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Entra na roda!


A 2ª Consulta Teologia da Criança reuniu um pouco mais de 50 pessoas na semana passada, em Brasília (DF). A ideia foi chamar teólogos, pastores e pastoras, educadores e educadoras de crianças para tentar colocar a criança no “meio da roda”, como fez Jesus ao responder aos discípulos sobre o maior no reino dos céus.

Carlinhos Queiroz nos levou a refletir que a criança é potencialmente marcada pela pureza e potencialmente marcada pelo pecado, que temos que olhá-la identificando que ela está na fase de crescer em estatura e graça. Contudo, o “sopro” de Deus está mais “fresco” na criança, ela ainda tem o “cheiro” de Jesus. Os velhos estão perdendo esse cheiro, esse sopro, temos que buscar na criança o “bafo de Deus” e ser realimentado por ele.

Valdir Steuernagel afirmou que a Escritura tem uma forte vertente de desconstrução, mas a gente insiste em responder a tudo muito rápido com nossas construções viciadas. Nesse sentido, a Teologia da Criança corre o risco de ser um pacote, de falar mais e escutar menos, quando deveria ser uma teologia da escuta, sentir a agonia da impotência, ser a teologia do “não sei”.

Para ele, os evangélicos estão “grávidos” dessa capacidade, pois Jesus sabia escutar. E nos convida a um jejum de fala para dar lugar a uma escuta que não chega dizendo: “eu sei do que você precisa”. Muitas organizações e projetos acham que sabem. Mas lembrando da história em Marcos 9, quando nove dos discípulos tentavam expulsar um demônio de uma criança e não conseguiram, eles perguntam a Jesus assim que ele chega: a gente não sabe lidar com esse menino, por quê? Essa é uma boa pergunta a se fazer: eu não sei, por quê?

Ariovaldo Ramos bagunçou (no bom sentido) a cabeça de todo mundo. Segundo ele, a unidade da trindade se manifesta em nós pela possibilidade de vivermos no Filho. O Pai nos mandou o Filho, o Filho nos leva de novo para o Pai e o Espírito nos faz nascer de novo, fazendo de nós filhos também, crianças intrauterinas. Temos que recuperar a criancitude mais profunda que é o estar no feto na mãe, ser a criança intrauterina que tem na vida da mãe a sua vida, respira o ar da mãe, cuja proteção maior é o corpo da mãe, que na mãe se torna, se alimenta na mãe e da mãe.

A busca cristã é a retomada da criancitude, na paternidade do Pai e na maternidade do Espírito que nos envolve em seu útero… recuperar nossa filidade. Ser cristão é saber que cresceu em estatura e graça diante de Deus e dos homens e o convite da Igreja é: vem ser criança com a gente.

O último dia foi marcado pela reflexão artística produzida por James Gilbert, fotógrafo do Instituto Lado a Lado. A Dinâmica 180 Graus é uma montagem de fotografias e textos que propunha uma nova conversão, uma virada de 180 graus de volta a ser criança, a ser o “sem poder”, “sem meta”, “sem recursos”, ser talvez dependentes ou pequenos de novo. A dinâmica terminou com uma ressonância artística em forma de desenho, poesia, frases de expressão sobre o voltar a ser criança.



Trabalhos acadêmicos

A Consulta também contou com a apresentação de trabalhos acadêmicos que foram influenciados pela primeira Consulta, ocorrida em 2006, em Itu (SP).

Terezinha Candieiro, mestre em Artes no Programa de Desenvolvimento Integral da Criança – MBTS, no Seminário Teológico Batista na Malásia, defendeu “Uma proposta de currículo para a capacitação de coordenadores do PEPE no Brasil”, pois se os coordenadores e os capacitadores não estiverem firmes em uma teologia, e uma teologia integral, o trabalho não vai “gerar” crianças que transformem sua sociedade.

Marli Paupitz, pastora metodista em Roncador (PR), graduada pela Universidade Metodista de São Paulo, apresentou seu trabalho de conclusão de curso sobre “Acompanhamento pastoral com crianças em situação de risco social: sob a perspectiva da teologia da criança”, em que defende uma práxis do cuidado partindo da vocação da Igreja de proteger as crianças, servi-las e agir com voz profética diante do quadro atual da criança na sociedade brasileira.

Gilson Prudência Júnior, analista pastoral das infâncias do Colégio Marista, região Centro-Norte, defendeu uma proposta que pense na evangelização da criança desde quando ela entra na escola, com um ano e meio, até ela sair depois da segunda infância. Segundo ele, esta iniciativa é inovadora mesmo dentro da Igreja Católica, que hoje ainda não pensa a evangelização sistematizada da criança.

O último trabalho foi apresentado por Vanderlei Schach, doutor em Teologia Prática pela Escola Superior de Teologia, cuja tese “Crianças em situação de vulnerabilidade: o trabalho de Henrique e Frieda Liebich como referência inspiradora para o cuidado” defendeu a família como principal espaço de proteção e desenvolvimento da criança, ressaltando o papel da igreja a fim de que colabore com os pais a fim de serem os agentes na vida da criança.

A consulta também contou com a música de Carlinhos Veiga e Rubão, momentos de oração e o lançamento do livro A Criança, a Igreja e a Missão, de Dan Brewster, um dos preletores do evento.

Dan Brewster nos levou a olhar para a Igreja. Ele se voltou ao clamor de Raquel em Gênesis 30.1, quando ela diz: “Senhor, dá-me filhos ou vou morrer!”, e defende que a Igreja deveria dizer isto hoje, em especial no contexto europeu onde se encontram grandes catedrais vazias: “elas não fizeram esta oração e morreram”.

Para Brewster, é da igreja a responsabilidade de alimentar o desenvolvimento espiritual do corpo de Cristo, fazendo com que as crianças e suas famílias cresçam. Porém ele recomenda que diminuamos a conversa sobre valores e comecemos a falar sobre virtudes, pois pouco se ouve falar nelas. Fala-se em valores, mas valores não são comuns a todos, são diferentes e pode ser até que não sejam bons. Virtudes por outro lado, estão baseadas nas tradições judaico-cristãs: elas requerem ação e uma resposta moral.

“Compromisso, moderação, honestidade, humildade, alegria, lealdade, verdade, gratidão… tudo isso são virtudes e não ouvimos sobre isso na mídia ou mesmo nas organizações sociais. Eu tenho pedido por isso, para que a gente fale tanto entre nós sobre os valores cristãos, mas também para os outros sobre as virtudes”.

No encerramento, Welinton Pereira, da Visão Mundial, uma das instituições que organizaram o evento, propôs: “não vamos esperar mais dez anos. Que tal realizar a terceira consulta daqui a dois anos?” Que assim seja, pelo bem dos pastores e pastoras, educadores e educadoras e, claro, das crianças.

Legendas das fotos:
Participantes da 2ª Consulta / Fotógrafo: James Gilbert
Carlinhos Queiroz / Fotógrafo: Benjamin Cesar
Valdir Steuernagel / Fotógrafo: Benjamin Cesar
Ariovaldo Ramos / Fotógrafo: James Gilbert
Exposição / Fotógrafo: James Gilbert
Dan Brewster / Fotógrafo: James Gilbert

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Tábata Mori é jornalista, mestre em Missiologia (CEM) e missionária transcultural da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB/APMT
  • Textos publicados: 15 [ver]

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