Opinião
- 12 de dezembro de 2008
- Visualizações: 3616
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Dê graças; faz bem à saúde
João Heliofar de Jesus Villar
Um dia nacional para dar graças a Deus parece ser uma boa invenção. Em 1909, Joaquim Nabuco, então embaixador nos Estados Unidos, ficou vividamente impressionado com a celebração do Dia de Ação de Graças que ele presenciou na igreja de São Patrício, em Washington, que, décadas depois, sugeriu ao então presidente Gaspar Dutra a instituição de um dia oficial de ação de graças no Brasil.
A idéia acabou gerando a Lei 781, editada em agosto de 1949, que não chegou a se converter em cultura, infelizmente. Tanto que a data passou em branco na última quinta-feira de novembro (dia 27) e é raramente lembrada, inclusive nos meios evangélicos.
Poder-se-á dizer que não há por que se importar com mais um estrangeirismo, mesmo porque a data se justifica nos Estados Unidos pois decorre de uma experiência histórica específica dos colonos do Mayflower, que celebraram a primeira colheita bem-sucedida no novo mundo. No Brasil não passaria de uma imitação forçada de uma experiência estrangeira, sem chance de ganhar o coração da nação.
É justificável a resistência a estrangeirismos, mas o curioso é que importamos Dia das Bruxas, expressões idiomáticas desnecessárias, Hollywood e outras coisas, mas àquilo que há de melhor naquelas bandas não aderimos.
O certo é que o hábito de dar graças abençoa a nação e o indivíduo. Dar graças faz bem à saúde. Há estudos demonstrando que uma postura de sincera gratidão produz endorfina e gera a sensação de bem-estar. Combate a ansiedade e nos coloca em correta perspectiva diante da vida. E confronta a cultura de murmuração em que estamos mergulhados nos dias de hoje.
Nunca se viveu tanto como nestes dias. A média da expectativa de vida cresceu quase dez anos só neste século. Nunca houve tanta prosperidade no Brasil -- houve uma redução significativa da pobreza e quase toda casa tem os eletrodomésticos necessários. O aparelho de DVD, antes um artigo de luxo, hoje é comum em todas as casas; nunca houve tantos proprietários de automóveis no país; o desemprego caiu em 2007; a renda do brasileiro aumentou...
A fé cristã cresce como nunca no mundo (em quase todos os continentes). Há uma avalanche de evangélicos na América Latina. O cristianismo avança de tal modo na China que, em pouco tempo, terá a maior população cristã do mundo. Por que então não damos graças e reclamamos insistentemente? Quem plantou em nossa alma essa tendência à insatisfação, que nos leva a nos queixar de tudo?
Dar graças não é uma proposta para que se assuma uma postura ingênua diante dos problemas da vida. Mas sim de reconhecer que até aqui nos ajudou o Senhor. Não significa ignorar os graves problemas que ainda temos de vencer como indivíduos e como nação, mas assumir uma postura de celebração diante de Deus, de profunda gratidão, por tudo o que já alcançamos e ainda haveremos de alcançar com essa mesma graça. É lembrar o imenso privilégio que temos de conhecer a Deus, de integrar uma igreja, de pertencer à comunidade dos santos e poder dizer, como Davi, “que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”.
• João Heliofar de Jesus Villar, 45, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
Um dia nacional para dar graças a Deus parece ser uma boa invenção. Em 1909, Joaquim Nabuco, então embaixador nos Estados Unidos, ficou vividamente impressionado com a celebração do Dia de Ação de Graças que ele presenciou na igreja de São Patrício, em Washington, que, décadas depois, sugeriu ao então presidente Gaspar Dutra a instituição de um dia oficial de ação de graças no Brasil.
A idéia acabou gerando a Lei 781, editada em agosto de 1949, que não chegou a se converter em cultura, infelizmente. Tanto que a data passou em branco na última quinta-feira de novembro (dia 27) e é raramente lembrada, inclusive nos meios evangélicos.
Poder-se-á dizer que não há por que se importar com mais um estrangeirismo, mesmo porque a data se justifica nos Estados Unidos pois decorre de uma experiência histórica específica dos colonos do Mayflower, que celebraram a primeira colheita bem-sucedida no novo mundo. No Brasil não passaria de uma imitação forçada de uma experiência estrangeira, sem chance de ganhar o coração da nação.
É justificável a resistência a estrangeirismos, mas o curioso é que importamos Dia das Bruxas, expressões idiomáticas desnecessárias, Hollywood e outras coisas, mas àquilo que há de melhor naquelas bandas não aderimos.
O certo é que o hábito de dar graças abençoa a nação e o indivíduo. Dar graças faz bem à saúde. Há estudos demonstrando que uma postura de sincera gratidão produz endorfina e gera a sensação de bem-estar. Combate a ansiedade e nos coloca em correta perspectiva diante da vida. E confronta a cultura de murmuração em que estamos mergulhados nos dias de hoje.
Nunca se viveu tanto como nestes dias. A média da expectativa de vida cresceu quase dez anos só neste século. Nunca houve tanta prosperidade no Brasil -- houve uma redução significativa da pobreza e quase toda casa tem os eletrodomésticos necessários. O aparelho de DVD, antes um artigo de luxo, hoje é comum em todas as casas; nunca houve tantos proprietários de automóveis no país; o desemprego caiu em 2007; a renda do brasileiro aumentou...
A fé cristã cresce como nunca no mundo (em quase todos os continentes). Há uma avalanche de evangélicos na América Latina. O cristianismo avança de tal modo na China que, em pouco tempo, terá a maior população cristã do mundo. Por que então não damos graças e reclamamos insistentemente? Quem plantou em nossa alma essa tendência à insatisfação, que nos leva a nos queixar de tudo?
Dar graças não é uma proposta para que se assuma uma postura ingênua diante dos problemas da vida. Mas sim de reconhecer que até aqui nos ajudou o Senhor. Não significa ignorar os graves problemas que ainda temos de vencer como indivíduos e como nação, mas assumir uma postura de celebração diante de Deus, de profunda gratidão, por tudo o que já alcançamos e ainda haveremos de alcançar com essa mesma graça. É lembrar o imenso privilégio que temos de conhecer a Deus, de integrar uma igreja, de pertencer à comunidade dos santos e poder dizer, como Davi, “que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”.
• João Heliofar de Jesus Villar, 45, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
45 anos, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
- Textos publicados: 17 [ver]
- 12 de dezembro de 2008
- Visualizações: 3616
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Descobrindo o potencial da diáspora: um chamado à igreja brasileira
- Trabalho sob a perspectiva do reino de Deus
- Jesus [não] tem mais graça
- Onde estão as crianças?
- Não confunda o Natal com Papai Noel — Para celebrar o verdadeiro Natal
- Uma cidade sitiada - Uma abordagem literária do Salmo 31
- C. S. Lewis, 126 anos
- Ultimato recebe prêmio Areté 2024
- Exalte o Altíssimo!
- Paciência e determinação: virtudes essenciais para enfrentar a realidade da vida