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- 21 de junho de 2011
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Doação eleitoral
A Agência Brasil traz hoje a notícia de que a Justiça Brasileira analisa mais de 10 mil representações contra doações ilegais em campanhas das eleições de 2010. O estado onde há mais representações é São Paulo: 1.330, seguido pelo Pará (931) e por Goiás (820). Somente em São Paulo, foram registrados mais de R$ 26 milhões em excesso de doações. É difícil acreditar em tamanha “generosidade” a ponto de ir contra a lei eleitoral. Neste caso, se o cavalo é dado, precisamos prestar atenção nos dentes.
A corrupção, no entanto, não é “privilégio” somente destes estados. O levantamento evidencia mais uma vez que a falta de ética é um fermento que corrompe boa parte da prática política do país. Outros casos recentes de suspeitas de corrupção também fortalecem a sensação de que estamos sendo constantemente ludibriados por quem deveria ser exemplo de compromisso com o bem comum e a dimensão pública.
Para o sociólogo Paul Freston, em Religião e Política, Sim. Igreja e Estado, Não – Os Evangélicos e a Participação Política, não podemos cair na tentação de simplesmente generalizar o problema, o que nivela, mas não explica. “As categorias genéricas não servem para explicar casos específicos. Porque a corrupção é um estado teológico geral, todos nós somos, em alguma medida, corruptos por causa do pecado. Mas, ao mesmo tempo, na política a corrupção é muito variada. Às vezes, ela é mais alta em alguns países do que em outros. Num mesmo país, ela pode ser mais comum hoje do que foi no passado, ou vice-versa. Por isso, precisamos criar outras categorias para examinar com mais profundidade essa realidade”.
Freston é bem realista. “É impossível chegarmos à ‘corrupção zero’, mesmo restringindo-a consideravelmente, porque existe a corrupção por necessidade e a corrupção por ganância. O governo pode combater a corrupção por necessidade com salários mais altos, porém o corrupto por ganância continuará corrupto mesmo com o salário mais alto do mundo”.
E quanto aos políticos evangélicos brasileiros, eles são exceção? “Se alguém me pergunta se confio em algum político evangélico, respondo que não. E o chocante não é a minha resposta, mas o fato de que muitos evangélicos acham quase uma heresia dizer isso. Mas, biblicamente, não devemos confiar nos príncipes, mesmo que sejam evangélicos e tenhamos ajudado a colocá-los no poder!”, diz Freston.
A corrupção, no entanto, não é “privilégio” somente destes estados. O levantamento evidencia mais uma vez que a falta de ética é um fermento que corrompe boa parte da prática política do país. Outros casos recentes de suspeitas de corrupção também fortalecem a sensação de que estamos sendo constantemente ludibriados por quem deveria ser exemplo de compromisso com o bem comum e a dimensão pública.
Para o sociólogo Paul Freston, em Religião e Política, Sim. Igreja e Estado, Não – Os Evangélicos e a Participação Política, não podemos cair na tentação de simplesmente generalizar o problema, o que nivela, mas não explica. “As categorias genéricas não servem para explicar casos específicos. Porque a corrupção é um estado teológico geral, todos nós somos, em alguma medida, corruptos por causa do pecado. Mas, ao mesmo tempo, na política a corrupção é muito variada. Às vezes, ela é mais alta em alguns países do que em outros. Num mesmo país, ela pode ser mais comum hoje do que foi no passado, ou vice-versa. Por isso, precisamos criar outras categorias para examinar com mais profundidade essa realidade”.
Freston é bem realista. “É impossível chegarmos à ‘corrupção zero’, mesmo restringindo-a consideravelmente, porque existe a corrupção por necessidade e a corrupção por ganância. O governo pode combater a corrupção por necessidade com salários mais altos, porém o corrupto por ganância continuará corrupto mesmo com o salário mais alto do mundo”.
E quanto aos políticos evangélicos brasileiros, eles são exceção? “Se alguém me pergunta se confio em algum político evangélico, respondo que não. E o chocante não é a minha resposta, mas o fato de que muitos evangélicos acham quase uma heresia dizer isso. Mas, biblicamente, não devemos confiar nos príncipes, mesmo que sejam evangélicos e tenhamos ajudado a colocá-los no poder!”, diz Freston.
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