Opinião
- 17 de agosto de 2018
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Escândalos, sabedoria e perseverança – O caso Bill Hybels e a liderança da igreja
Por Josué Campanhã
Muitos líderes estão chocados porque nas últimas semanas algumas acusações contra o pastor Bill Hybels se tornaram um escândalo no meio evangélico. Gostaria de levantar algumas reflexões sobre isto, que possam ajudar os líderes e as igrejas a não perderem o foco neste momento. Minhas reflexões não são baseadas apenas no que li na imprensa. Participei do Global Leadership Summit na semana passada, tive reuniões com a liderança da Willow Creek, participei do culto onde toda a liderança da igreja e os pastores pediram demissão e venho acompanhando o caso há alguns meses.
Escândalo
Ary Velloso, meu professor, mentor e colega de ministério na Sepal e na Igreja Batista do Morumbi, foi quem me apresentou para o Bill Hybels e me disse: “Batuta, temos muito a aprender com esse jovem, que tem uma paixão incrível pela igreja e por Jesus”. Desde que isto aconteceu em 2003, aprendi muito com o Bill, a Willow e o Summit, e o Ary continuou a fazer o mesmo até falecer.
Por esta razão, eu me sinto tão chocado quanto todos vocês. Quando surgiram as primeiras alegações e depois as acusações contra o Bill, talvez como muitos de vocês, eu pensei: “não é possível”. O que os jornais dizem pode ter exageros, mas segundo o Conselho da igreja soubemos que o comportamento do Bill é repreensível em algumas áreas. Então, não estou fazendo a defesa do Bill aqui. Ao mesmo tempo, lembro-me do Ary ministrando a pastores e líderes, dizendo: “Gente, eu sou podre”, e quando o pessoal dava risada, ele completava: “E não olha para mim desse jeito, pois você é tão podre quanto eu. Só pela graça é que vivemos”.
Uma reflexão que tenho feito é que ficamos chocados, pois fomos criados num ambiente onde idealizamos “líderes perfeitos”. Na semana passada, numa das reuniões que participei, Dick DeVos disse: “Em nossa igreja temos uma filosofia – em 100% do tempo, costumamos colocar pecadores para pregar no púlpito, e não estamos pensando em mudar esta filosofia”. Ao mesmo tempo em que isto é verdade, é também chocante para nós.
Sabemos e pregamos que não existe diferença entre os pecados, apenas em suas consequências, mas alguns nos chamam mais atenção do que outros. Nos últimos 40 anos, envolvido com liderança na igreja, me incomoda o fato de que escrachamos o líder que comete qualquer pecado sexual, mas aceitamos o líder mentiroso, manipulador, avarento e dominador, e inclusive o mantemos em cargos de alta posição.
Muitos líderes que estão emitindo comentários sobre a situação do Bill são sinceros e estão preocupados com a igreja e o Reino, mas muitos outros não poderiam sequer pensar em abrir a boca, pois suas vidas não resistiriam ao Salmo 139 – “Sonda-me ó Deus, e vê se há em mim algum caminho mau”.
Não sei por que ficamos tão chocados, pois a Bíblia é um livro que nunca escondeu os escândalos. O que dizer de Abraão que entregou sua esposa para outro homem, ou de Moisés, um assassino, ou de Davi, um adúltero e assassino, e Pedro, um mentiroso, mesmo depois de ter andado três anos ao lado de Jesus. Essa é a turma que Deus usou, então isto me entusiasma, pois há esperança para gente podre como eu e você.
É preciso lembrar que em nenhum momento a Bíblia deixa de enfatizar a integridade e a santidade de um líder. Mas de outro lado, a Bíblia também nunca deixa para trás a graça e a misericórdia de Deus para com os líderes.
