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Opinião

Cuidado! Um inimigo covarde nos espreita

Por Cláudio Marra

Poucos dias depois de sair do Egito, os israelitas foram atacados por um bando nômade (Êx 17.8). Eram amalequitas, descendentes de Esaú, o filho de Isaque que vendera seus direitos de primogenitura ao seu irmão Jacó, mas que, depois, sentindo-se lesado, jurou matá-lo. Esaú acabou superando o episódio, mas seus descendentes agora atacaram Israel.

E por que fizeram isso? Porque viram a fraqueza daquele povo recém-saído do Egito e resolveram tirar proveito disso, começando na retaguarda e matando todos os desfalecidos de um grupo inteiro abatido e cansado (Dt 25.18).

Foi covardia. O Senhor tratou de derrotá-los, porque tinha planos para o seu povo, mas insistiu que Israel nunca se esquecesse dos amalequitas (v.19).

Por outro lado, Deus determinou que os egípcios não fossem odiados pelos israelitas (Dt 23.7), o que é uma surpresa e tanto, porque os amalequitas atacaram Israel umas poucas vezes, mas os egípcios os oprimiram por quatrocentos e trinta anos.

O caso é que os egípcios os oprimiram por ter medo deles, um povo que ia aumentando a cada dia, podia tornar-se poderoso demais e dominar o país. De qualquer modo, Israel não devia ficar remoendo isso. Os amalequitas, porém, aproveitaram a fraqueza dos israelitas e atacaram quando esse povo menos podia resistir. Por isso não deviam ser esquecidos.
A festa judaica do Purim é uma oportunidade em que ainda hoje os amalequitas são lembrados. O texto bíblico que narra seu covarde ataque é lido nas sinagogas no sábado anterior à festa (Shabbat Zakhor). A relação entre Purim e Amaleque é que o agagita Hamã – que planejou o extermínio do povo de Israel, conforme se lê no livro de Ester – é tido como descendente de Agague, o rei amalequita.

Os amalequitas propriamente ditos desapareceram muito cedo na História, mas a ideia de que um inimigo covarde nos espreita é para ser lembrada para sempre. E não estamos falando de um vizinho invejoso ou um patrão cruel. Há um inimigo que quer descontar em nós a derrota que lhe causou o nosso Senhor Jesus Cristo. Satanás é o nome desse amalequita, e enquanto caminhamos neste deserto rumo à Canaã celestial, a palavra de Deus nos avisa: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém!” (1Pe 5.9-11).

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Casado com Sandra, é jornalista, pastor presbiteriano e editor da Cultura Cristã.
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