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- 27 de junho de 2013
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Evangélicos lamentam violência em manifestações em Belo Horizonte
A propósito das cenas de ontem (dia 26) de vandalismo e confronto entre manifestantes e Polícia Militar em Belo Horizonte (MG), a Aliança Bíblica de Profissionais e a Rede Fale divulgaram uma “carta pública” lamentando a situação.
“É com pesar que vemos atos de violência em alguns manifestos. Pedimos encarecidamente que a polícia e os manifestantes tenham zelo quanto à construção de uma ‘cultura de paz’. Não cabe à Polícia Militar reprimir atos públicos com força desmedida e nem a alguns manifestantes agir de forma semelhante. Devemos compreender que a construção da paz não é tarefa exclusiva das autoridades públicas, mas uma via de mão dupla que deve comprometer a todos nós”, diz um trecho da carta.
A carta, no entanto, também criticou a decisão do Poder Judiciário de Minas Gerais de, antes das manifestações começarem, determinar “a proibição das manifestações, ferindo assim as garantias da Constituição Federal. Tal decisão é em si um ato de violência”.
A carta termina com a oração para que “todos, responsáveis pela paz na cidade procedamos com cordialidade e respeito pela sacralidade da dignidade humana e que a ‘justiça corra como rio’ (Amós 5.24)”.
***
Leia a seguir a declaração na íntegra:
Carta Pública sobre as Manifestações em Belo Horizonte
“Nós, cristãos evangélicos do grupo da Rede Fale e da Aliança Bíblica de Profissionais de Belo Horizonte (MG), estamos muito atentos ao atual momento que tem mobilizado milhares de cidadãos em nossa cidade. Há um evidente descontentamento no seio de parte da sociedade civil brasileira ante a problemas como a falta de mobilidade urbana, custo do transporte público ou dos males da corrupção em diversos níveis da política brasileira, por exemplo.
Não podemos deixar de registrar que bandeiras como essas são extremamente justas e necessárias. Nosso país ainda não conseguiu superar problemas estruturais ou vícios no âmbito dos poderes públicos. Celebramos profundamente ver jovens preocupados com os problemas da coletividade. Como cristãos, unimos nossas vozes em favor da Justiça, valor essencial do Evangelho de Jesus. Porém é preciso lembrar que mais do que ir às ruas, é primordial qualificar com maior profundidade o debate sendo propositivo. Embora seja válido dizer que se é contra a corrupção, por exemplo, é preciso se apropriar de discussões como reforma política e fortalecimento de mecanismos de transparência pública. Esperamos que esse novo momento inspire a todos a ter maior envolvimento e acúmulo sobre as pautas da cidade a posteriori. Tais pautas inclusive já mobilizam movimentos e organizações sociais em Belo Horizonte.
É com pesar que vemos atos de violência em alguns manifestos. Pedimos encarecidamente que a polícia e manifestantes tenham zelo quanto à construção de uma “cultura de paz”. Não cabe à Polícia Militar reprimir atos públicos com força desmedida e nem a alguns manifestantes agir de forma semelhante. Devemos compreender que a construção da paz não é tarefa exclusiva das autoridades públicas, mas uma via de mão dupla que deve comprometer a todos nós. O papel dos órgãos de segurança pública é de proteger e de garantir o direito de livre manifestação que acontece de modo pacífico. É notório verificar que, quando não houve uma postura belicosa em manifestações, não houve sequer um distúrbio — a exemplo do último sábado, dia 15 de junho. É a autoridade pública a primeira que deveria dar o exemplo e agir modo condizente com sua função de trazer bem estar social.
Lamentamos o fato de que desde o início o Poder Judiciário de Minas Gerais tenha determinado a proibição das manifestações, ferindo assim as garantias da Constituição Federal. Tal decisão é em si um ato de violência.
Não obstante, salientamos que, embora não se possa classificar a grande maioria das pessoas de “vândalos”, alguns passaram da medida ao agir de forma violenta. É fraudulenta a manipulação de alguns grupos da mídia local que tentam criminalizar a todos. Essa atitude impensada, que não reflete a postura da maioria, não pode ser aceita. Quem agride se coloca em igual condição de quem o agrediu. Não se pode aceitar as lógicas da violência, pois na medida em que a aceitamos, estamos validando-a. Ademais, ao agir assim, põe-se em risco a vida de quem se manifesta de modo pacífico, que é a esmagadora maioria. Conclamamos a todos que exerçam seus direitos de livre expressão e que, ao fazê-lo, usem o bom senso e cultivem o cuidado com a integridade física de todos, assim como desejamos que o tratamento do Estado seja respeitoso e garanta o direito legítimo de protesto. Unimo-nos com outros coletivos e movimentos sociais no esforço na promoção da paz e da não violência.
Como seguidores de Jesus, proclamamos que o pacifismo é o único caminho viável para um mundo mais justo e no reconhecimento que somos irmãs e irmãos.
Nossa oração é que todos, responsáveis pela paz na cidade, procedamos com cordialidade e respeito pela sacralidade da dignidade humana e que a “justiça corra como rio” (Amós 5.24).
