Opinião
- 22 de novembro de 2018
- Visualizações: 11129
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
É possível ser cristão mesmo estando desigrejado?
Por Karen Bomilcar
Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.
A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
Confira as respostas da psicóloga clínica e mestre em teologia Karen Bomilcar.
Karen Bomilcar – Acredito que não necessariamente. Respondo com sinceridade e baseada não apenas na minha percepção teológica do que é ser igreja, mas também na experiência das dores de ter vivido um momento como desigrejada (da instituição “formal”). Encontrei caminhos para nutrir a comunhão, até que retornasse ao convívio “formal” da igreja. O que faz a comunhão com os irmãos é a intencionalidade, a disponibilidade em ser vulnerável junto com as pessoas que também seguem a Jesus e caminhar junto no amadurecimento espiritual e emocional e no compromisso com o serviço e a missão do Pai. Juntos refletimos o Pai. Mas você pode estar “igrejado” e ainda assim estar apenas envolvido no ativismo comunitário, cumprindo papéis sem reflexão e desprovido de relacionamentos sinceros e significativos ou transformações concretas na sua vida. Conheço muita gente “igrejada” fora da igreja e muitos “desigrejados” dentro dela. A linha é tênue, mas tendo vivido tantas experiências com a igreja e acompanhado tantas pessoas em suas lutas, hoje sou muito cautelosa para falar sobre esses aspectos, não desprezando a importância e o significado da igreja.
Karen Bomilcar – Com crianças a questão é em especial o exemplo. A intencionalidade e o compromisso dos pais em nutrir as relações comunitárias são fundamentais para que compreendam a importância da comunidade como espaço de comunhão e ensino da Palavra. E uma outra dimensão prejudicada hoje na comunidade é a interação intencional entre as diferentes faixas etárias. Com a ênfase nos ministérios específicos (crianças, adolescentes etc.), que, claro, são importantes para a comunicação do evangelho aos pequenos, temos perdido de vista a importância da intergeracionalidade. É preciso promover espaços para que todas as gerações convivam, para que crianças e adolescentes compreendam que a comunhão da comunidade, do Corpo de Cristo, é inteira quando estamos todos juntos. Parece algo simples, mas faz toda a diferença na percepção e construção relacional e de igreja. Uma vez que se sintam parte, incluídos nas relações comunitárias e com espaço para convivência conjunta, percebem naturalmente seu papel e amadurecem ao longo dos anos neste espaço e no aprendizado nas relações e discipulado.
• Karen Bomilcar trabalha como psicóloga clínica hospitalar em São Paulo, SP. É mestre em teologia e estudos interdisciplinares – Regent College/UBC (Canadá).
» Leia na íntegra o especial Desigrejismo – “anomalia” ou opção?
» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter
Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.
A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
Confira as respostas da psicóloga clínica e mestre em teologia Karen Bomilcar.
Estar desigrejado significa necessariamente estar fora da comunhão com outros irmãos?
Karen Bomilcar – Acredito que não necessariamente. Respondo com sinceridade e baseada não apenas na minha percepção teológica do que é ser igreja, mas também na experiência das dores de ter vivido um momento como desigrejada (da instituição “formal”). Encontrei caminhos para nutrir a comunhão, até que retornasse ao convívio “formal” da igreja. O que faz a comunhão com os irmãos é a intencionalidade, a disponibilidade em ser vulnerável junto com as pessoas que também seguem a Jesus e caminhar junto no amadurecimento espiritual e emocional e no compromisso com o serviço e a missão do Pai. Juntos refletimos o Pai. Mas você pode estar “igrejado” e ainda assim estar apenas envolvido no ativismo comunitário, cumprindo papéis sem reflexão e desprovido de relacionamentos sinceros e significativos ou transformações concretas na sua vida. Conheço muita gente “igrejada” fora da igreja e muitos “desigrejados” dentro dela. A linha é tênue, mas tendo vivido tantas experiências com a igreja e acompanhado tantas pessoas em suas lutas, hoje sou muito cautelosa para falar sobre esses aspectos, não desprezando a importância e o significado da igreja.
Como cultivar, nas crianças, a ideia de comunhão com o povo de Deus?
Karen Bomilcar – Com crianças a questão é em especial o exemplo. A intencionalidade e o compromisso dos pais em nutrir as relações comunitárias são fundamentais para que compreendam a importância da comunidade como espaço de comunhão e ensino da Palavra. E uma outra dimensão prejudicada hoje na comunidade é a interação intencional entre as diferentes faixas etárias. Com a ênfase nos ministérios específicos (crianças, adolescentes etc.), que, claro, são importantes para a comunicação do evangelho aos pequenos, temos perdido de vista a importância da intergeracionalidade. É preciso promover espaços para que todas as gerações convivam, para que crianças e adolescentes compreendam que a comunhão da comunidade, do Corpo de Cristo, é inteira quando estamos todos juntos. Parece algo simples, mas faz toda a diferença na percepção e construção relacional e de igreja. Uma vez que se sintam parte, incluídos nas relações comunitárias e com espaço para convivência conjunta, percebem naturalmente seu papel e amadurecem ao longo dos anos neste espaço e no aprendizado nas relações e discipulado.
• Karen Bomilcar trabalha como psicóloga clínica hospitalar em São Paulo, SP. É mestre em teologia e estudos interdisciplinares – Regent College/UBC (Canadá).
» Leia na íntegra o especial Desigrejismo – “anomalia” ou opção?
» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter
- 22 de novembro de 2018
- Visualizações: 11129
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Corpos doentes [fracos, limitados, mutilados] também adoram
- Pesquisa Força Missionária Brasileira 2025 quer saber como e onde estão os missionários brasileiros
- Perigo à vista ! - Vulnerabilidades que tornam filhos de missionários mais suscetíveis ao abuso e ao silêncio
- As 97 teses de Martinho Lutero
- Lutar pelos sonhos é possível após os 60. Sempre pela bondade do Senhor
- A urgência da reconciliação: Reflexões a partir do 4º Congresso de Lausanne, um ano após o 7 de outubro
- Para fissurados por controle, cancelamento é saída fácil
- A última revista do ano
- Diálogos de Esperança: nova temporada conversa sobre a Igreja e Lausanne 4
- Vem aí "The Connect Faith 2024"