Prateleira
- 24 de abril de 2009
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De planos e voos. O que Neemias faria no Congresso Nacional?
É provável que você não ganhe seis mil reais por mês. Eu também não. Não quero ofender, mas vou reduzir a pendenga à metade: que tal três mil reais? Eu também não.
Pois é. Pouco mais de seis mil reais é o que gasta, em média, cada senador da nossa velha e boa República com celular todos os meses. Às nossas custas, é claro.
Não sei se chamo de “pré”, “pós” ou “hiper” o mimo dado aos senadores. E parece óbvio que a crise chegou à minha casa antes do que na Câmara Alta do país. Meu plano é um pré-pago, dez reais mensais e um aparelho chinfrim de 3 ou 4 anos de uso. Ou seja, apenas um mês do “bolsa-celular” dado aos senadores poderia sustentar meu modesto plano de telefonia móvel pelos próximos 50 anos.
Neemias, aquele mesmo dos tempos bíblicos, que também experimentou as benesses e os vícios do poder, teria mais cuidado com as contas do seu gabinete. Por exemplo, certamente não usaria o dinheiro do Estado para pagar passagens aéreas da sogra ou apaniguados para a Europa ou Crateús. Também usaria o próprio celular e não o do gabinete. Basta conferir algumas das medidas provisórias -- em vigor por 12 anos -- do seu governo (NE 5.14-18). Por aqui, o conjunto de bondades imorais entre parlamentares não tem fim. O que conhecemos como “milhagem” o Congresso Nacional transformou em “pilhagem” aérea, com a devida vênia do macaco Simão.
Não, não me acostumo aos escândalos. Tento arquivá-los na memória. Há outros piores, e alguns deles bem escondidos pelos jornais, revistas semanais e pela televisão. Aliás, a liberdade de imprensa, algo bastante caro ao país e à democracia, anda meio a reboque da “liberdade de empresa”. É preciso ficar de olho. Tanto nos políticos como nos pregoeiros.
E é bom começar a acompanhar cada candidato. Em especial, candidatos a candidato. Aliás, os evangélicos também voam e também falam ao celular. E, no Congresso, quase sempre no baixo clero, posam de vestais quando são cúmplices de votações fechadas ou de algum lobby nada recomendável. Atenção: não confundir público com privado, “plano” [de governo] com telefonia móvel, nem a “plataforma” [do partido] com a área de embarque e desembarque de passageiros.
Em tempo: para acompanhar a “coisa pública”, é bom navegar pela Transparência Brasil ou pelo Siga Brasil, entre outros blogs e sites na web.
Pois é. Pouco mais de seis mil reais é o que gasta, em média, cada senador da nossa velha e boa República com celular todos os meses. Às nossas custas, é claro.
Não sei se chamo de “pré”, “pós” ou “hiper” o mimo dado aos senadores. E parece óbvio que a crise chegou à minha casa antes do que na Câmara Alta do país. Meu plano é um pré-pago, dez reais mensais e um aparelho chinfrim de 3 ou 4 anos de uso. Ou seja, apenas um mês do “bolsa-celular” dado aos senadores poderia sustentar meu modesto plano de telefonia móvel pelos próximos 50 anos.
Neemias, aquele mesmo dos tempos bíblicos, que também experimentou as benesses e os vícios do poder, teria mais cuidado com as contas do seu gabinete. Por exemplo, certamente não usaria o dinheiro do Estado para pagar passagens aéreas da sogra ou apaniguados para a Europa ou Crateús. Também usaria o próprio celular e não o do gabinete. Basta conferir algumas das medidas provisórias -- em vigor por 12 anos -- do seu governo (NE 5.14-18). Por aqui, o conjunto de bondades imorais entre parlamentares não tem fim. O que conhecemos como “milhagem” o Congresso Nacional transformou em “pilhagem” aérea, com a devida vênia do macaco Simão.
Não, não me acostumo aos escândalos. Tento arquivá-los na memória. Há outros piores, e alguns deles bem escondidos pelos jornais, revistas semanais e pela televisão. Aliás, a liberdade de imprensa, algo bastante caro ao país e à democracia, anda meio a reboque da “liberdade de empresa”. É preciso ficar de olho. Tanto nos políticos como nos pregoeiros.
E é bom começar a acompanhar cada candidato. Em especial, candidatos a candidato. Aliás, os evangélicos também voam e também falam ao celular. E, no Congresso, quase sempre no baixo clero, posam de vestais quando são cúmplices de votações fechadas ou de algum lobby nada recomendável. Atenção: não confundir público com privado, “plano” [de governo] com telefonia móvel, nem a “plataforma” [do partido] com a área de embarque e desembarque de passageiros.
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