Em Cristo, o “Príncipe da Paz”.
Rede FALE de Belo Horizonte
Aliança Bíblica de Profissionais de Belo Horizonte
Leia mais
Aliança Evangélica convoca igrejas para orarem pela situação do país
“É com pesar que vemos atos de violência em alguns manifestos. Pedimos encarecidamente que a polícia e os manifestantes tenham zelo quanto à construção de uma ‘cultura de paz’. Não cabe à Polícia Militar reprimir atos públicos com força desmedida e nem a alguns manifestantes agir de forma semelhante. Devemos compreender que a construção da paz não é tarefa exclusiva das autoridades públicas, mas uma via de mão dupla que deve comprometer a todos nós”, diz um trecho da carta.
A carta, no entanto, também criticou a decisão do Poder Judiciário de Minas Gerais de, antes das manifestações começarem, determinar “a proibição das manifestações, ferindo assim as garantias da Constituição Federal. Tal decisão é em si um ato de violência”.
A carta termina com a oração para que “todos, responsáveis pela paz na cidade procedamos com cordialidade e respeito pela sacralidade da dignidade humana e que a ‘justiça corra como rio’ (Amós 5.24)”.
***
Leia a seguir a declaração na íntegra:
Carta Pública sobre as Manifestações em Belo Horizonte
“Nós, cristãos evangélicos do grupo da Rede Fale e da Aliança Bíblica de Profissionais de Belo Horizonte (MG), estamos muito atentos ao atual momento que tem mobilizado milhares de cidadãos em nossa cidade. Há um evidente descontentamento no seio de parte da sociedade civil brasileira ante a problemas como a falta de mobilidade urbana, custo do transporte público ou dos males da corrupção em diversos níveis da política brasileira, por exemplo.
Não podemos deixar de registrar que bandeiras como essas são extremamente justas e necessárias. Nosso país ainda não conseguiu superar problemas estruturais ou vícios no âmbito dos poderes públicos. Celebramos profundamente ver jovens preocupados com os problemas da coletividade. Como cristãos, unimos nossas vozes em favor da Justiça, valor essencial do Evangelho de Jesus. Porém é preciso lembrar que mais do que ir às ruas, é primordial qualificar com maior profundidade o debate sendo propositivo. Embora seja válido dizer que se é contra a corrupção, por exemplo, é preciso se apropriar de discussões como reforma política e fortalecimento de mecanismos de transparência pública. Esperamos que esse novo momento inspire a todos a ter maior envolvimento e acúmulo sobre as pautas da cidade a posteriori. Tais pautas inclusive já mobilizam movimentos e organizações sociais em Belo Horizonte.
É com pesar que vemos atos de violência em alguns manifestos. Pedimos encarecidamente que a polícia e manifestantes tenham zelo quanto à construção de uma “cultura de paz”. Não cabe à Polícia Militar reprimir atos públicos com força desmedida e nem a alguns manifestantes agir de forma semelhante. Devemos compreender que a construção da paz não é tarefa exclusiva das autoridades públicas, mas uma via de mão dupla que deve comprometer a todos nós. O papel dos órgãos de segurança pública é de proteger e de garantir o direito de livre manifestação que acontece de modo pacífico. É notório verificar que, quando não houve uma postura belicosa em manifestações, não houve sequer um distúrbio — a exemplo do último sábado, dia 15 de junho. É a autoridade pública a primeira que deveria dar o exemplo e agir modo condizente com sua função de trazer bem estar social.
Lamentamos o fato de que desde o início o Poder Judiciário de Minas Gerais tenha determinado a proibição das manifestações, ferindo assim as garantias da Constituição Federal. Tal decisão é em si um ato de violência.
Não obstante, salientamos que, embora não se possa classificar a grande maioria das pessoas de “vândalos”, alguns passaram da medida ao agir de forma violenta. É fraudulenta a manipulação de alguns grupos da mídia local que tentam criminalizar a todos. Essa atitude impensada, que não reflete a postura da maioria, não pode ser aceita. Quem agride se coloca em igual condição de quem o agrediu. Não se pode aceitar as lógicas da violência, pois na medida em que a aceitamos, estamos validando-a. Ademais, ao agir assim, põe-se em risco a vida de quem se manifesta de modo pacífico, que é a esmagadora maioria. Conclamamos a todos que exerçam seus direitos de livre expressão e que, ao fazê-lo, usem o bom senso e cultivem o cuidado com a integridade física de todos, assim como desejamos que o tratamento do Estado seja respeitoso e garanta o direito legítimo de protesto. Unimo-nos com outros coletivos e movimentos sociais no esforço na promoção da paz e da não violência.
Como seguidores de Jesus, proclamamos que o pacifismo é o único caminho viável para um mundo mais justo e no reconhecimento que somos irmãs e irmãos.
Nossa oração é que todos, responsáveis pela paz na cidade, procedamos com cordialidade e respeito pela sacralidade da dignidade humana e que a “justiça corra como rio” (Amós 5.24).
Em Cristo, o “Príncipe da Paz”.
Rede FALE de Belo Horizonte
Aliança Bíblica de Profissionais de Belo Horizonte
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