Opinião
- 07 de abril de 2014
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É só falta de educação?
A gravidade dos tempos em que vivemos é percebida pelo nervosismo latejante em muitos textos que na mídia abordam a realidade brasileira de nossos dias. Pessoas de diversos estratos culturais registram que a sociedade está enferma.
Isso mesmo. A sociedade. Não se trata mais de denunciar apenas a classe política e os equívocos dos três poderes da nação, mas de reconhecer que o mal é geral. As recorrentes tentativas de linchamento de bandidos ocorridas em diferentes locais do país, por exemplo, atropelam o fato de serem elas mesmas formas de banditismo e os comentários de setores da mídia sobre serem tais tentativas expressões de revide da sociedade chancelam esses crimes. Como poderia a sociedade continuar obstinadamente elegendo criminosos – os do mensalão e outros – se não estivesse ela mesma anestesiada pela corrupção que abriga em seu dia a dia, negando-se a respeitar o direito do próximo em filas, no trânsito, nos estádios e em outros locais públicos, cometendo violência contra o seu meio e buscando cada um apenas seus próprios interesses?
Várias vozes afirmam resultar tudo isso da falta de educação. Com a tranquilidade de herdeiros da tradição Reformada, concordamos, mas entendemos ser necessário esclarecer que falta de educação não é sinônimo apenas de falta de escolas. É que, mesmo onde há escolas, faltam muitas vezes valores. Faltam valores em nossa sociedade, e eles não se perderam por distração, antes, foram abandonados por convicção. Isso mesmo. Foi abraçada a ideia de que a educação deveria ser promovida sem os valores da herança judaico-cristã, a mesma que buscou sempre promover e universalizar a educação. A Reforma, particularmente, mostrou o impressionante efeito de sua influência nos países que a abraçaram. Nessa linha, o educador Reformado Comenius sustentava que era preciso “ensinar tudo a todos”, mas a educação não seria ministrada de modo divorciado do reconhecimento da soberania de Deus. Ao contrário, decorreria dela. Não se daria a transmissão de conhecimento como se isso pudesse ser feito de modo isolado dos valores defendidos pela fé cristã ou, afinal, sem quaisquer outros valores.
Sim, sem quaisquer outros valores, porque quando o Ocidente defende uma educação “destituída de valores”, negam-se os mencionados valores judaico-cristãos, mas adotam-se outros, verdadeiros “des”-valores. Se a verdade não é o que a Escritura assim apresenta, então cada um conceberá a sua própria e instalam-se o caos e as trevas.
O Brasil e as nações precisam hoje de luz para prosseguir, a luz do Senhor: “Atendei-me, povo meu, e escutai-me, nação minha; porque de mim sairá a lei, e estabelecerei o meu direito como luz dos povos” (Is 51.4). Essa luz alcança as nações por meio do evangelho de Cristo pregado pela Igreja até o fim destes tempos difíceis.
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Várias vozes afirmam resultar tudo isso da falta de educação. Com a tranquilidade de herdeiros da tradição Reformada, concordamos, mas entendemos ser necessário esclarecer que falta de educação não é sinônimo apenas de falta de escolas. É que, mesmo onde há escolas, faltam muitas vezes valores. Faltam valores em nossa sociedade, e eles não se perderam por distração, antes, foram abandonados por convicção. Isso mesmo. Foi abraçada a ideia de que a educação deveria ser promovida sem os valores da herança judaico-cristã, a mesma que buscou sempre promover e universalizar a educação. A Reforma, particularmente, mostrou o impressionante efeito de sua influência nos países que a abraçaram. Nessa linha, o educador Reformado Comenius sustentava que era preciso “ensinar tudo a todos”, mas a educação não seria ministrada de modo divorciado do reconhecimento da soberania de Deus. Ao contrário, decorreria dela. Não se daria a transmissão de conhecimento como se isso pudesse ser feito de modo isolado dos valores defendidos pela fé cristã ou, afinal, sem quaisquer outros valores.
Sim, sem quaisquer outros valores, porque quando o Ocidente defende uma educação “destituída de valores”, negam-se os mencionados valores judaico-cristãos, mas adotam-se outros, verdadeiros “des”-valores. Se a verdade não é o que a Escritura assim apresenta, então cada um conceberá a sua própria e instalam-se o caos e as trevas.
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Casado com Sandra, é jornalista, pastor presbiteriano e editor da Cultura Cristã.
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