Sabedoria
Precisamos de muita sabedoria numa hora como esta. Os escândalos têm um duplo objetivo: destruir um líder de influência para tirá-lo de circulação, e desviar a igreja do seu foco. Precisamos lembrar que, além de revelar os escândalos, a Bíblia também diz o que aconteceu depois. Deus não deixou de cumprir sua missão porque Abraão foi um mentiroso e quase colocou tudo a perder. Deus libertou o povo através de Moisés, apesar de ele ter começado tudo errado, e ainda ter cometido um erro fatal ao final, que o impediu de entrar na terra prometida. Deus usou Davi para ser o início da linhagem de Jesus apesar de ele também ter colocado toda a operação em risco. Deus usou Pedro como um alicerce para o início da igreja, apesar de ele quase ter desistido de tudo.
Conheço dezenas de pessoas que foram geradas em ambiente promíscuo, em relações sexuais pré ou extraconjugais, e nem por isto suas vidas se tornaram condenadas ou sem sentido. Várias dessas pessoas são pastores, missionários ou tem alguma atividade que está fazendo diferença no mundo. Não conseguimos entender como Deus trabalha esta equação, mas comprovadamente sabemos que Ele aproveita cada situação para agir e cumprir seus propósitos.
Um escândalo faz a gente parar e perder o foco, mas não tira Deus do foco de cumprir sua missão. Talvez Deus queira usar situações como essas para trabalhar as nossas próprias vidas, e avaliar qual a nossa capacidade de manter o foco em meio ao caos.
Portanto, precisamos de sabedoria para:
1. Olharmos para o Reino de Deus e os Seus propósitos. A Willow Creek Community Church é uma referência para nós como igreja, mas o Reino de Deus é muito maior. A Willow Creek nos ajudou a despertar para que cada igreja local fosse uma referência do Reino no mundo, e agora que entendemos isto cabe a nós sermos referências onde estamos.
2. Absorvermos o fato, não perdermos o foco, e não nos impressionarmos com a fofoca. O fato é que o Bill errou em algumas áreas e agora está fora do ministério. Deus o usou para nos influenciar e nos preparar para sermos influenciadores. O foco agora é usarmos o conteúdo e as ferramentas que recebemos para influenciar as igrejas e as cidades. As fofocas sobre a saída do Bill podem confundir o fato e nos tirar do foco. O mesmo aconteceu entre Jesus e os doze. O fato era que Jesus havia ressuscitado. O foco era cumprir a grande comissão, mas a fofoca e a dúvida fizeram com que Tomé duvidasse do que realmente tinha acontecido.
3. Lembrarmos que somos parte de um movimento global de Deus. Além do Summit, participei em Chicago de um encontro com 700 líderes de 130 países que realizam o Summit. Foi impressionante ver o que Deus está fazendo ao redor do mundo. Histórias e mais histórias de transformação de vidas, cidades e países. O Summit tem ajudado a transformar 23 dos 25 países mais pobres do mundo.
4. Não ficar de fora do que Deus está fazendo. Um pastor me perguntou se ele deveria continuar fazendo o Summit em sua igreja. Minha resposta foi: “Você segue Deus ou segue tendências?”. Eu não me envolvi com o Summit por causa do Bill ou da Willow como uma megachurch. Eu me envolvi com o Summit, pois percebo que ele é uma forma de Deus despertar as igrejas e os líderes para serem relevantes neste tempo, influenciar as cidades e gerar transformação. Se Deus decidir mudar a estratégia, eu continuarei seguindo Deus, mas até lá eu continuarei fazendo a última coisa que Deus me pediu. Os jornais noticiaram que 100 igrejas nos EUA pararam de fazer o Summit. É fato. No entanto, eles não noticiaram que 725 igrejas continuaram a fazer o Summit este ano só nos EUA, e mais de 120.000 pessoas participaram. Além disto, o Summit acontecerá em 130 países.
