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Evangelho de Lucas é lançado em língua cigana
O culto do próximo domingo (13) na Igreja Cigana de Itapevi (SP) será especial. Nele será apresentado o Evangelho de Lucas traduzido para a língua cigana Calon. Editado pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), o livreto integra o Projeto Bíblia Cigana, desenvolvido pela Missão Amigos dos Ciganos (MACI).
O missionário e coordenador do projeto, Antonio Alves Pereira, explica que há dois grandes grupos étnicos ciganos no Brasil, os Calon e os Rom. Esta porção bíblica está em língua Calon, conhecida como chibi, que segundo estimativas é falada por pelo menos 600 mil pessoas no país. “Nosso povo chegou ao País em 1574, oriundo de Portugal. Infelizmente, chegamos aqui involuntariamente, expulsos pela Coroa Portuguesa, que criminalizava nossa identidade étnica, considerando todo aquele que se identificava (ou era identificado) como ‘cigano’ como uma ‘praga’ a ser combatida. Por isso, desde o início, enfrentamos muita discriminação e humilhação, sendo marcados por estereótipos que impediam a nossa interação com os moradores da nova colônia”, relata Antonio no prefácio da obra.
Tratados como “trapaceiros”, “vagabundos”, “ladrões de crianças”, “bruxos” e outros rótulos criados na Europa, os ciganos sofreram intensa difamação e, consequentemente, muitas perseguições. “Entendemos que a unidade do nosso povo seria o único caminho para a sobrevivência. Um dos elementos que mais nos uniu e nos serviu como proteção foi nossa língua, que uma vez falada próximo dos perseguidores nos dava vantagem de fuga, quando nos sentíamos acuados. Com essa função protetiva, a chibi foi considerada uma dádiva divina exclusiva dos ciganos e, portanto, proibida para não ciganos”, acrescenta o coordenador.
De acordo com Antonio Pereira, quase todos os Calon brasileiros são cristãos –católicos romanos ou, mais recentemente, evangélicos. O movimento cigano evangélico está associado, principalmente, ao surgimento da Missão Amigos dos Ciganos em 2002, grupo que é formado por missionários ciganos e não ciganos. Desde 2010, com o Projeto Bíblia Cigana já foram traduzidos para a chibi os livros de Gênesis e Rute, 40 histórias avulsas e outros materiais diversos, além de dublagem de um filme sobre Jesus.
A publicação desta edição do Evangelho de Lucas no Brasil é considerada um fato histórico de grande relevância para os ciganos brasileiros. Em 1836, um tradutor da Sociedade Bíblica de Londres enviado à Espanha, George Borrow, traduziu o Evangelho de Lucas para o idioma Calon. O material foi publicado no ano seguinte, mas em pouco tempo teve sua distribuição proibida pelo poder público da época.
Para Pereira, ter o Evangelho de Lucas em Calon hoje significa colocar ao alcance da comunidade cigana algo que antes era inacessível. “Fomos discriminados por séculos e isso incluiu a falta de acesso às igrejas e à Bíblia. Este livro é uma prova viva do quanto Deus está nos guiando e o quanto estamos incluídos no grande ‘povo de Deus’, tão diversificado étnica, cultural e linguisticamente”, finaliza o missionário.
Com informações da SBB
Leia mais:
Ciganos brasileiros vão ler a Bíblia em sua própria língua
O Mineiro com Cara de Matuto no acampamento de ciganos de Itapevi
O missionário e coordenador do projeto, Antonio Alves Pereira, explica que há dois grandes grupos étnicos ciganos no Brasil, os Calon e os Rom. Esta porção bíblica está em língua Calon, conhecida como chibi, que segundo estimativas é falada por pelo menos 600 mil pessoas no país. “Nosso povo chegou ao País em 1574, oriundo de Portugal. Infelizmente, chegamos aqui involuntariamente, expulsos pela Coroa Portuguesa, que criminalizava nossa identidade étnica, considerando todo aquele que se identificava (ou era identificado) como ‘cigano’ como uma ‘praga’ a ser combatida. Por isso, desde o início, enfrentamos muita discriminação e humilhação, sendo marcados por estereótipos que impediam a nossa interação com os moradores da nova colônia”, relata Antonio no prefácio da obra.
Tratados como “trapaceiros”, “vagabundos”, “ladrões de crianças”, “bruxos” e outros rótulos criados na Europa, os ciganos sofreram intensa difamação e, consequentemente, muitas perseguições. “Entendemos que a unidade do nosso povo seria o único caminho para a sobrevivência. Um dos elementos que mais nos uniu e nos serviu como proteção foi nossa língua, que uma vez falada próximo dos perseguidores nos dava vantagem de fuga, quando nos sentíamos acuados. Com essa função protetiva, a chibi foi considerada uma dádiva divina exclusiva dos ciganos e, portanto, proibida para não ciganos”, acrescenta o coordenador.
De acordo com Antonio Pereira, quase todos os Calon brasileiros são cristãos –católicos romanos ou, mais recentemente, evangélicos. O movimento cigano evangélico está associado, principalmente, ao surgimento da Missão Amigos dos Ciganos em 2002, grupo que é formado por missionários ciganos e não ciganos. Desde 2010, com o Projeto Bíblia Cigana já foram traduzidos para a chibi os livros de Gênesis e Rute, 40 histórias avulsas e outros materiais diversos, além de dublagem de um filme sobre Jesus.
A publicação desta edição do Evangelho de Lucas no Brasil é considerada um fato histórico de grande relevância para os ciganos brasileiros. Em 1836, um tradutor da Sociedade Bíblica de Londres enviado à Espanha, George Borrow, traduziu o Evangelho de Lucas para o idioma Calon. O material foi publicado no ano seguinte, mas em pouco tempo teve sua distribuição proibida pelo poder público da época.
Para Pereira, ter o Evangelho de Lucas em Calon hoje significa colocar ao alcance da comunidade cigana algo que antes era inacessível. “Fomos discriminados por séculos e isso incluiu a falta de acesso às igrejas e à Bíblia. Este livro é uma prova viva do quanto Deus está nos guiando e o quanto estamos incluídos no grande ‘povo de Deus’, tão diversificado étnica, cultural e linguisticamente”, finaliza o missionário.
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