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- 21 de agosto de 2013
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De hoje em diante...
Está liberado o artigo da seção “De Hoje em Diante” da atual edição da revista Ultimato (antes disponível apenas aos assinantes). Aproveite!
***
Não quero cantar canções de alegria quando é tempo de cantar canções de tristeza
Chega de gritos retumbantes, chega de danças, chega de algazarra, chega de foguetadas, chega de balões coloridos, chega de música estridente, chega de vinho! De hoje em diante, vou misturar o barulho com o silêncio, a alegria com o choro, as miragens mirabolantes com a contemplação, a súplica com a adoração, as ações de graças com as lamentações, as canções alegres com as canções tristes. Pois a Bíblia diz que há tempo para tudo. Por exemplo, “tempo de ficar triste e tempo de se alegrar” (Ec 3.4). A cultura no meio da qual vivo me ensina a abominar a tristeza e a idolatrar a alegria, embora certa tristeza seja mais nobre que certa alegria.
Estou aprendendo a reservar o momento certo das canções alegres e o momento certo das canções tristes com o profeta Ezequiel. É ele mesmo que conta a sua experiência: “O Senhor Deus me mandou cantar uma canção de tristeza a respeito de dois reis de Israel” (Ez 19.1).
O Senhor o mandou cantar uma canção de tristeza e não de alegria por causa do momento histórico pelo qual passava o povo eleito. A tomada de Jerusalém estava próxima. Faltava pouco tempo para o templo do Senhor ser queimado e profanado. Muito breve as crianças morreriam de fome nas esquinas das ruas ou seriam comidas pelas próprias mães, que perderiam o juízo por causa da fome, e a morte subiria pelas janelas e invadiria os palácios e acabaria com a vida de muita gente (Lm 2.19-20; Jr 9.21).
A canção de tristeza que o profeta cantou dizia respeito a uma leoa que criou dois leõezinhos e os ensinou a caçar. Depois de muitas façanhas, os dois filhotes caíram numa armadilha, foram colocados numa gaiola e conduzidos para o rei da Babilônia. Era uma alegoria que fazia referência aos reis Jeoacaz e Joaquim, que foram levados como prisioneiros respectivamente para o Egito e para a Babilônia.
Ezequias viveria o suficiente para assistir à desgraça dos dois leõezinhos, ao cerco e à destruição de Jerusalém no ano 586 antes de Cristo. Não era possível cantar a canção da alegria! Ele e mais algumas pessoas cantariam então a canção da tristeza. O livro de Ezequiel registra: “Esta é uma canção de tristeza que tem sido cantada muitas vezes” (Ez 19.14).
Anos depois da tomada de Jerusalém, aqueles que levaram os judeus como cativos para a Babilônia pediam que eles cantassem as suas canções. Mas eles se negaram e disseram: “Mas, em terra estrangeira, como podemos cantar um hino a Deus, o Senhor?” (Sl 137.4). Ainda não tinha chegado para eles o tal tempo de se alegrar e de dançar. O tempo era de ficar tristes e de chorar.
Com a ajuda de Deus, vou parar de dançar quando a minha situação, a de minha família, a de minha igreja e a de minha nação for de ficar triste e chorar. Preciso me exercitar na arte de derramar lágrimas quando as coisas vão de mal a pior e quando o abismo está bem à minha frente!
Como seria possível dançar as valsas de Strauss tanto no “bunker” de Adolf Hitler como no campo de concentração de Auschwitz?
Nota:
Artigo publicado pela redação da revista Ultimato em julho-agosto/2013.
Leia mais
Como se livrar da culpa e da mancha (revista Ultimato 334)
Cura para pessoas feridas (Dan Harrison)
Eu Creio. E Agora? (N. T. Wright)
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Não quero cantar canções de alegria quando é tempo de cantar canções de tristeza
Chega de gritos retumbantes, chega de danças, chega de algazarra, chega de foguetadas, chega de balões coloridos, chega de música estridente, chega de vinho! De hoje em diante, vou misturar o barulho com o silêncio, a alegria com o choro, as miragens mirabolantes com a contemplação, a súplica com a adoração, as ações de graças com as lamentações, as canções alegres com as canções tristes. Pois a Bíblia diz que há tempo para tudo. Por exemplo, “tempo de ficar triste e tempo de se alegrar” (Ec 3.4). A cultura no meio da qual vivo me ensina a abominar a tristeza e a idolatrar a alegria, embora certa tristeza seja mais nobre que certa alegria.
Estou aprendendo a reservar o momento certo das canções alegres e o momento certo das canções tristes com o profeta Ezequiel. É ele mesmo que conta a sua experiência: “O Senhor Deus me mandou cantar uma canção de tristeza a respeito de dois reis de Israel” (Ez 19.1).
O Senhor o mandou cantar uma canção de tristeza e não de alegria por causa do momento histórico pelo qual passava o povo eleito. A tomada de Jerusalém estava próxima. Faltava pouco tempo para o templo do Senhor ser queimado e profanado. Muito breve as crianças morreriam de fome nas esquinas das ruas ou seriam comidas pelas próprias mães, que perderiam o juízo por causa da fome, e a morte subiria pelas janelas e invadiria os palácios e acabaria com a vida de muita gente (Lm 2.19-20; Jr 9.21).
A canção de tristeza que o profeta cantou dizia respeito a uma leoa que criou dois leõezinhos e os ensinou a caçar. Depois de muitas façanhas, os dois filhotes caíram numa armadilha, foram colocados numa gaiola e conduzidos para o rei da Babilônia. Era uma alegoria que fazia referência aos reis Jeoacaz e Joaquim, que foram levados como prisioneiros respectivamente para o Egito e para a Babilônia.
Ezequias viveria o suficiente para assistir à desgraça dos dois leõezinhos, ao cerco e à destruição de Jerusalém no ano 586 antes de Cristo. Não era possível cantar a canção da alegria! Ele e mais algumas pessoas cantariam então a canção da tristeza. O livro de Ezequiel registra: “Esta é uma canção de tristeza que tem sido cantada muitas vezes” (Ez 19.14).
Anos depois da tomada de Jerusalém, aqueles que levaram os judeus como cativos para a Babilônia pediam que eles cantassem as suas canções. Mas eles se negaram e disseram: “Mas, em terra estrangeira, como podemos cantar um hino a Deus, o Senhor?” (Sl 137.4). Ainda não tinha chegado para eles o tal tempo de se alegrar e de dançar. O tempo era de ficar tristes e de chorar.
Com a ajuda de Deus, vou parar de dançar quando a minha situação, a de minha família, a de minha igreja e a de minha nação for de ficar triste e chorar. Preciso me exercitar na arte de derramar lágrimas quando as coisas vão de mal a pior e quando o abismo está bem à minha frente!
Como seria possível dançar as valsas de Strauss tanto no “bunker” de Adolf Hitler como no campo de concentração de Auschwitz?
Nota:
Artigo publicado pela redação da revista Ultimato em julho-agosto/2013.
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Eu Creio. E Agora? (N. T. Wright)
Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
- Textos publicados: 116 [ver]
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