5. Orarmos mais do que falarmos ou buscarmos notícias na internet. Tenho certeza que, se para cada 10 minutos que você gasta lendo notícias sobre o que aconteceu na internet, você investir 30 minutos em oração, veremos a mudança deste panorama em pouco tempo. Joel Cominsky mostra que as células ou pequenos grupos que mais crescem no mundo são aquelas em que os líderes oram 90 minutos por dia. As que menos crescem são aquelas em que os líderes oram apenas 30 minutos por dia. Nós já sabemos o fato principal.
Segundo a igreja, o Bill errou, e existem consequências que só ele e a igreja em Chicago poderão administrar. Todo o tempo que gastarmos para saber os detalhes disto, vai apenas roubar tempo que podemos investir pedindo a Deus que faça crescer ainda mais o movimento que Ele mesmo iniciou. Não podemos mudar os fatos. Mas nós podemos mudar o futuro, se aprendermos com os erros e acertos do passado e orarmos para que Deus nos conduza na direção do que Ele está fazendo. Agostinho disse que: “O Deus todo poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir nas suas obras, se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal”.
Perseverança
Por fim, minha reflexão é sobre perseverança. Ouvi também de Dick DeVos que “não existem estátuas feitas em homenagens a críticos. Estátuas são feitas em homenagem a construtores”. Um momento como este requer uma decisão: você quer ser parte do grupo dos críticos ou de construtores?
Críticos comprometidos com a verdade normalmente são usados para denunciar uma situação para que haja mudanças. O compromisso com a verdade torna estes críticos construtores no momento seguinte. No entanto, aqueles que possuem apenas um espírito crítico, não conseguem sair dessa posição, mesmo depois que a verdade é revelada.
Há algum tempo, a liderança do condomínio onde moro desviou dinheiro e fez coisas desastrosas que quase quebraram o condomínio. Depois de substituir essas pessoas na liderança, e deixar os críticos de carteirinha falando sozinhos, eu tinha duas opções: continuar criticando tudo que estava acontecendo e não fazer nada, ou me juntar a um grupo que queria mudar a situação e reconstruir tudo. Escolhi ser um construtor, e mesmo não tendo tempo, aquilo se tornou prioridade, pois era o lugar onde eu morava.
Passados dois ou três anos, tudo está melhor. A igreja é o lugar onde nós vivemos, e passaremos o resto das nossas vidas aqui na terra. Então, como queremos que ela seja?
Por um período, participei da liderança nacional da minha denominação. Naquele período, em apenas dez anos, tivemos três casos que se tornaram escândalos, envolvendo presidentes da denominação. Nós não paramos os projetos ou fechamos a denominação por causa disto, nem deixamos de cumprir a missão de Deus. Um grupo de líderes teve que tomar a decisão de perseverar, superar a crise e avançar.
Craig Groeschel falou isto na semana passada para nós. “Em tempo de crise o que se espera de líderes é que liderem”. Isto significa escolher perseverar em vez de criticar. Orar em vez de comentar posts nas redes sociais. Avaliar a própria vida e pedir graça de Deus, em vez de querer saber os detalhes e as fofocas do que aconteceu. Focar na missão e no chamado de Deus em vez de gastar mais tempo do que o necessário com aquilo que não vai edificar.
Parafraseando Neemias 6 - Estou executando um grande projeto e não posso gastar tempo com estas coisas. O Bill não está mais na liderança da Willow e parou para um tempo de ajuste com Deus. Há um grupo sério de homens e mulheres trabalhando para resolver tudo que é necessário. Deus continua agindo. Aprendo lições valiosas para minha vida com tudo isto. Então eu quero colocar minha energia para abençoar a vida de milhares de líderes que precisam de ajuda.
• Josué Campanhã é bacharel em teologia pela Faculdade Teológica Batista de SP e bacharel em administração de empresas pela PUC-Campinas. Missionário da SEPAL e diretor da Envisionar, é autor de vários livros, entre eles: Segredos da Liderança; Planejamento Estratégico; Planejamento Estratégico em Família (Editora Vida) e também coordenador dos Pequenos Grupos da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo.
