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- 20 de novembro de 2006
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Dia Nacional da Consciência Negra
Na sede da Fundação Palmares, em Brasília, cartaz lembra Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares morto em 20 de novembro de 1695. A data inspirou a criação do Dia Nacional da Consciência Negra
(Adital) Menos acesso à educação, menos acesso ao mercado de trabalho, salários inferiores. Esse são alguns dos aspectos que ilustram a real situação dos negros hoje no Brasil. Chamando a atenção para todas essas desigualdades sociais, milhares de pessoas celebram hoje, data de aniversário de morte do líder Zumbi dos Palmares, o Dia Nacional da Consciência Negra. As mobilizações e atividades devem ocorrer em mais de 200 cidades brasileiras.
Este ano, em São Paulo, acontece a primeira edição da Parada Negra, que promete reunir cerca de 10 mil pessoas na Avenida Paulista, principal corredor da cidade - que tem a uma das maiores populações negras do país. A manifestação está marcada para as 12h e seguirá em direção ao Estacionamento da Assembléia Legislativa, no Parque Ibirapuera. Na pauta, mais respeitos pelos cidadãos e cidadãs negros e uma política pública mais compromissada e menos excludente.
Também em São Paulo, outro evento marca a celebração do Dia Nacional da Consciência Negra. Trata-se do Troféu Raça Negra 2006 que, no dia 19, na Sala São Paulo, realiza sua quarta edição, e tem o objetivo de reconhecer, exaltar, enaltecer e divulgar o valor das iniciativas, ações e realizações que tenham contribuído para a ampliação e respeito do negro brasileiro.
Já em sua segunda fase, promovida pelo Diálogos Contra o Racismo, a campanha "Onde você guarda seu racismo?" quer conscientizar e sensibilizar a população para gestos e falas do cotidiano que muitas vezes expressam algum tipo de preconceito contra os negros. Os primeiros dados mostram que o Brasil é visivelmente um país ainda muito preconceituoso, mas mostra que - ainda assim - os brasileiros não se consideram preconceituosos. Por incrível que pareça, apenas 4% dos brasileiros admitiram, em recente pesquisa, ser racistas.
"O preconceito racial existe e faz mal para todas as pessoas, não só aos negros, mas para toda a sociedade. Além de reprovável sob qualquer ponto de vista, dificulta a superação de graves distorções sociais. Relatório lançado em 2005, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra que 64% da população de baixa renda no Brasil é composta por pessoas negras, aproximadamente 25 milhões de indivíduos. Podemos ver que a pobreza no Brasil tem cor. Quase 80% de jovens assassinados(as), entre 16 e 24 anos, são homens negros. E uma mulher negra ganha quatro vezes menos do que um homem branco", afirma o site http://www.dialogoscontraoracismo.org.br .
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) expressam bem a desigualdade: na área da educação, da população negra jovem com idade entre 15 e 17 anos, apenas 36% concluíram ou estão concluindo o Ensino Médio. Já entre os não-negros, este percentual é de 60%. No Ensino Superior, enquanto 57,2% dos não-negros conseguem ingressar nas Universidades, apenas 18,4% dos negros têm este acesso.
Ainda sob esse aspecto, o Movimento Negro Unificado reforça que por conta de tudo isso fica óbvio que o Estado brasileiro tem uma dívida social e histórica para com as populações negras. "A realidade do povo negro é cruel: não temos acesso ao ensino superior, mais de 10 milhões de mulheres negras já foram esterilizadas, somos a maioria dos desempregados. Como se não bastasse, a violência policial mata jovens negros em todo o país e o sistema judiciário, associado ao econômico, vem confinando negros aos cárceres, ou melhor, aos campos de concentração brasileiros".
