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- 26 de junho de 2007
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Corrupção e impunidade levam ao descrédito das instituições, alertam bispos
(ALC) Em nota sobre o atual momento político, no qual a nação é informada sobre denúncias envolvendo instâncias dos três Poderes, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) alerta que "a corrupção e a impunidade estão levando o povo ao descrédito da ação política e nas instituições, enfraquecendo a democracia".
O Conselho da CNBB defende, com urgência, a reforma do sistema político, mas que não se limite à revisão do sistema eleitoral, o aprimoramento dos mecanismos da democracia representativa e o favorecimento à democracia participativa. Perplexos, os bispos destacam que os empobrecidos são os mais prejudicados com o desvio de verbas públicas.
Dois temas são pauta permanente na imprensa, de momento: a Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal na apuração de fraudes em licitações de obras públicas praticadas por quadrilha que atuava em nove Estados da Federação.
O outro tema são as denúncias que envolvem o presidente do Senado federal, Renan Calheiros, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Pesa sobre o senador a acusação de ter despesas pessoais, pensão mensal à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos, pagas por lobista, assessor da construtora Mendes Júnior.
Depois da divulgação da nota da CNBB, na quinta-feira, 21, veio a público outro indicativo de escândalo, na esteira da Operação Aquarela, da Polícia Federal. O ex-governador do Distrito Federal e senador Joaquim Roriz, também do PMDB, foi flagrado em escuta telefônica, acertando recebimento de dinheiro de empresário.
Aliado do governo federal, o presidente do Senado conta com tropa de choque dentre colegas no Senado, que montaram blindagem para protegê-lo das acusações e evitar, assim, sua renúncia da presidência ou da cassação do mandato.
De 70 senadores ouvidos pela Folha de São Paulo, 24 (36,4%) entendem que Renan Calheiros deveria se afastar da presidência, pois, disseram, há indícios graves de decoro, mas que é preciso aguardar o término das apurações da Polícia Federal para definir o destino do senador. Mas 42 senadores (66,6%) declararam que não há elementos que determinem a perda de mandato de Renan. Quatro não responderam as perguntas da Folha.
Segundo o Conselho da CNBB, "a crise, decorrente da falta de consciência moral, é estimulada pela ganância e marcada pelos corporativismos históricos, que utilizam as estruturas de poder para benefício próprio e de grupos". A credibilidade e a legitimidade das instituições serão asseguradas pela apuração da verdade dos fatos, defende, uma vez que o exercício responsável da cidadania é um imperativo ético para todos.
A nota, assinada pelo presidente da CNBB e arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice-presidente e arcebispo de Manaus, dom Luis Soares Vieira, e o secretário-geral e bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Dimas Lara Barbosa, admite, contudo, que a crise política poderá levar ao amadurecimento das instituições democráticas do país, se levar a um comprometimento maior com a verdade e com a luta por um Brasil justo.
Fonte: www.alcnoticias.org
O Conselho da CNBB defende, com urgência, a reforma do sistema político, mas que não se limite à revisão do sistema eleitoral, o aprimoramento dos mecanismos da democracia representativa e o favorecimento à democracia participativa. Perplexos, os bispos destacam que os empobrecidos são os mais prejudicados com o desvio de verbas públicas.
Dois temas são pauta permanente na imprensa, de momento: a Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal na apuração de fraudes em licitações de obras públicas praticadas por quadrilha que atuava em nove Estados da Federação.
O outro tema são as denúncias que envolvem o presidente do Senado federal, Renan Calheiros, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Pesa sobre o senador a acusação de ter despesas pessoais, pensão mensal à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos, pagas por lobista, assessor da construtora Mendes Júnior.
Depois da divulgação da nota da CNBB, na quinta-feira, 21, veio a público outro indicativo de escândalo, na esteira da Operação Aquarela, da Polícia Federal. O ex-governador do Distrito Federal e senador Joaquim Roriz, também do PMDB, foi flagrado em escuta telefônica, acertando recebimento de dinheiro de empresário.
Aliado do governo federal, o presidente do Senado conta com tropa de choque dentre colegas no Senado, que montaram blindagem para protegê-lo das acusações e evitar, assim, sua renúncia da presidência ou da cassação do mandato.
De 70 senadores ouvidos pela Folha de São Paulo, 24 (36,4%) entendem que Renan Calheiros deveria se afastar da presidência, pois, disseram, há indícios graves de decoro, mas que é preciso aguardar o término das apurações da Polícia Federal para definir o destino do senador. Mas 42 senadores (66,6%) declararam que não há elementos que determinem a perda de mandato de Renan. Quatro não responderam as perguntas da Folha.
Segundo o Conselho da CNBB, "a crise, decorrente da falta de consciência moral, é estimulada pela ganância e marcada pelos corporativismos históricos, que utilizam as estruturas de poder para benefício próprio e de grupos". A credibilidade e a legitimidade das instituições serão asseguradas pela apuração da verdade dos fatos, defende, uma vez que o exercício responsável da cidadania é um imperativo ético para todos.
A nota, assinada pelo presidente da CNBB e arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice-presidente e arcebispo de Manaus, dom Luis Soares Vieira, e o secretário-geral e bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Dimas Lara Barbosa, admite, contudo, que a crise política poderá levar ao amadurecimento das instituições democráticas do país, se levar a um comprometimento maior com a verdade e com a luta por um Brasil justo.
Fonte: www.alcnoticias.org
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