Prateleira
- 16 de fevereiro de 2007
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É Carnaval. Viva a transgressão
"Ai que vida boa olerê... O estandarte do sanatório geral vai passar..."
Dizem que na Bahia o Carnaval não começou antes. Na verdade, ele não acabou... Talvez seja por essas e outras que, há exatos 450 anos, no Carnaval de 1557, quarenta anos depois da Reforma e onze anos depois da morte de Lutero, saiu em Marburg, Alemanha, a primeira edição do livro Descrição Verdadeira de um País de Selvagens, do alemão Hans Staden. Trata-se de um dos documentos mais preciosos e confiáveis da etnografia brasileira. Hans Staden era profundamente religioso e a publicação da sua obra é um dos primeiros desafios e clamores missionários da terra de Santa Cruz. Para conhecer mais, leia A demora protestante, na edição 264 de Ultimato.
Pasmem, até o frade capuchinho, membro-fundador da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião do Brasil, tem uma, digamos, receita para o Carnaval: “Quem quiser fazer sinceramente teologia no Brasil precisa começar por encarar a herança e a matriz da fé e da religiosidade barroca, xamanística, mágica, curandeira, sincrética, de alta racionalidade simbólica, capaz de transfigurar o feio em bonito, a ilusão em sabedoria, o sofrimento em esperança, a dor em riso, a pobreza em glória, ainda que seja nos quatro dias de Carnaval [...].”
Carnaval também é tempo de idiossincrasias, da legitimação do vulgar e de clandestinidades. Nas palavras do psicólogo Ageu Heringer Lisboa, tempo da “glamourização do transgressivo” e da “carnavalização de tudo [...]. A sexualidade não acontece no vazio. Ela dialoga com a cultura, seus códigos e rituais. E cada pessoa é também construtor do seu próprio futuro sexual. É preciso lembrar, no entanto, que tanto a natureza como a cultura estão subordinadas ao Deus de toda a criação”.
Para terminar, vale citar as palavras de Chico Buarque em Vai passar:
[...]
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
[...]
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral vai passar.
Leia o livro
• Sexo: Espiritualidade, Instinto e Cultura, de Ageu Heringer Lisboa
• A Espiritualidade na Prática, de Paul Stevens
Leia o que Ultimato publicou sobre o assunto
• Edição 264 de Ultimato, A História da Evangelização do Brasil
Dizem que na Bahia o Carnaval não começou antes. Na verdade, ele não acabou... Talvez seja por essas e outras que, há exatos 450 anos, no Carnaval de 1557, quarenta anos depois da Reforma e onze anos depois da morte de Lutero, saiu em Marburg, Alemanha, a primeira edição do livro Descrição Verdadeira de um País de Selvagens, do alemão Hans Staden. Trata-se de um dos documentos mais preciosos e confiáveis da etnografia brasileira. Hans Staden era profundamente religioso e a publicação da sua obra é um dos primeiros desafios e clamores missionários da terra de Santa Cruz. Para conhecer mais, leia A demora protestante, na edição 264 de Ultimato.
Pasmem, até o frade capuchinho, membro-fundador da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião do Brasil, tem uma, digamos, receita para o Carnaval: “Quem quiser fazer sinceramente teologia no Brasil precisa começar por encarar a herança e a matriz da fé e da religiosidade barroca, xamanística, mágica, curandeira, sincrética, de alta racionalidade simbólica, capaz de transfigurar o feio em bonito, a ilusão em sabedoria, o sofrimento em esperança, a dor em riso, a pobreza em glória, ainda que seja nos quatro dias de Carnaval [...].”
Carnaval também é tempo de idiossincrasias, da legitimação do vulgar e de clandestinidades. Nas palavras do psicólogo Ageu Heringer Lisboa, tempo da “glamourização do transgressivo” e da “carnavalização de tudo [...]. A sexualidade não acontece no vazio. Ela dialoga com a cultura, seus códigos e rituais. E cada pessoa é também construtor do seu próprio futuro sexual. É preciso lembrar, no entanto, que tanto a natureza como a cultura estão subordinadas ao Deus de toda a criação”.
Para terminar, vale citar as palavras de Chico Buarque em Vai passar:
[...]
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
[...]
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral vai passar.
Leia o livro
• Sexo: Espiritualidade, Instinto e Cultura, de Ageu Heringer Lisboa
• A Espiritualidade na Prática, de Paul Stevens
Leia o que Ultimato publicou sobre o assunto
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