Por Escrito
- 03 de agosto de 2017
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Eles viviam Cristo todos os dias
Como de costume, ao sair das aulas do cursinho, todos os dias um amigo ia comigo até o ponto de ônibus. Mas em uma sexta-feira ele resolveu mudar o caminho e disse que precisava buscar algo com seu irmão. Fiquei esperando na porta do lugar até que ele voltou sem a minha mochila dizendo que ela tinha ficado em uma salinha e que se eu quisesse poderia pegá-la, mas para isso seria preciso passar entre todos que estavam em uma reunião. Na hora senti raiva, vergonha, e vi que não havia o que fazer a não ser esperar o término da reunião.
Ao sentar na porta da sala, comecei a observar o grupo ali reunido. Era uma reunião do Grupo Base da Aliança Bíblica Universitária (ABU), de Juiz de Fora. Eles discutiam o modelo de batismo. Aquilo me chamou atenção: pela primeira vez vi um grupo debater algo relacionado à Bíblia, com divergência de opiniões e com firmeza de argumentos, mas que, ao final, se abraçava e combinava o lugar em que iriam comer um lanche no final da noite. Logo em seguida, alguns do grupo vieram me cumprimentar e saber quem eu era. Bastou eu dizer o meu nome para também ser chamada para o lanche.
No dia seguinte eu já estava indo à casa de um deles para ver filme e jogar “Imagem e ação” e, no domingo, participando de um piquenique na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Era tudo estranho para mim. Eu tinha receio que descobrissem que eu não era da religião deles e que fosse excluída do novo círculo de amizade. Para minha surpresa, quando contei que eu não pertencia a alguma igreja e que não acreditava que Cristo era o Filho de Deus e que ele não passava de um “espírito evoluído”, eles reagiram de uma forma tão natural e acolhedora, que todos os preconceitos que eu tinha dos evangélicos foram descontruídos naquele momento.
Os meses foram passando, e eu estava cada vez mais envolvida com esse grupo de pessoas. Diversas vezes, eu cedia minha casa para encontros, lanches, e almoços de fim de semana. Em nossos encontros, eu ficava impressionada com o modelo de amizade que eles tinham, o cuidado um com o outro, a forma como se ajudavam e como falavam de Cristo com tanta certeza e amor. Eles viviam Cristo todos os dias.
Por causa disso, comecei a questionar profundamente as certezas que tinha até então e concluí que precisava rever tudo o que eu acreditava e o que não acreditava. Mas minha resistência ao uso da Bíblia era tão forte que não queria aceitar que algo estava mudando em mim.
Chegando meu aniversário, fui presenteada com o livro Deus em Questão, escrito por um psiquiatra contando a vida de um cara que eu admirava: Freud – e de C. S. Lewis que eu nunca tinha ouvido falar. Claro que esse eu iria ler, afinal não era a Bíblia e o livro tinha despertado minha curiosidade.
Ao ler o livro e somá-lo à nova experiência que estava vivendo, entrei num profundo conflito interno: “Será que tudo que acreditava não era o que parecia ser?”.
Foi então que em um fim de semana em casa decidi que precisava rever tudo. Sentei aos pés da minha cama e falei: “Jesus, será que você é mesmo real? Esta aqui? É Deus? Morreu mesmo para nos salvar?”. Eram tantas dúvidas, mas se as respostas fossem “sim”, eu o queria em minha vida, largaria todo aquele modelo que vivia e o seguiria.
Esse “sim” veio ao longo dos dias. Era algo transbordante dentro de mim. A minha oração foi ouvida. Que alegria! Eu precisava conhecer a história desse “Jesus”, o que realmente tinha acontecido com ele e o que eu necessitava para segui-lo.
Alguns amigos iniciaram comigo o estudo do Evangelho de Lucas, do Projeto Lucas, da ABU. Tive a oportunidade de saber toda a história de Jesus narrada no Evangelho de Lucas. Entendi que precisava renunciar várias coisas em minha vida, pedir e dar o perdão a algumas pessoas, que o chamado da cruz nos traz uma esperança eterna e que a maravilhosa graça de Jesus nos dá condições de viver todos os dias recebendo o amor e cuidado de nosso Salvador e Redentor.
