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- 23 de maio de 2011
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Deu no Washington Post: N. T. Wright responde a Stephen Hawking
As perguntas sobre o “céu” ou sobre a ressurreição, entre cristãos e até entre cientistas, não parecem muito diferentes. A imagem de pessoas assentadas sobre as nuvens tocando harpas, depois da morte, é recorrente. E, quem diria, o cientista inglês Stephen Hawking também tem a sua opinião sobre o “céu”. É sobre isso que escreve N. T. Wright, um dos mais conhecidos e respeitados pensadores protestantes da atualidade.
Para ler mais sobre o assunto, acesse Surpreendido Pela Esperança, de N. T. Wright. Ultimato também publicou Simplesmente Cristão e O Mal e a Justiça de Deus, do mesmo autor.
Prateleira transcreve a seguir o artigo publicado na última quarta-feira pelo Washington Post:
O que Stephen Hawking não entende sobre o céu
Tradução: Paula Mendes
É triste ver Stephen Hawking, uma das mais brilhantes mentes em sua área, tentando falar como um especialista sobre coisas que, infelizmente, ele parece conhecer menos do que um cristão de inteligência comum. É claro que há pessoas que pensam em “céu” como um tipo de parque da felicidade após a morte, no intuito de tornar a ideia de morrer menos assustadora. Não há dúvidas de que o problema é mais antigo do que a raça humana. Porém, na Bíblia, “céu” não é o lugar para onde as pessoas vão quando morrem. Na Bíblia o céu é o espaço de Deus, enquanto a terra (ou, se preferir, “o cosmos” ou “a criação”) é o nosso espaço. E a Bíblia deixa claro que os dois se sobrepõem e se interligam. Para os judeus antigos, o lugar onde isso acontecia era o templo; para os cristãos, esse lugar é o próprio Jesus e, de forma espantosa, os próprios cristãos, pois eles também são “templos” do próprio espírito de Deus.
Hawking trabalha com uma visão bastante limitada e extra-bíblica quando se trata de “ir para o céu”. É claro que, se fosse confrontado com as duas visões totalmente cristãs do que acontece depois da morte – primeiro, um tempo “com Cristo” no “céu” ou “paraíso”, e então, quando Deus renovar toda a criação, a ressurreição corporal – sem dúvida ele iria repudiá-las como inacreditáveis. Porém, duvido que ele tenha parado para observar de forma honesta, com seu super-intelecto, a evidência de Jesus e da ressurreição. Eu duvido – a maioria das pessoas não faz isso. Até que ele o faça, sua opinião sobre esse assunto vale o mesmo que a minha sobre física nuclear, ou seja, não muito.
Sobre a criação se autoformando: pergunto-me se ele percebe que está simplesmente repetindo uma versão do antigo epicurismo. Isto é, os deuses estão fora de cena, totalmente distantes; assim, o mundo/seres humanos/etc., precisa andar com suas próprias pernas. Dificilmente se trata de uma “conclusão” de seu estudo das evidências; é simplesmente uma conhecida cosmovisão compartilhada por muitos ocidentais pós-iluministas. É a cosmovisão que permite que a democracia secular se considere absoluta, independente de suas numerosas e óbvias falhas atuais. O frustrante é que Hawking parece não perceber isso e nem mesmo parar para pensar que podem existir críticas bastante elaboradas ao epicurismo, antigo e moderno, as quais ele deveria examinar. Principalmente a cristã, que novamente focaliza Jesus.
É claro que o antigo contexto em que se trava o debate “ciência e religião” foi profundamente influenciado pela mesma cosmovisão, e precisa de reparos. De fato, os cristãos antigos se chocariam ao ver sua cosmovisão rotulada como “religião”. Era uma filosofia, uma política, uma cultura, uma vocação... a categoria “religião” é parte do problema, não da solução.
Para ler mais sobre o assunto, acesse Surpreendido Pela Esperança, de N. T. Wright. Ultimato também publicou Simplesmente Cristão e O Mal e a Justiça de Deus, do mesmo autor.
Prateleira transcreve a seguir o artigo publicado na última quarta-feira pelo Washington Post:
O que Stephen Hawking não entende sobre o céu
Tradução: Paula Mendes
É triste ver Stephen Hawking, uma das mais brilhantes mentes em sua área, tentando falar como um especialista sobre coisas que, infelizmente, ele parece conhecer menos do que um cristão de inteligência comum. É claro que há pessoas que pensam em “céu” como um tipo de parque da felicidade após a morte, no intuito de tornar a ideia de morrer menos assustadora. Não há dúvidas de que o problema é mais antigo do que a raça humana. Porém, na Bíblia, “céu” não é o lugar para onde as pessoas vão quando morrem. Na Bíblia o céu é o espaço de Deus, enquanto a terra (ou, se preferir, “o cosmos” ou “a criação”) é o nosso espaço. E a Bíblia deixa claro que os dois se sobrepõem e se interligam. Para os judeus antigos, o lugar onde isso acontecia era o templo; para os cristãos, esse lugar é o próprio Jesus e, de forma espantosa, os próprios cristãos, pois eles também são “templos” do próprio espírito de Deus.
Hawking trabalha com uma visão bastante limitada e extra-bíblica quando se trata de “ir para o céu”. É claro que, se fosse confrontado com as duas visões totalmente cristãs do que acontece depois da morte – primeiro, um tempo “com Cristo” no “céu” ou “paraíso”, e então, quando Deus renovar toda a criação, a ressurreição corporal – sem dúvida ele iria repudiá-las como inacreditáveis. Porém, duvido que ele tenha parado para observar de forma honesta, com seu super-intelecto, a evidência de Jesus e da ressurreição. Eu duvido – a maioria das pessoas não faz isso. Até que ele o faça, sua opinião sobre esse assunto vale o mesmo que a minha sobre física nuclear, ou seja, não muito.
Sobre a criação se autoformando: pergunto-me se ele percebe que está simplesmente repetindo uma versão do antigo epicurismo. Isto é, os deuses estão fora de cena, totalmente distantes; assim, o mundo/seres humanos/etc., precisa andar com suas próprias pernas. Dificilmente se trata de uma “conclusão” de seu estudo das evidências; é simplesmente uma conhecida cosmovisão compartilhada por muitos ocidentais pós-iluministas. É a cosmovisão que permite que a democracia secular se considere absoluta, independente de suas numerosas e óbvias falhas atuais. O frustrante é que Hawking parece não perceber isso e nem mesmo parar para pensar que podem existir críticas bastante elaboradas ao epicurismo, antigo e moderno, as quais ele deveria examinar. Principalmente a cristã, que novamente focaliza Jesus.
É claro que o antigo contexto em que se trava o debate “ciência e religião” foi profundamente influenciado pela mesma cosmovisão, e precisa de reparos. De fato, os cristãos antigos se chocariam ao ver sua cosmovisão rotulada como “religião”. Era uma filosofia, uma política, uma cultura, uma vocação... a categoria “religião” é parte do problema, não da solução.
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