Opinião
- 12 de dezembro de 2008
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Dê graças; faz bem à saúde
João Heliofar de Jesus Villar
Um dia nacional para dar graças a Deus parece ser uma boa invenção. Em 1909, Joaquim Nabuco, então embaixador nos Estados Unidos, ficou vividamente impressionado com a celebração do Dia de Ação de Graças que ele presenciou na igreja de São Patrício, em Washington, que, décadas depois, sugeriu ao então presidente Gaspar Dutra a instituição de um dia oficial de ação de graças no Brasil.
A idéia acabou gerando a Lei 781, editada em agosto de 1949, que não chegou a se converter em cultura, infelizmente. Tanto que a data passou em branco na última quinta-feira de novembro (dia 27) e é raramente lembrada, inclusive nos meios evangélicos.
Poder-se-á dizer que não há por que se importar com mais um estrangeirismo, mesmo porque a data se justifica nos Estados Unidos pois decorre de uma experiência histórica específica dos colonos do Mayflower, que celebraram a primeira colheita bem-sucedida no novo mundo. No Brasil não passaria de uma imitação forçada de uma experiência estrangeira, sem chance de ganhar o coração da nação.
É justificável a resistência a estrangeirismos, mas o curioso é que importamos Dia das Bruxas, expressões idiomáticas desnecessárias, Hollywood e outras coisas, mas àquilo que há de melhor naquelas bandas não aderimos.
O certo é que o hábito de dar graças abençoa a nação e o indivíduo. Dar graças faz bem à saúde. Há estudos demonstrando que uma postura de sincera gratidão produz endorfina e gera a sensação de bem-estar. Combate a ansiedade e nos coloca em correta perspectiva diante da vida. E confronta a cultura de murmuração em que estamos mergulhados nos dias de hoje.
Nunca se viveu tanto como nestes dias. A média da expectativa de vida cresceu quase dez anos só neste século. Nunca houve tanta prosperidade no Brasil -- houve uma redução significativa da pobreza e quase toda casa tem os eletrodomésticos necessários. O aparelho de DVD, antes um artigo de luxo, hoje é comum em todas as casas; nunca houve tantos proprietários de automóveis no país; o desemprego caiu em 2007; a renda do brasileiro aumentou...
A fé cristã cresce como nunca no mundo (em quase todos os continentes). Há uma avalanche de evangélicos na América Latina. O cristianismo avança de tal modo na China que, em pouco tempo, terá a maior população cristã do mundo. Por que então não damos graças e reclamamos insistentemente? Quem plantou em nossa alma essa tendência à insatisfação, que nos leva a nos queixar de tudo?
Dar graças não é uma proposta para que se assuma uma postura ingênua diante dos problemas da vida. Mas sim de reconhecer que até aqui nos ajudou o Senhor. Não significa ignorar os graves problemas que ainda temos de vencer como indivíduos e como nação, mas assumir uma postura de celebração diante de Deus, de profunda gratidão, por tudo o que já alcançamos e ainda haveremos de alcançar com essa mesma graça. É lembrar o imenso privilégio que temos de conhecer a Deus, de integrar uma igreja, de pertencer à comunidade dos santos e poder dizer, como Davi, “que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”.
• João Heliofar de Jesus Villar, 45, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
Um dia nacional para dar graças a Deus parece ser uma boa invenção. Em 1909, Joaquim Nabuco, então embaixador nos Estados Unidos, ficou vividamente impressionado com a celebração do Dia de Ação de Graças que ele presenciou na igreja de São Patrício, em Washington, que, décadas depois, sugeriu ao então presidente Gaspar Dutra a instituição de um dia oficial de ação de graças no Brasil.
A idéia acabou gerando a Lei 781, editada em agosto de 1949, que não chegou a se converter em cultura, infelizmente. Tanto que a data passou em branco na última quinta-feira de novembro (dia 27) e é raramente lembrada, inclusive nos meios evangélicos.
Poder-se-á dizer que não há por que se importar com mais um estrangeirismo, mesmo porque a data se justifica nos Estados Unidos pois decorre de uma experiência histórica específica dos colonos do Mayflower, que celebraram a primeira colheita bem-sucedida no novo mundo. No Brasil não passaria de uma imitação forçada de uma experiência estrangeira, sem chance de ganhar o coração da nação.
É justificável a resistência a estrangeirismos, mas o curioso é que importamos Dia das Bruxas, expressões idiomáticas desnecessárias, Hollywood e outras coisas, mas àquilo que há de melhor naquelas bandas não aderimos.
O certo é que o hábito de dar graças abençoa a nação e o indivíduo. Dar graças faz bem à saúde. Há estudos demonstrando que uma postura de sincera gratidão produz endorfina e gera a sensação de bem-estar. Combate a ansiedade e nos coloca em correta perspectiva diante da vida. E confronta a cultura de murmuração em que estamos mergulhados nos dias de hoje.
Nunca se viveu tanto como nestes dias. A média da expectativa de vida cresceu quase dez anos só neste século. Nunca houve tanta prosperidade no Brasil -- houve uma redução significativa da pobreza e quase toda casa tem os eletrodomésticos necessários. O aparelho de DVD, antes um artigo de luxo, hoje é comum em todas as casas; nunca houve tantos proprietários de automóveis no país; o desemprego caiu em 2007; a renda do brasileiro aumentou...
A fé cristã cresce como nunca no mundo (em quase todos os continentes). Há uma avalanche de evangélicos na América Latina. O cristianismo avança de tal modo na China que, em pouco tempo, terá a maior população cristã do mundo. Por que então não damos graças e reclamamos insistentemente? Quem plantou em nossa alma essa tendência à insatisfação, que nos leva a nos queixar de tudo?
Dar graças não é uma proposta para que se assuma uma postura ingênua diante dos problemas da vida. Mas sim de reconhecer que até aqui nos ajudou o Senhor. Não significa ignorar os graves problemas que ainda temos de vencer como indivíduos e como nação, mas assumir uma postura de celebração diante de Deus, de profunda gratidão, por tudo o que já alcançamos e ainda haveremos de alcançar com essa mesma graça. É lembrar o imenso privilégio que temos de conhecer a Deus, de integrar uma igreja, de pertencer à comunidade dos santos e poder dizer, como Davi, “que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”.
• João Heliofar de Jesus Villar, 45, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
45 anos, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
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