• Ingrid Reis, estudante de economia na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e estagiária na Editora Ultimato. Fundou o grupo da ABU na cidade de Mariana (MG).
Leia mais
A cabra
Em um janeiro de luz fui iluminado
O Cão de Caça do Céu e o Menino Sorriso
Photo by Victoriano Izquierdo on Unsplash.
Ao sentar na porta da sala, comecei a observar o grupo ali reunido. Era uma reunião do Grupo Base da Aliança Bíblica Universitária (ABU), de Juiz de Fora. Eles discutiam o modelo de batismo. Aquilo me chamou atenção: pela primeira vez vi um grupo debater algo relacionado à Bíblia, com divergência de opiniões e com firmeza de argumentos, mas que, ao final, se abraçava e combinava o lugar em que iriam comer um lanche no final da noite. Logo em seguida, alguns do grupo vieram me cumprimentar e saber quem eu era. Bastou eu dizer o meu nome para também ser chamada para o lanche.
No dia seguinte eu já estava indo à casa de um deles para ver filme e jogar “Imagem e ação” e, no domingo, participando de um piquenique na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Era tudo estranho para mim. Eu tinha receio que descobrissem que eu não era da religião deles e que fosse excluída do novo círculo de amizade. Para minha surpresa, quando contei que eu não pertencia a alguma igreja e que não acreditava que Cristo era o Filho de Deus e que ele não passava de um “espírito evoluído”, eles reagiram de uma forma tão natural e acolhedora, que todos os preconceitos que eu tinha dos evangélicos foram descontruídos naquele momento.
Os meses foram passando, e eu estava cada vez mais envolvida com esse grupo de pessoas. Diversas vezes, eu cedia minha casa para encontros, lanches, e almoços de fim de semana. Em nossos encontros, eu ficava impressionada com o modelo de amizade que eles tinham, o cuidado um com o outro, a forma como se ajudavam e como falavam de Cristo com tanta certeza e amor. Eles viviam Cristo todos os dias.
Por causa disso, comecei a questionar profundamente as certezas que tinha até então e concluí que precisava rever tudo o que eu acreditava e o que não acreditava. Mas minha resistência ao uso da Bíblia era tão forte que não queria aceitar que algo estava mudando em mim.
Chegando meu aniversário, fui presenteada com o livro Deus em Questão, escrito por um psiquiatra contando a vida de um cara que eu admirava: Freud – e de C. S. Lewis que eu nunca tinha ouvido falar. Claro que esse eu iria ler, afinal não era a Bíblia e o livro tinha despertado minha curiosidade.
Ao ler o livro e somá-lo à nova experiência que estava vivendo, entrei num profundo conflito interno: “Será que tudo que acreditava não era o que parecia ser?”.
Foi então que em um fim de semana em casa decidi que precisava rever tudo. Sentei aos pés da minha cama e falei: “Jesus, será que você é mesmo real? Esta aqui? É Deus? Morreu mesmo para nos salvar?”. Eram tantas dúvidas, mas se as respostas fossem “sim”, eu o queria em minha vida, largaria todo aquele modelo que vivia e o seguiria.
Esse “sim” veio ao longo dos dias. Era algo transbordante dentro de mim. A minha oração foi ouvida. Que alegria! Eu precisava conhecer a história desse “Jesus”, o que realmente tinha acontecido com ele e o que eu necessitava para segui-lo.
Alguns amigos iniciaram comigo o estudo do Evangelho de Lucas, do Projeto Lucas, da ABU. Tive a oportunidade de saber toda a história de Jesus narrada no Evangelho de Lucas. Entendi que precisava renunciar várias coisas em minha vida, pedir e dar o perdão a algumas pessoas, que o chamado da cruz nos traz uma esperança eterna e que a maravilhosa graça de Jesus nos dá condições de viver todos os dias recebendo o amor e cuidado de nosso Salvador e Redentor.
• Ingrid Reis, estudante de economia na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e estagiária na Editora Ultimato. Fundou o grupo da ABU na cidade de Mariana (MG).
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A cabra
Em um janeiro de luz fui iluminado
O Cão de Caça do Céu e o Menino Sorriso
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