Para se informar mais:
Dia da Consciência Negra é data para reflexão
Violência mata duas crianças negras para cada branca no Brasil
Dia da Consciência Negra será feriado em 225 municípios
Pesquisas expõem as múltiplas faces do racismo no Brasil
Começa hoje exposição de fotografias sobre cultura negra
(Adital) Menos acesso à educação, menos acesso ao mercado de trabalho, salários inferiores. Esse são alguns dos aspectos que ilustram a real situação dos negros hoje no Brasil. Chamando a atenção para todas essas desigualdades sociais, milhares de pessoas celebram hoje, data de aniversário de morte do líder Zumbi dos Palmares, o Dia Nacional da Consciência Negra. As mobilizações e atividades devem ocorrer em mais de 200 cidades brasileiras.
Este ano, em São Paulo, acontece a primeira edição da Parada Negra, que promete reunir cerca de 10 mil pessoas na Avenida Paulista, principal corredor da cidade - que tem a uma das maiores populações negras do país. A manifestação está marcada para as 12h e seguirá em direção ao Estacionamento da Assembléia Legislativa, no Parque Ibirapuera. Na pauta, mais respeitos pelos cidadãos e cidadãs negros e uma política pública mais compromissada e menos excludente.
Também em São Paulo, outro evento marca a celebração do Dia Nacional da Consciência Negra. Trata-se do Troféu Raça Negra 2006 que, no dia 19, na Sala São Paulo, realiza sua quarta edição, e tem o objetivo de reconhecer, exaltar, enaltecer e divulgar o valor das iniciativas, ações e realizações que tenham contribuído para a ampliação e respeito do negro brasileiro.
Já em sua segunda fase, promovida pelo Diálogos Contra o Racismo, a campanha "Onde você guarda seu racismo?" quer conscientizar e sensibilizar a população para gestos e falas do cotidiano que muitas vezes expressam algum tipo de preconceito contra os negros. Os primeiros dados mostram que o Brasil é visivelmente um país ainda muito preconceituoso, mas mostra que - ainda assim - os brasileiros não se consideram preconceituosos. Por incrível que pareça, apenas 4% dos brasileiros admitiram, em recente pesquisa, ser racistas.
"O preconceito racial existe e faz mal para todas as pessoas, não só aos negros, mas para toda a sociedade. Além de reprovável sob qualquer ponto de vista, dificulta a superação de graves distorções sociais. Relatório lançado em 2005, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra que 64% da população de baixa renda no Brasil é composta por pessoas negras, aproximadamente 25 milhões de indivíduos. Podemos ver que a pobreza no Brasil tem cor. Quase 80% de jovens assassinados(as), entre 16 e 24 anos, são homens negros. E uma mulher negra ganha quatro vezes menos do que um homem branco", afirma o site http://www.dialogoscontraoracismo.org.br .
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) expressam bem a desigualdade: na área da educação, da população negra jovem com idade entre 15 e 17 anos, apenas 36% concluíram ou estão concluindo o Ensino Médio. Já entre os não-negros, este percentual é de 60%. No Ensino Superior, enquanto 57,2% dos não-negros conseguem ingressar nas Universidades, apenas 18,4% dos negros têm este acesso.
Ainda sob esse aspecto, o Movimento Negro Unificado reforça que por conta de tudo isso fica óbvio que o Estado brasileiro tem uma dívida social e histórica para com as populações negras. "A realidade do povo negro é cruel: não temos acesso ao ensino superior, mais de 10 milhões de mulheres negras já foram esterilizadas, somos a maioria dos desempregados. Como se não bastasse, a violência policial mata jovens negros em todo o país e o sistema judiciário, associado ao econômico, vem confinando negros aos cárceres, ou melhor, aos campos de concentração brasileiros".
Para se informar mais:
Dia da Consciência Negra é data para reflexão
Violência mata duas crianças negras para cada branca no Brasil
Dia da Consciência Negra será feriado em 225 municípios
Pesquisas expõem as múltiplas faces do racismo no Brasil
Começa hoje exposição de fotografias sobre cultura negra
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