalistas polemitas que confundem as posições da extrema direita norte-americana com o evangelho de Jesus Cristo propriamente. No caso dos EUA, são criticados líderes ultra-fundamentalistas como Jerry Falwell e Pat Robertson. As posições extremas e fechadas ao diálogo destes, e de muitos outros líderes, desafortunadamente têm repercussão no Brasil. Para não poucos evangélicos brasileiros, inclusive alguns notadamente ilustrados, ser cristão é adotar estas posturas radicais.
Mas aí vem o que mais me agradou no texto de Kristof: um longo, bem elaborado e rasgado - e diga-se de passagem, mais que merecido - elogio ao recentemente falecido teólogo e pastor anglicano britânico John Stott, apresentado como exemplo de evangélico moderado e pensante. Kristof citou até trechos de "A cruz de Cristo", um dos melhores livros que Stott escreveu.
O artigo não foi uma rasgação de seda ou uma bajulação barata. Longe disto. Com justiça, Kristof lembrou que Stott foi incluído pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O colunista lembrou ainda a sensibilidade de Stott para com os pobres, os desvalidos, os despossuídos do mundo. Deu ênfase ao aspecto cristocêntrico e cristológico dos livros de Stott, que sempre preferiu incentivar seus leitores a seguir o modelo de vida de Jesus a sair por "acenando com a ameaça das penas do inferno". Destacou a influência de Stott em movimentos importantes, como "Sojourners", lidera da por Jim Wallis, entidade evangélica que trabalha pela justiça social.
Na conclusão de seu texto, Kristof lembra que nem todos os evangélicos do mundo são de mentalidade tacanha, polemista, beligerante e fechada. Citou Richard Cizik, líder da Nova Igreja Evangélica Parceria para o Bem Comum, que trabalha para denunciar e combater desde genocídios até mudanças climáticas, que disse que Stott mostrou que ser evangélico não é motivo de vergonha. De fato, Stott mostrou que é possível ser evangélico sem ser fundamentalista. Que bom que o mais importante e influente jornal dos Estados Unidos deu este destaque ao trabalho e à influência de John Stott, e que houve ressonância em pelo menos um grande rotativo brasileiro.
O mérito do artigo é apresentar para o público não evangélico uma visão positiva dos evangélicos. Não de todos, claro. O texto critica os evangélicos fundamentalistas polemitas que confundem as posições da extrema direita norte-americana com o evangelho de Jesus Cristo propriamente. No caso dos EUA, são criticados líderes ultra-fundamentalistas como Jerry Falwell e Pat Robertson. As posições extremas e fechadas ao diálogo destes, e de muitos outros líderes, desafortunadamente têm repercussão no Brasil. Para não poucos evangélicos brasileiros, inclusive alguns notadamente ilustrados, ser cristão é adotar estas posturas radicais.
Mas aí vem o que mais me agradou no texto de Kristof: um longo, bem elaborado e rasgado - e diga-se de passagem, mais que merecido - elogio ao recentemente falecido teólogo e pastor anglicano britânico John Stott, apresentado como exemplo de evangélico moderado e pensante. Kristof citou até trechos de "A cruz de Cristo", um dos melhores livros que Stott escreveu.
O artigo não foi uma rasgação de seda ou uma bajulação barata. Longe disto. Com justiça, Kristof lembrou que Stott foi incluído pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O colunista lembrou ainda a sensibilidade de Stott para com os pobres, os desvalidos, os despossuídos do mundo. Deu ênfase ao aspecto cristocêntrico e cristológico dos livros de Stott, que sempre preferiu incentivar seus leitores a seguir o modelo de vida de Jesus a sair por "acenando com a ameaça das penas do inferno". Destacou a influência de Stott em movimentos importantes, como "Sojourners", lidera da por Jim Wallis, entidade evangélica que trabalha pela justiça social.
Na conclusão de seu texto, Kristof lembra que nem todos os evangélicos do mundo são de mentalidade tacanha, polemista, beligerante e fechada. Citou Richard Cizik, líder da Nova Igreja Evangélica Parceria para o Bem Comum, que trabalha para denunciar e combater desde genocídios até mudanças climáticas, que disse que Stott mostrou que ser evangélico não é motivo de vergonha. De fato, Stott mostrou que é possível ser evangélico sem ser fundamentalista. Que bom que o mais importante e influente jornal dos Estados Unidos deu este destaque ao trabalho e à influência de John Stott, e que houve ressonância em pelo menos um grande rotativo brasileiro.
É professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Minas, onde coordena o GPRA – Grupo de Pesquisa Religião e Arte.
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