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Notícias

Em memória de Laurel Gasque, biógrafa de Rookmaaker


Por Otto Bam
27 de março de 2025


Queridos amigos,

Muitos de vocês já devem ter ouvido a triste notícia de que Laurel Gasque, nossa editora associada, faleceu. Não tenho dúvidas de que muitos de nossos assinantes foram apresentados à Artway através da defesa firme de Laurel. Ela compartilhava com paixão, junto à fundadora da ArtWay, Marleen Hengelaar-Rookmaaker, uma visão de promover o enriquecimento da vida por meio da arte e de mostrar como a arte nos aponta para a plenitude da vida em Cristo.

O envolvimento de Laurel na ArtWay era apenas a ponta do iceberg de sua vida produtiva e dinâmica. Junto de seu marido, Ward, ela foi uma das principais fundadoras do Regent College, em Vancouver, onde abriu caminhos para um engajamento sério com as artes. Foi autora de Rookmaaker - Arte e Mente Cristã, uma obra inestimável que preserva para as futuras gerações a memória e o pensamento de Hans Rookmaaker. Além disso, esteve envolvida no programa de artes do Ministério da Faculdade e de Pós-Graduação da InterVarsity Christian Fellowship of Canada e lecionou História da Arte na Trinity Western University, em Langley, BC, Canadá.

A perda de Laurel será profundamente sentida por nós no ArtWay e no Kirby Laing Centre, assim como em muitos outros lugares onde seu trabalho continua a gerar preciosos frutos para o Reino de Deus.

Como uma homenagem à vida de Laurel, gostaria de compartilhar com vocês uma bela meditação que ela escreveu sobre As Etapas da Vida, de Caspar David Friedrich.

Em Cristo,
Otto Bam



A jornada da vida

Por Laurel Gasque


No ano desta pintura (1835), Caspar David Friedrich (1774-1840) sofreu um derrame e, embora tenha sido reconhecido como um pintor distinto por seus contemporâneos, viveu na pobreza. Além de perceber a vitalidade da vida, Friedrich possuía uma profunda compreensão da fragilidade da existência e de nossa mortalidade, algo que ele traduziu em uma percepção visual intensa em suas obras.

De forma reconfortante, esta pintura de Friedrich nos apresenta um cenário tranquilo voltado para o horizonte marítimo. Em um promontório rochoso baixo que se projeta para dentro de um porto, vemos um arco de cinco figuras, conforme nossos olhos se movem da esquerda para a direita. Um pouco à frente está um homem idoso olhando para o mar; em seguida, um homem de meia-idade voltado para nós, seguido por duas crianças erguendo uma bandeira e uma mulher inclinando-se em direção a elas. Todos os adultos apontam para as crianças.

No horizonte, cinco embarcações ressoam com as cinco figuras na costa. Mais uma vez, nossos olhos se movem da esquerda para a direita: primeiro vemos um barco próximo à margem. Mais à direita, as velas da grande embarcação central estão sendo içadas ou recolhidas. Depois, há um navio esbelto próximo à costa, ecoando a postura da mulher reclinada. Mais ao fundo, à direita, dois navios à vela aparecem na linha do horizonte, mas é ambíguo se estão chegando ou partindo.

Nesta pintura, Friedrich nos apresenta gerações familiares como indicadores do passado, presente e futuro, engajando nossa imaginação com os navios que simbolizam nossas jornadas pela vida. Reforçado pela embarcação imponente atrás dele, o homem bem-vestido, em plena maturidade, nos convida com sua mão direita a focarmos no presente, enquanto sua mão esquerda indica que o futuro está nas mãos das crianças. À esquerda, equilibrando-se com a embarcação correspondente à mulher à direita, há um pequeno barco que possivelmente parte para o mar, sugerindo a última e desconhecida jornada que todos faremos rumo à eternidade.

Para Friedrich, um crente devoto, paisagens terrestres ou marítimas nunca foram meros "cenários" em sua arte, mas sim indicações da presença abrangente e pulsante de Deus permeando nossa vida cotidiana por meio da criação. Isso não ocorre de forma panteísta, mas sim dentro de uma visão notavelmente trinitária, fundamentada na leitura da Palavra de Deus tanto no mundo criado quanto no registro escrito das Escrituras. À extrema esquerda, três estacas se apoiam umas nas outras. O promontório triangular sobre o qual essas pessoas estão sugere que toda a existência humana se baseia na Santíssima Trindade, assim como uma "trindade" de embarcações as envolve. A composição também é delineada por línguas de terra triangulares que avançam para o mar, conectando-se tanto à terra firme quanto à vida terrena. Outro detalhe notável é a sugestão de uma cruz maciça em forma de "X", criada pelos feixes de luz refletidos na água ao redor do promontório.

Também há uma ambiguidade fascinante na maneira como Friedrich representa o horizonte. Observando suas obras, questionamos se o sol está nascendo ou se pondo — até percebermos que é ambos! Para alguns, ele nasce; para outros, se põe. Independentemente do momento, todos nós necessitamos, em abundância, da misericórdia, paz e amor de Deus para o Ano Novo.

Caspar David Friedrich, As Etapas da Vida, 1835, óleo sobre tela, 72 x 94 cm, Museum der bildenden Künste, Leipzig, Alemanha.
Caspar David Friedrich (1774-1840), nascido em Greifswald, perto do Mar Báltico, foi o sexto filho de um comerciante de sabão e tornou-se um dos principais pintores e desenhistas do Romantismo alemão. Em 1787, enquanto patinava, caiu em um lago congelado e foi salvo por seu irmão, que acabou se afogando durante o resgate. Esse evento o marcou profundamente por toda a vida. Entre 1794 e 1798, estudou na Academia de Copenhague. Em 1798, mudou-se para Dresden, onde permaneceu pelo resto da vida, tornando-se professor da Academia de Dresden em 1824. Em 1835, sofreu um derrame que o deixou parcialmente paralisado. Após sua morte, em 1840, foi rapidamente esquecido, mas redescoberto no início do século 20. Entre seus amigos estavam os renomados poetas alemães Goethe e Novalis.


Tradução: Ana Laura Morais.

Fonte:
Boletim Artway de 27 de março de 2025. Reproduzido com permissão.


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Saiba mais:
» Rookmaaker – Arte e mente cristã, Laurel Gasque
» A Arte não Precisa de Justificativa, H. R. Rookmaaker

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