Muitos líderes estão chocados porque nas últimas semanas algumas acusações contra o pastor Bill Hybels se tornaram um escândalo no meio evangélico. Gostaria de levantar algumas reflexões sobre isto, que possam ajudar os líderes e as igrejas a não perderem o foco neste momento. Minhas reflexões não são baseadas apenas no que li na imprensa. Participei do Global Leadership Summit na semana passada, tive reuniões com a liderança da Willow Creek, participei do culto onde toda a liderança da igreja e os pastores pediram demissão e venho acompanhando o caso há alguns meses.
Escândalo
Ary Velloso, meu professor, mentor e colega de ministério na Sepal e na Igreja Batista do Morumbi, foi quem me apresentou para o Bill Hybels e me disse: “Batuta, temos muito a aprender com esse jovem, que tem uma paixão incrível pela igreja e por Jesus”. Desde que isto aconteceu em 2003, aprendi muito com o Bill, a Willow e o Summit, e o Ary continuou a fazer o mesmo até falecer.
Por esta razão, eu me sinto tão chocado quanto todos vocês. Quando surgiram as primeiras alegações e depois as acusações contra o Bill, talvez como muitos de vocês, eu pensei: “não é possível”. O que os jornais dizem pode ter exageros, mas segundo o Conselho da igreja soubemos que o comportamento do Bill é repreensível em algumas áreas. Então, não estou fazendo a defesa do Bill aqui. Ao mesmo tempo, lembro-me do Ary ministrando a pastores e líderes, dizendo: “Gente, eu sou podre”, e quando o pessoal dava risada, ele completava: “E não olha para mim desse jeito, pois você é tão podre quanto eu. Só pela graça é que vivemos”.
Uma reflexão que tenho feito é que ficamos chocados, pois fomos criados num ambiente onde idealizamos “líderes perfeitos”. Na semana passada, numa das reuniões que participei, Dick DeVos disse: “Em nossa igreja temos uma filosofia – em 100% do tempo, costumamos colocar pecadores para pregar no púlpito, e não estamos pensando em mudar esta filosofia”. Ao mesmo tempo em que isto é verdade, é também chocante para nós.
Sabemos e pregamos que não existe diferença entre os pecados, apenas em suas consequências, mas alguns nos chamam mais atenção do que outros. Nos últimos 40 anos, envolvido com liderança na igreja, me incomoda o fato de que escrachamos o líder que comete qualquer pecado sexual, mas aceitamos o líder mentiroso, manipulador, avarento e dominador, e inclusive o mantemos em cargos de alta posição.
Muitos líderes que estão emitindo comentários sobre a situação do Bill são sinceros e estão preocupados com a igreja e o Reino, mas muitos outros não poderiam sequer pensar em abrir a boca, pois suas vidas não resistiriam ao Salmo 139 – “Sonda-me ó Deus, e vê se há em mim algum caminho mau”.
Não sei por que ficamos tão chocados, pois a Bíblia é um livro que nunca escondeu os escândalos. O que dizer de Abraão que entregou sua esposa para outro homem, ou de Moisés, um assassino, ou de Davi, um adúltero e assassino, e Pedro, um mentiroso, mesmo depois de ter andado três anos ao lado de Jesus. Essa é a turma que Deus usou, então isto me entusiasma, pois há esperança para gente podre como eu e você.
É preciso lembrar que em nenhum momento a Bíblia deixa de enfatizar a integridade e a santidade de um líder. Mas de outro lado, a Bíblia também nunca deixa para trás a graça e a misericórdia de Deus para com os líderes.
