Deus ouve as orações

 

Sou grata ao meu Deus pela vida, 86 anos de idade. O Senhor tem me dado o privilégio de servi-lo com alegria, seja nas lutas, nas provas, na doença ou na saúde. Nesse ano de 2020 passamos pelo vale com a Covid-19, mas o Senhor nos concedeu vitória para Sua honra e glória. 

 

Nesses 86 anos vividos nunca presenciei tanta insegurança na sociedade brasileira e na humanidade em geral. Vivemos tempos difíceis. Tempos de crises econômicas, políticas, morais e emocionais. Conflitos relacionais, conjugais e espirituais. O meu apelo ao povo de Deus é que não deixe ser levado pelas circunstâncias e pressões, mas mantenha sua confiança no Senhor. Muitos enfrentam terríveis provações, como a enfermidade, o luto ou a perda do emprego. O que fazer? Como podemos continuar? A Palavra de Deus nos responde: “Não temas, porque estou contigo; não te deixarei. Não te assombres porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is. 41:10). 

 

Uma experiência pessoal me vem à mente. Morávamos em Nanuque, Minas Gerais, na década de 1960, quando meu esposo Gedeon foi convidado para pastorear duas igrejas presbiterianas em Governador Valadares. Despedimos da igreja em Nanuque com muitas lágrimas e nos mudamos para lá. As igrejas eram amorosas e abençoadas, mas no fim do ano ele foi dispensado e pediram que deixássemos a casa em 30 dias. Não tínhamos qualquer recurso financeiro, estávamos sem igreja e sem moradia, com quatro filhos pequenos. O que fazer? Todas as semanas tínhamos uma vigília de oração que participávamos na casa de um diácono e sempre o nosso saudoso irmão, presbítero Porfírio, estava conosco. Naquela reunião expusemos o assunto e pedimos que nos ajudassem em oração por uma rápida solução de Deus. E assim fizemos. Clamamos e nos humilhamos diante do Senhor, pois o prazo que tínhamos estava acabando. Por volta das 3 horas da madrugada voltamos para casa com os corações mais tranquilos, e nos deitamos. De repente uma batida forte na porta da casa nos assustou. Levantamos rapidamente e lá estava o missionário Haroldo Popovich. Disse que estava apressado e não poderia entrar. E falou: “estava de passagem por aqui, pois estou retornando aos Estados Unidos. Quando cheguei ao aeroporto o Senhor me disse: ‘leva uma oferta para o pastor Gedeon agora, pois ele está precisando. Vá depressa. É resposta à oração que fizeram nessa noite’”. Entregou-nos, assim, um envelope grande, entrou no táxi e voltou para o aeroporto. Aquela preciosa oferta foi suficiente para pagar, de forma adiantada, o aluguel de uma casa na cidade por seis meses, e ainda fizemos uma grande compra de mantimentos, enquanto aguardávamos o redirecionamento ministerial. Deus ouve as orações e envia o seu anjo para trazer a resposta. Foi a última vez que nos encontramos com o Haroldo Popovich. Não temas. Não duvide. Peça, bata na porta da graça com fé e Ele te ouvirá. 

 

Sejamos firmes e inabaláveis na oração, na intercessão, no estudo da Palavra de Deus. Derrame sua alma diante do trono e conte pra Jesus onde é a sua dor. Clame e suplique ao Senhor em favor de outras pessoas, dos que não conhecem o evangelho, os aflitos e os necessitados.

 

E lembre-se: “A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Sl 25:14). A oração não somente muda as situações e as pessoas, mas também aqueles que oram. 

 

• Euza Lidório coordena o ministério Intercessão pelas Nações que conecta cerca de 10 mil pessoas em todo o Brasil. Manaus/AM.