Sabedoria
Precisamos de muita sabedoria numa hora como esta. Os escândalos têm um duplo objetivo: destruir um líder de influência para tirá-lo de circulação, e desviar a igreja do seu foco. Precisamos lembrar que, além de revelar os escândalos, a Bíblia também diz o que aconteceu depois. Deus não deixou de cumprir sua missão porque Abraão foi um mentiroso e quase colocou tudo a perder. Deus libertou o povo através de Moisés, apesar de ele ter começado tudo errado, e ainda ter cometido um erro fatal ao final, que o impediu de entrar na terra prometida. Deus usou Davi para ser o início da linhagem de Jesus apesar de ele também ter colocado toda a operação em risco. Deus usou Pedro como um alicerce para o início da igreja, apesar de ele quase ter desistido de tudo.
Conheço dezenas de pessoas que foram geradas em ambiente promíscuo, em relações sexuais pré ou extraconjugais, e nem por isto suas vidas se tornaram condenadas ou sem sentido. Várias dessas pessoas são pastores, missionários ou tem alguma atividade que está fazendo diferença no mundo. Não conseguimos entender como Deus trabalha esta equação, mas comprovadamente sabemos que Ele aproveita cada situação para agir e cumprir seus propósitos.
Um escândalo faz a gente parar e perder o foco, mas não tira Deus do foco de cumprir sua missão. Talvez Deus queira usar situações como essas para trabalhar as nossas próprias vidas, e avaliar qual a nossa capacidade de manter o foco em meio ao caos.
Portanto, precisamos de sabedoria para:
1. Olharmos para o Reino de Deus e os Seus propósitos. A Willow Creek Community Church é uma referência para nós como igreja, mas o Reino de Deus é muito maior. A Willow Creek nos ajudou a despertar para que cada igreja local fosse uma referência do Reino no mundo, e agora que entendemos isto cabe a nós sermos referências onde estamos.
2. Absorvermos o fato, não perdermos o foco, e não nos impressionarmos com a fofoca. O fato é que o Bill errou em algumas áreas e agora está fora do ministério. Deus o usou para nos influenciar e nos preparar para sermos influenciadores. O foco agora é usarmos o conteúdo e as ferramentas que recebemos para influenciar as igrejas e as cidades. As fofocas sobre a saída do Bill podem confundir o fato e nos tirar do foco. O mesmo aconteceu entre Jesus e os doze. O fato era que Jesus havia ressuscitado. O foco era cumprir a grande comissão, mas a fofoca e a dúvida fizeram com que Tomé duvidasse do que realmente tinha acontecido.
3. Lembrarmos que somos parte de um movimento global de Deus. Além do Summit, participei em Chicago de um encontro com 700 líderes de 130 países que realizam o Summit. Foi impressionante ver o que Deus está fazendo ao redor do mundo. Histórias e mais histórias de transformação de vidas, cidades e países. O Summit tem ajudado a transformar 23 dos 25 países mais pobres do mundo.
4. Não ficar de fora do que Deus está fazendo. Um pastor me perguntou se ele deveria continuar fazendo o Summit em sua igreja. Minha resposta foi: “Você segue Deus ou segue tendências?”. Eu não me envolvi com o Summit por causa do Bill ou da Willow como uma megachurch. Eu me envolvi com o Summit, pois percebo que ele é uma forma de Deus despertar as igrejas e os líderes para serem relevantes neste tempo, influenciar as cidades e gerar transformação. Se Deus decidir mudar a estratégia, eu continuarei seguindo Deus, mas até lá eu continuarei fazendo a última coisa que Deus me pediu. Os jornais noticiaram que 100 igrejas nos EUA pararam de fazer o Summit. É fato. No entanto, eles não noticiaram que 725 igrejas continuaram a fazer o Summit este ano só nos EUA, e mais de 120.000 pessoas participaram. Além disto, o Summit acontecerá em 130 países.
5. Orarmos mais do que falarmos ou buscarmos notícias na internet. Tenho certeza que, se para cada 10 minutos que você gasta lendo notícias sobre o que aconteceu na internet, você investir 30 minutos em oração, veremos a mudança deste panorama em pouco tempo. Joel Cominsky mostra que as células ou pequenos grupos que mais crescem no mundo são aquelas em que os líderes oram 90 minutos por dia. As que menos crescem são aquelas em que os líderes oram apenas 30 minutos por dia. Nós já sabemos o fato principal.
Segundo a igreja, o Bill errou, e existem consequências que só ele e a igreja em Chicago poderão administrar. Todo o tempo que gastarmos para saber os detalhes disto, vai apenas roubar tempo que podemos investir pedindo a Deus que faça crescer ainda mais o movimento que Ele mesmo iniciou. Não podemos mudar os fatos. Mas nós podemos mudar o futuro, se aprendermos com os erros e acertos do passado e orarmos para que Deus nos conduza na direção do que Ele está fazendo. Agostinho disse que: “O Deus todo poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir nas suas obras, se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal”.
Perseverança
Por fim, minha reflexão é sobre perseverança. Ouvi também de Dick DeVos que “não existem estátuas feitas em homenagens a críticos. Estátuas são feitas em homenagem a construtores”. Um momento como este requer uma decisão: você quer ser parte do grupo dos críticos ou de construtores?
Críticos comprometidos com a verdade normalmente são usados para denunciar uma situação para que haja mudanças. O compromisso com a verdade torna estes críticos construtores no momento seguinte. No entanto, aqueles que possuem apenas um espírito crítico, não conseguem sair dessa posição, mesmo depois que a verdade é revelada.
Há algum tempo, a liderança do condomínio onde moro desviou dinheiro e fez coisas desastrosas que quase quebraram o condomínio. Depois de substituir essas pessoas na liderança, e deixar os críticos de carteirinha falando sozinhos, eu tinha duas opções: continuar criticando tudo que estava acontecendo e não fazer nada, ou me juntar a um grupo que queria mudar a situação e reconstruir tudo. Escolhi ser um construtor, e mesmo não tendo tempo, aquilo se tornou prioridade, pois era o lugar onde eu morava.
Passados dois ou três anos, tudo está melhor. A igreja é o lugar onde nós vivemos, e passaremos o resto das nossas vidas aqui na terra. Então, como queremos que ela seja?
Por um período, participei da liderança nacional da minha denominação. Naquele período, em apenas dez anos, tivemos três casos que se tornaram escândalos, envolvendo presidentes da denominação. Nós não paramos os projetos ou fechamos a denominação por causa disto, nem deixamos de cumprir a missão de Deus. Um grupo de líderes teve que tomar a decisão de perseverar, superar a crise e avançar.
Craig Groeschel falou isto na semana passada para nós. “Em tempo de crise o que se espera de líderes é que liderem”. Isto significa escolher perseverar em vez de criticar. Orar em vez de comentar posts nas redes sociais. Avaliar a própria vida e pedir graça de Deus, em vez de querer saber os detalhes e as fofocas do que aconteceu. Focar na missão e no chamado de Deus em vez de gastar mais tempo do que o necessário com aquilo que não vai edificar.
Parafraseando Neemias 6 - Estou executando um grande projeto e não posso gastar tempo com estas coisas. O Bill não está mais na liderança da Willow e parou para um tempo de ajuste com Deus. Há um grupo sério de homens e mulheres trabalhando para resolver tudo que é necessário. Deus continua agindo. Aprendo lições valiosas para minha vida com tudo isto. Então eu quero colocar minha energia para abençoar a vida de milhares de líderes que precisam de ajuda.
• Josué Campanhã é bacharel em teologia pela Faculdade Teológica Batista de SP e bacharel em administração de empresas pela PUC-Campinas. Missionário da SEPAL e diretor da Envisionar, é autor de vários livros, entre eles: Segredos da Liderança; Planejamento Estratégico; Planejamento Estratégico em Família (Editora Vida) e também coordenador dos Pequenos Grupos da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo.
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